Capítulo 62 - Cecília

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Capítulo 62 — POV CECÍLIA

Mensagem de voz de Dedé: Ceci, tô lá na casa ainda não. Vim resolver um bagulho pro Leão mas já volto. Dona Cláudia vai te receber lá, ela cuida da casa.

Tiro o celular da minha orelha e aperto o botãozinho do áudio.

Mensagem de voz de Cecília: Ah não, migo. Vou chegar numa casa que não conheço ninguém, sou tímida.

Envio e espero a resposta dele.

Dedé: hahah tímida nd. já tô chegando pow

Bufo e jogo minhas trancinhas pra trás quando o moço para o carro em frente a uma casa de muro alto. Abro minha bolsa e tiro três notas de cem da carteira.

— Muito obrigada, seu Jorge. Volta com Deus, viu? — entrego o dinheiro pra ele e pego minha mochila do lado.

— Feliz ano novo pra senhora — ele diz e eu sorrio, saindo do carro.

Ando até o portão enorme, me assusta uma casa desse tamanho. Fico procurando uma campainha igual uma idiota, mas não acho, ao invés disso a porta abre e eu vejo uma mansão de filme por dentro.

Por fora ela é toda branca e eu estico o pescoço pra olhar lá dentro, mas não vejo ninguém. Dou mais uns dois passos em direção a casa e vejo três carros de luxo, tipo aquele que o Jogador tem.

Um cara passa de fuzil no fundo da garagem, onde parece ter uma piscina. Dedé me trouxe pra dentro de um filme de ação?

— Oi — falo pra ver se ele vai me ouvir.

Ele olha pra minha cara, fala alguma coisa no rádio e vira de costas, sumindo na parte de trás da casa.

— Nossa, anjo, que simpatiquinho — eu rio — Chocada

Vou entrando na casa como quem não quer nada e apoio minha mochila no sofá. Desbloqueio o meu celular pra mandar mensagem pro Dedé.

Cecí: portão abriu sozinho, um segurança me ignorou e ngm veio flr cmg
casa de maluco

— Euem — eu solto uma risada — recepção de milhões.

— Também acho que falta simpatia nesses moleques — ouço alguém falar e me viro — mas eles confundem postura com marra, tá ligado?

Um homem de short e sem camisa fala comigo. Ele tem o cabelo levemente claro, os olhos são esverdeados e um sorrisinho típico de cafajeste. Deus me afaste dessa palmitagem.

— Ah oi — eu digo sem graça — Eu sou Cecília, vim encontrar com o Dedé — tento parecer simpática.

— Tô ligado — ele abre mais o sorriso, chegando mais perto de mim — Ele mandou um papo de que uma mina de trancinhas ia chegar aí — me olha nos olhos, me deixando mais sem graça.

— Ele me falou que a Dona Cláudia ia me receber, mas não vi ela ainda — tento olhar pros lados, desviando minha atenção do cara. Ele é muito gostosinho, tá me deixando nervosa.

— Ela tá lá em cima, já vai descer. Quer beber alguma coisa? Ficou um tempinho no carro pra chegar aqui.

— Aí, eu queria uma água mesmo — digo passando a mão na garganta

— Bora — ele passa a mão pelo meu pulso e me puxa em direção à cozinha.

Tudo aqui é meio impressionante, o toque dele na minha mão é uma coisa que eu não tava esperando, mas não consigo nem tirar o braço porque os detalhes da mansão me chamam muita atenção. Esse tal de Leão deve ser um velho rico pra caralho.

Sonho dos crias [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora