•°•°• Capítulo 70 •°•°•

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Marinette estava tendo um dia calmo até demais no trabalho, se não fosse pela ligação inesperada que fez com que todos os pensamentos que tentava constantemente afastar viessem a tona, a voz de Luka do outro lado da linha, fez com que ela sentisse um nó na garganta e o ar parecia faltar em seus pulmões. Não conseguia ao certo distinguir o que sentia, era um misto de raiva e tristeza que não sabia se poderia controlar. O músico parecia na mesma situação, dava para sentir a insegurança em sua voz, quando perguntou se ela aceitaria se encontrar com ele para esclarecer algumas coisas.

A primeira coisa que passou pela cabeça dela, era que não, não queria ver e nem falar com ele, mas tinha ciência que aquilo não podia permanecer assim, ela não havia dado uma resposta a ele, na verdade, nem ela sabia o que deveria fazer naquele momento, durante a última conversa dos dois.

A mestiça por fim, acabou aceitando o convite, combinando de se encontrar com ele depois do trabalho em um restaurante próximo dali.

Enquanto a hora não chegava, aproveitava para organizar seus pensamentos e ensaiar mentalmente tudo o que diria naquele encontro.

Luka continuava bloqueado em seus contatos e o telefone da empresa foi o único meio de contato que conseguiu.

Quando o expediente se encerrou, ela sentiu o corpo estremecer pelo nervosismo e estava prestes a desabar, mas não seria assim, não dessa vez.

Respirou fundo, pegando suas coisas antes de sair de sua sala, tentando ao máximo manter o controle da situação, se já estava naquele estado sem ao menos tê-lo visto, como estaria quando estivessem cara a cara?!

Marinette caminhou apressada em direção ao restaurante, estava tensa e os passos pareciam automáticos, quando se deu conta, já estava adentrando o local, seguiu até a mesa reservada por ele e o aguardou, Luka provavelmente já estaria chegando também.

Apoiando os cotovelos na mesa, ela massageava as tempôras enquanto mantinha os olhos fechados, estava tão frustrada, quando os abriu novamente pôde vê-lo passar do outro lado da janela, seguiu com o olhar até a porta, onde ele apareceu instantes depois, caminhando em sua direção.

Sentiu seu coração disparar e as lágrimas se formarem em seus olhos, mas ela as segurava o máximo que conseguia, não derramaria mais nenhuma lágrima diante dele.

— Boa tarde, Mari. — Disse com a voz entristecida cruzando o olhar com o dela, que desvirou imediatamente.

— Boa tarde.

— Imaginei que não fosse querer ficar a sós comigo, fiz mal em te chamar para conversar aqui? — Ela deu de ombros. — Bom... Já fez seu pedido?

— Não estou com fome.

— Não quer beber nada?

— Eu quero ir para casa, então se você puder adiantar o assunto, eu agradeço. — Disse ríspida, causando estranheza no músico.

— Ok, sendo assim... Eu quero te pedir perdão, por tudo o que aconteceu naquela noite. Eu juro que não sei como as coisas chegaram nesse ponto, você sabe que eu te amo e...

— Eu não quero mais ouvir essa frase.

— Mari... — Ele esticou as mãos para tentar tocar as dela que agora estavam apoiadas na mesa, mas ela as afastou.

— Se disser isso de novo, eu levanto e vou embora.

— Tudo bem, olha, eu sei que você está com raiva de mim e você tem todo o direito.

— Eu não estou com raiva, pareço com raiva? Eu estou decepcionada.

— Isso é ainda pior.

— Não me diga. — Ela revirou os olhos, tentava não encara-lo para que a lágrima que segurava não escorresse por seu rosto.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora