Capítulo 13

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Capítulo 13 - Pov Jogador
Barra da Tijuca - Rio de Janeiro.

Depois de mais ou menos uma hora dentro daquele carro eu já tava ficando impaciente, mas vejo o tal velho e a Lorena saindo do bar. Ligo o carro e fico segundo os dois com o olhar.

Eles andam uns 30 metros na calçada do bar e o cara pega a chave do bolso desbloqueando uma Evoque. A cena deles entrando no carrão me deixa mais puto ainda, esse filho da puta tá tirando uma com a nossa cara. Uma Evoque, esse arrombado tem uma Evoque.

Vejo o carro saindo da vaga e indo pro motel. Espero mais alguns segundos e sigo na mesma direção, deixando sempre 2 ou 3 carros entre a gente. São poucas ruas até chegar na parada, mas eu aguardo na esquina, não quero que ele perceba pra não colocar a Princesa em furada.

Eles entram na garagem do motel, eu vou pra fila de carros e meu celular apita com mensagem da princesa.

Princesa: 209

Mantenho a conduta sabendo que já estão indo, paro o carro em frente a recepção. Quando chega a minha vez, a recepcionista me dá um sorrisinho e olha pro meu braço tatuado. Eu não tenho muito tempo a perder, então tento adiantar o processo.

— Me vê um quarto, por favor?

— Sozinho? — a recepcionista franze a testa me olhando.

— Sim.

— Alguma preferência de suíte?

— Qual é o nome daquela bonitona no segundo andar? — falo chutando que tenha uma bonita no mesmo andar que eles estão.

— Temos a Suíte Deluxe – ela diz olhando pro computador

— Essa mesmo.

Ela me entrega a chave e eu agradeço seguindo para a garagem.

Estaciono o carro e corro até o elevador pensando em qual vai ser quando eu entrar naquele quarto. Enquanto não chego no segundo andar, encaixo o silenciador na minha arma mesmo não pretendendo usar.  Quando o elevador abre no segundo andar vejo uma plaquinha na parede indicando que os quartos ímpares ficavam para a esquerda.

Acho o quarto 209 e entro de uma vez com a minha glock em punho.

A Lorena já tava sem a blusinha que usava, mostrando o sutiã preto rendado, ela encostava sua arma na cabeça do cara e ele a ameaçava com a arma no queixo, enquanto se encaravam, ele xingava ela de vagabunda e perguntava pra quem que ela trabalhava. Coitado, essa daí não vai ser funcionária nunca.  Noto também que o lábio inferior dele sangrava.

Eu fico balançado com a cena, a Lorena transparece uma confiança absurda e por mais que ela fique gotosa pra caralho nessa pose de bandida, fico puto por ele estar com a arma na cara dela.

No instante em que ele percebe minha presença, se assusta, cambaleando pra trás. Aproveito a distância entre os dois e eu dou um tiro na cabeça dele que cai morto na mesma hora, fazendo o sangue espirrar na bochecha dela.

— Você tá bem? — ela concorda me acalmando — Por que ele tava armado?

— Não sei, quando eu fui pra cima dele percebi que tava armado, mas foi muito rápido, coisa de segundos até você chegar.

Lorena se abaixa perto do corpo, utiliza a blusa que tava no chão pra proteger as mãos e começa a mexer nos bolsos dele. Ela tira a chave e a carteira me mostrando, policial.

— Caralho, Jogador tu acabou de matar um polícia!! — ela guarda a carteira dele no bolso da saia e joga a chave do carro em cima da cama e me olha puta.

— Ele tava com a arma apontada pro seu rosto — eu me justifico

Gosto nem de imaginar uma parada ruim acontecendo com ela e eu não acredito que essa mina tá assim sendo que eu acabei de salvar ela.

— Mas não ia atirar — ela veste a blusa — eu tava com a minha na cabeça dele.

— Não tinha como saber. — eu digo com tédio.

— Agora a gente tá sem a porra do dinheiro e se a polícia descobrir essa merda, vai querer revidar — ela diz toda bravinha. — Tu tem que ficar de cabeça fria! Será que alguém ouviu?

— Sem a porra do dinheiro nada — eu pego a chave da Evoque ecima da cama e balanço sorrindo.

— Você é louco! — ela balança a cabeça — Impulsivo.

— Tu num viu nada ainda, linda. — eu sorrio — Bora. — Saio puxando ela pelo corredor do motel.

Até um pecado eu tá com uma mulher dessa num motel e não rolar nada.

— Vamo pela escada de emergência, vai ser mais rápido que pelo elevador — Ela diz abrindo a porta corta-fogo do andar e eu vou atrás.

— Nós vamos sair nos mesmos carro que entramos — falo e jogo a chave da Evoque pra ela.

Deixo ela ir primeiro pagar pra não levantar suspeitas e não faço ideia da desculpa que ela deu pra justificar sair sozinha, mas dá certo, vejo ela sair com o carro em direção ao Alemão e vou logo atrás. 

(...)

Percebo Sábio e Pikachu no bar e estacionando o carro na calçada, Lorena para a evoque logo atrás.

— Que isso, foram meter 157 na pista? — Pikachu pergunta olhando pra Evoque que ele nunca viu.

Eu e Lorena sentamos na mesa e eu faço sinal pro Seu Zé trazer mais dois copos.

— Vem chumbo grosso aí, irmão. — eu digo olhando pro Jogador.

Conto rapidamente um resumo do que aconteceu nas últimas horas.

— Ele te tocou? — Sábio pergunta pra Lorena.

— Não, eu tirei minha blusa pra ganhar tempo, mas quando ele veio pra cima de mim, eu dei um soco, coloquei minha arma na cabeça dele e o Jogador chegou.

Isso explica o lábio cortado do cara.

— Vocês acham que ele era o X9 que tava aqui no morro? — Lorena pergunta

— Pode ser — eu encho mais nossos copos de cerveja — vou mandar o papo pra um moleque puxar a ficha do ver e vamos ver o que a mídia vai falar amanhã, eles que vão dar a planta de como a polícia vai receber essa história aí.

— Amanhã tu começa a treinar os vapores — Eu aponto pra Princesa — Vai ser bom pra gente se fortalecer pro que vier.

— É isso, nós gosta da paz, mas não foge da guerra. — completa Sábio bebendo mais um gole de cerveja — Tu fez o certo, irmão.

Sonho dos crias [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora