Capítulo 68

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Capítulo 68 — Lorena

Entro na sala da boca e vejo o Matheus olhando o feed de um  twitter. Ando até a mesa e ele levanta o rosto pra me dar um beijo.

— Tu não trabalha não? — Pergunto colocando meu fuzil perto da mesa dele.

— É trabalho — ele olha pra mim de baixo pra cima e volta a prestar atenção no celular, passando o feed mais rápido quando aparece a foto de uma mulher morena de cabelo liso.

— Não sabia que era trabalho de traficante ficar vendo foto de mulher no twitter — eu cravo a unha no braço dele pra ele me olhar.

— Ai, filha da puta — ele puxa o braço e passa a mão onde eu machuquei — É o twitter da mulher do Fael, sua maluca do caralho — ri.

Estreito os olhos e pego o celular dele, olhando as publicações da mulher.

— Elas não aprendem, né? — eu balanço a cabeça vendo as fotos dela com o cara — Tem que ostentar na internet. Tem a ver com a mãe do Dedé?

— Aham, tive uma ideia, vou jogar as duas mulher do Fael na conversa, falar que ele tá envolvendo família — chega a cadeira pra trás e me puxa pra sentar no colo dele.

— Ele tem duas mulheres? — faço cara de nojo — Bicho feio ainda — dou zoom na cara dele na foto.

Bandido burro dos infernos.

— Tá ligada como é. Vida de bandido é difícil ter uma só, muita mulher em cima — ele encosta na cadeira, me olhando com aquela cara de sonso que ele faz.

— Tô ligada porra nenhuma não — coloco o celular em cima da mesa e olho pra ele — Meu bandido tem uma mulher só.

— Ih, tu não falou que tava muito nova pra viver como marido e mulher? — passa a mão na minha barriga, próximo a minha costela, fazendo carinho.

— Então tu não vai ter porra de mulher nenhuma — cruzo os braços, puta, porque ele sabe debater comigo.

— E eu vou ficar sem comer ninguém? — pergunta segurando o riso, mas me estressa da mesma forma.

Agarro o rosto dele com as duas mãos e deixo os nossos narizes coladinhos.

— Tá querendo me estressar, Jogador? — pergunto estreitando os olhos e ele ri da minha cara, eu odeio muito ele — Mato você e a piranha que se meter contigo.

— Só fala — me provoca, da mesma forma como eu faço com ele. Que ódio.

Passa a mão no meu cabelo e beija meu pescoço, me fazendo arrepiar, mas o celular dele toca e eu vejo o nome do Dom chamando pela ligação do whatsapp.

Saio do colo do Matheus e sento na mesa, à frente dele, enquanto o vejo falar no celular.

— Suave então, vou mandar — passa a mão na minha perna — Valeu, tamo junto.

Observo ele mexendo mais um pouco no celular, querendo 10% da força que ele tem. Enfrentar tudo que ele enfrentou até aqui e continuar de cabeça erguida é bizarro na minha visão. Tenho certeza que ele não valoriza isso como deveria.

— Te amo — falo e ele para de digitar pra olhar pra mim.

— Também te amo, gostosa — sorri e envia a mensagem — Vou mandar Pikachu soltar um áudio meu pro Fael.

— Esculacha esse otário, mozão — digo incentivando ele, que ri com a minha forma de falar.

— Cinco minutos atrás tava me ameaçando de morte — nega com a cabeça.

Sonho dos crias [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora