Capítulo 14

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Capítulo 14 - Pov Princesa
Cpx do Alemão, Rio de Janeiro
Segunda, 8 da manhã.

Pego o meu pão com ovo e café com leite, meu combinho de toda manhã, sento no sofá da sala e ligo a televisão. Procuro na tv o programa de notícias do rio de janeiro, ontem não saiu nada na mídia sobre a morte do Mendonça e eu to muito ansiosa pra saber quais serão os desdobramentos desse caso.

Ontem as coisas seguiram diferente do eu planei, se eu tivesse cabeceando essa cobrança, teria deixado o cara vivo e saído de lá com a minha grana. Eu sei que ele não ia atirar, tava curioso pra saber quem era eu, porque no momento que eu coloquei minha arma na cabeça dele, desafiei o ego de machão do cara.

Mas mesmo no impulso, Jogador foi determinante pra caralho, depois fiquei pensando que se ele não matasse aquele verme, não saberíamos que tinha policial aqui no morro. O que vai certinho de encontro com o que aquele cara falou pra gente no dia do baile, mas a interrogação que não sai da minha cabeça é: quem é o morro rival que tá fortalecendo essa briga com a polícia?

Apresentadora: Agora de manhã foi encontrado o corpo do policial Oswaldo de Azeredo Mendonça

— Jogador! Jogador! — eu vou correndo na ponta da escada e grito — O mendonça na tv!!

Apresentadora: O sargento da polícia militar foi encontrado morto em um motel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro com um tiro na cabeça e sem seus pertences

Jogador chega correndo apenas segurando a toalha na cintura e de cabelos molhados, indicando que estava no banho. Eu dou uma olhada no peito e abdômen dele e volto a prestar atenção no jornal que passa imagens da frente do motel.

Apresentadora: Mendonça adentrou o motel por volta das dez horas da noite de domingo acompanhado de uma moça que saiu do local poucos minutos depois dirigindo o carro da vítima.

Testemunha: Eles chegaram numa Evoque prata, eu estranhei por que o homem parecia bem mais velho que ela, ela era uma mulher muito bonita e logo depois saiu sem pagar dizendo que o marido ainda estava no quarto mas que ela precisaria buscar o filho e que o próprio marido pagaria quando saísse. — diz com aquelas vozes fakes pra não entregar a identidade.

Eu e Jogador nos olhamos.

— Impossível que ela acreditou nessa sua historinha — Jogador fala rindo.

— Foi o que deu pra inventar na hora.

Apresentadora:  A Polícia civil ouviu outros hóspedes que dizem ter ouvido o barulho do que poderia ter sido um tiro de arma com silenciador. A motivação da criminosa ainda é uma incógnita, mas a Polícia Militar respondeu em nota que lamenta profundamente o assassinato e que suspeita que seja algum tipo de retaliação pelos serviços prestados pelo policial à corporação.

— Não acredito que a idiota da recepcionista nem suspeitou de você. — eu olho pra ele indignada.

— Ela queria saber se eu tava sozinho, acho que ia rolar uma visitinha no meu quarto — ele dá aquele sorrisinho safado e eu jogo uma almofada nele rindo também.

Ele pega a almofada no ar e olho pra ele, me lembrando que ele tá só de toalha. Que pecado, meu Deus.

— Tá pronta pro treinamento? —  diz devolvendo a almofada pra mim que coloco no sofá

— To, vou só lavar a louça e escovar o dente — falo levantando e ele sobe as escadas indo se vestir também.

Morar com alguém é elevar o nível de intimidade muito rápido. Até o começo da semana passada eu jamais pensaria que veria o Jogador só de toalha, muito menos assistindo jornal da manhã sobre um crime que cometemos juntos.

Sonho dos crias [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora