Emilie ouvia o choro angustiante do filho de trás da porta, aquilo a corroía por dentro, não podia deixa-lo se torturar daquela forma, era seu instinto, não importa o quão adulto Adrien fosse, ela sempre se sentiria na obrigação de proteger o seu filho e esse era o momento de deixar toda a raiva de lado e ser a mãe que sempre foi.
Sem pensar, ela abriu a porta bruscamente, correndo até ele que estava ajoelhado no chão, se acabando de chorar.
— Calma meu amor, eu estou aqui. — Ela se sentou no chão o abraçando, enquanto se ajeitava para que ele ficasse mais confortável. — Não chora, meu anjo, a mamãe está aqui... Calma, Adrien. Respira, meu amor!
Ele pareceu chorar ainda mais, agarrando a roupa da mulher, como se estivesse em perigo e tivesse acabado de encontrar sua salvação.
— O que houve? Me conta, Adrien, fala!
— Ela não acredita. — As palavras foram difíceis de decifrar, Emilie levou alguns segundos para entender. — Ninguém... Acredita!
— O quê? Não acredita em quê? Quem não acredita? — Ela o olhava confusa.
— Eu fui até lá. Vi ela, estava linda.
— Ela quem? A Marinette? — Ele pôde notar seu olhar de reprovação. — Eu disse para não insistir nisso, Adrien, eu te avisei-
— Ela estava bem ali, bem na minha frente, nos meus braços. Eu pude sentir o calor, o perfume, eu a beijei e de repente... Acabou... Eu senti, mãe. Ela concordou da boca para fora, era mentira. Estava se despedindo. Eu não quero perder ela de novo, eu sei que você não entende, ninguém entende mas-
— Eu entendo. — Emilie desviou o olhar, e Adrien parou de falar. — Você tem razão. Me desculpa. Eu não devia te obrigar a esquece-la, quem sou eu para fazer isso, não é? Se nem eu esqueci seu pai, como posso te obrigar a esquecer a Marinette? Ela nem culpa tem dessa desgraça toda. Me desculpa, eu falhei com você. Mas preciso que entenda o meu lado. — Ela voltou a encara-lo. — Adrien, eu só quero o seu bem, você sabe que eu jamais te faria mal, e eu sei que se tudo isso for verdade, o que infelizmente eu tenho certeza que é, você não poderá ter mais ela, não como namorada. Amor, mesmo que você não aceite, a Marinette é sua irmã, mesmo que você não se importe, ainda assim não muda o fato de que isso é doentio. Por favor, Adrien, coloca isso na sua cabeça de uma vez. Você precisa deixar ela em paz e seguir em frente, leve o tempo que for necessário, não posso te obrigar a nada, faça a sua parte, no seu tempo, só faz. Você ama ela e eu não duvido disso, eu só quero que você veja que esse amor é impossível e na hora certa você vai estar pronto para encontrar um outro alguém, caso seja isso que você queira.
— Mas, mãe... — A voz baixa e chorosa, parecia cortar o coração da mulher.
— Eu ainda não terminei. — Ela o interrompeu. — Eu vou exigir o teste, já que faz tanta questão, mesmo sabendo o resultado. Se isso for deixar o seu coração em paz, vamos fazer. Vou pedir para minha advogada entrar em contato com seu pai, e vamos fazer isso. Mas depois você precisa se esforçar para seguir em frente, tá bom, meu amor?
— Obrigado, mãe... Obrigado mesmo. — Ela o puxou para mais perto, o abraçando firme.
— Me perdoa por ser tão insensível com seus sentimentos, eu só não sei como te fazer ver a realidade.
— Eu sei... Está tudo bem.
(...)
Na segunda de manha Gabriel se surpreendeu ao receber uma ligação de sua advogada, dizendo que Emilie havia exigido um teste de DNA, aquilo era no mínimo estranho, eles já haviam dado início ao divórcio, que diferença faria agora? De qualquer forma, aceitou sem questionar, não entendia as intenções da ex esposa, mas não faria diferença alguma e não queria causar mais frustração. O faria o mais rápido possível para que pudessem virar mais essa página sem mais discussões desnecessárias. Marinette também havia sido notificada, mas ao contrário de Gabriel, ela se sentia nervosa ao ver que Adrien realmente havia levado aquilo a sério, sabia o quão doloroso seria para ele ver aquele resultado, e não poder estar lá para acolhe-lo deixava a situação ainda mais complicada.
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O valor de um segredo.
FanfictionApós a morte do marido, Sabine se vê perdida, afogada em dívidas e preocupações, um amigo próximo decide ajudar, até as coisas ficarem confusas. Agora com um problema ainda maior, a mulher se vê novamente desamparada e pressionada a esconder a verd...