O valor de um segredo.

•°•°• Capítulo 23 •°•°•

Ao acordar Marinette procurou o celular debaixo do travesseiro, para verificar as horas. Já estava um pouco tarde, normalmente ela acordaria umas duas horas antes. Mas era fim de semana, então não tinha problema enrolar um pouco na cama, contanto que isso não atrapalhasse seu desempenho no dia.

Ficou ali por um tempo, olhando as redes sociais e conversando com alguns amigos. Antes de se levantar para tomar o café, pelo horário provavelmente seus pais já haviam tomado sem ela.

Marinette se levantou indo até a cozinha, como já imaginava, seus pais já não estavam mais ali. Ela comeu em silêncio, pensando em seus projetos futuros e o que precisaria para iniciar as produções.

Após o café, ela caminhou pela casa em busca dos pais, mas eles pareciam ter saído. Então decidiu que seria bom aproveitar para estudar.

Se sentou na cadeira em frente a mesa de estudos, aos poucos sentia o tédio a consumir, sabia que não precisava se esforçar tanto, já que estava se saindo bem, tanto na escola como nos trabalhos.

Mas não tinha nada melhor para fazer, então aprimorar seu lado intelectual, parecia a melhor opção.

A mestiça fez uma pequena pausa apenas para tomar banho, na intenção de despertar, mas só fez com que ela relaxasse ainda mais. Então ela se jogou na cama, pensando consigo mesma.

ㅡ Será que eu devia estudar mesmo com preguiça? Ou eu assisto um filme? Não sei. Faz um tempo que eu não me divirto. ㅡ Disse em voz baixa.

ㅡ Você está falando sozinha? ㅡ A voz do pai a assustou.

ㅡ Ah, estou... Desculpa não te vi aí.

ㅡ Eu deveria agendar um psiquiatra, ou algo do tipo? ㅡ O homem riu.

ㅡ Claro que não, estou ótima. Só estava tentando decidir uma coisa.

ㅡ Entre estudar e se divertir? Caramba, é realmente uma escolha complicada.

ㅡ Você está sendo irônico? ㅡ Ela se sentou na cama.

ㅡ Talvez... Já que é fim de semana, por que você não aproveita para fazer algo com seus amigos?

ㅡ Não é uma má ideia.

ㅡ Você ainda é jovem Mari, você sabe que a vida não é só trabalho e estudo né? Eu na sua idade, não passava um sábado em casa. A essa hora eu provavelmente já estaria com alguns amigos escolhendo o lugar do esquenta.

ㅡ Esquenta? ㅡ Marinette arqueou a sobrancelha.

ㅡ Sim, a gente basicamente se encontrava na casa de alguém, para encher a cara antes de sair para aproveitar a noite. Eu provavelmente ficaria bêbado, fazendo amizades estranhas, com pessoas que nunca vi na minha vida.

ㅡ Uau, nada como um exemplo paterno.

ㅡ Bons tempos. ㅡ Ele olhou para ela e sorriu, dando dois tapinhas no ombro dela. ㅡ Só se vive uma vez.

ㅡ Essa frase é típica, de alguém que está prestes a fazer alguma merda.

ㅡ Exatamente. Sai desse quarto, vai fazer alguma merda. Não fala pra sua mãe que eu tô incentivando. ㅡ Ele se levantou caminhando até a porta. Mas se virou para ela novamente antes de sair. ㅡ Ah, só não usa drogas, ou volta grávida tá. Se for transar, usa preservativo e...

ㅡ PAI!

ㅡ Tá, tá bom, já estou saindo.

Miyamura saiu do quarto, deixando a filha sozinha novamente. Marinette sentia seu rosto arder de vergonha, mas admitia que tinha o melhor pai do mundo.