Capítulo 44

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Capítulo 44 - Princesa

Cheguei do treinamento, Cecília e Jogador estavam em casa, ela colocou as coisas dela num quarto e nós fomos almoçar na Tia Jô, mais um dia de strogonoff da Dona Rita na minha vida, graças a Deus.

Hugo me falou que a casa lá já tem mobília, a menina que morava com os filhos foi pra outra cidade por causa do emprego. O marido dela era do movimento, mas acabou morrendo numa guerra e com o dinheiro que ficou, ela construiu a casa.

O resto do dia  fiquei com a Cecília, ela me contou os detalhes de como os pais descobriram que ela tava fazendo a contabilidade da boca. Só não foram buscar ela lá pra não desrespeitar meu pai, mas pegaram pesado com ela.

— Aí eu fui lá pra sua casa, conversei com teu pai, me cagando de medo dele não deixar eu vir pra cá, mas ele foi de boa — ela pega a pipoca no balde no meu colo — Pediu pra um segurança me trazer e eu disse que não precisava, que pegava um uber rapidinho, mas o BW se meteu, mandou eu entrar no carro, todo crente que ia chegar grandão aqui pra tu ficar sabendo.

— Nem soube que ele teve aqui. Graças a Deus.

— Lógico que não soube, Jogador barrou ele — ela diz e eu olho pra ela — Ainda esculachou, falou que tava sem tempo pra discutir com soldadinho dos outros e que se ele tivesse com algum problema era só mandar o Capitão ligar pra resolver. .

— O jogador é ridículo — eu rio jogando a cabeça pra trás.

— Minha filha, isso no radinho pra geral ouvir. O BW ficou verde de raiva, destratou o menino da barreira, um tal de Fiel. — ela nega com a cabeça — Agora imagina quando ele souber que tu tá com o Jogador.

Eu rio, Cecília fofocando até esquece dos próprios problemas, nem parece que foi deserdada.

— Dedé tá doido pra isso acontecer

— Eu também, quero um balde de pipoquinha e a primeira fila

— Vocês gostam do caos, né?

— Óbvio! — ela ri — quando não é comigo — ela dá de ombros.

— Ê amiga filha da mãe que eu tenho — levanto do sofá com o balde na mão — bora lá na Laís, ela quer ajuda com festa das crianças de Sábado.

— Tu não vai arrumar sua mala pra gente ir pra casa amanhã não? — ela pergunta, levantando também.

— Na volta eu arrumo, pouca coisa — calço meu chinelo — Outro dia a gente vai no shopping comprar coisa de casa pra você.

— Quando o treinamento acabar, você vai me abandonar e voltar pra Penha? — ela pergunta fazendo drama.

— Tu nasceu de sete meses? Tá pensando lá na frente já, pelo amor de Deus. Parece que a Penha é do outro lado do mundo e não um complexo perto do outro — eu rio

— Tu me largou lá e olha o que aconteceu. Fui expulsa de casa.

— E a culpa é minha? — eu coloco a mão no peito, indignada.

— Sim, vacilona — ela me dá a língua e vai em direção a porta.

Vamos andando pra casa da Laís, Pretinho tá na porta, olha pra mim e depois pra Cecília, parando de conversar com os seguranças da tropa do Sábio.

— Tranquilidade? — ele pergunta pra gente, ainda sem tirar o olho dela.

hmmmm, será que eu to entendendo certinho?

— Tudo bem e você? — ela pergunta toda fofa e eu prendo o riso, que safada.

— Patroa tá ai?

— Lá atrás, na função de arrumar coisa pra festa de natal das crianças.

Sonho dos crias [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora