Capítulo 35

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Capítulo 35 — Jogador
Cpx do Alemão, Rio de Janeiro

Eu observo o Dom conversando com a Lorena, ele chega bem perto dela diversas vezes e repara no corpo e rosto dela. Tô incomodado com a proximidade dos dois e quero saber que tanto de papo eles têm se não tinham nem se visto pessoalmente até hoje, não consigo deixar de olhar pros dois e ela percebe.

— Tá incomodado com eles conversando não, né? — Sábio me cutuca com o cotovelo direito enquanto segura o copo e a abraça a Laís com o braço esquerdo e o Coreano conversa com uns chegados dele.

— Num fode, Sábio — eu balanço a cabeça e os dois riem.

Ele sabe exatamente como eu me sinto, sou possessivo e impulsivo, então to puto pra caralho porque não posso ir lá dar um tiro na testa dele sem sair daqui todo furado igual peneira. Nem no meu nome ela tá, pra começo de conversa. Vou peitar o líder da facção, a troco de nada? Vou levar bala dele, dos seguranças dele e dela.

— Eu shippo — Laís diz dando de ombros

Dom levanta do sofázinho e vem na nossa direção, mas Lorena não vem atrás.

— Tô vazando, meus faixa — Dom cumprimenta o Sábio e depois eu — Satisfação máxima ver o morro de vocês crescendo pra caralho.

— É nós, po. Brota mais vezes, chefão — Sábio diz.

— Vou brotar — cumprimenta a Laís com a cabeça e olha pra trás, fixando o olhar na Princesa, ainda sentada no mesmo lugar.

Eu ajeito minha corrente de ouro no pescoço, tudo tá me incomodando hoje.

Dom troca uma ideia com o Coreano e vai embora com o bonde dele, então eu me viro, apoio na grade e dou mais uma olhada no movimento. Depois do show do Pikachu, Sábio nem animou de fazer a ronda que ele geralmente faz, mas o baile tá uma uva, os moleques fazem trenzinho de bico pro alto e os caralho.

Avisto lá embaixo, de vestido branco, uma mina que eu pegava, Jennifer, tá do lado do namorado playboy que ela arrumou. Ela é maneira, mas viu que eu não queria nada e saiu fora. Tá errada? Não tá.

Moleque mauricinho da zona sul em baile de favela é muito engraçado e por isso fico reparando neles. Quando ela me vê, toma um susto e desvia o olhar, fala alguma coisa na orelha da amiga dela e elas arrastam o menor pra fora do baile.

Como se eu fosse sair da minha paz por ela.

Eu deixo de olhar a pista e volto minha atenção pro camarote, Lais dança com uma garrafinha de água na mão enquanto Sábio e Coreano conversam. Um soldado do Coreano chega perto da mesa e puxa assunto com a Lorena que mexia no celular.

— Vou meter o pé — Aviso pros dois.

— Tá cedo — Sábio diz.

— Tô cansado — ando até o Coreano e passo o braço no ombro dele — Sobre a parada do Pikachu, depois nós resolve da melhor forma.

— Fica suave, tá tudo em casa — ele bate no meu peito — O irmão tá apaixonado — ri.

— Independente. — Eu nego com a cabeça — Me chama pra brotar lá na Rocinha qualquer dia — eu mudo de assunto.

— Tu não precisa de convite, brota lá que vai ser só luxo pra tu na minha conta.

— Tu fica só de papinho, Coreano — digo e olho o arrombado conversando com a Lorena ainda.

— Vo te ligar essa semana pra nós combinar — ele diz e eu concordo

Faço toque com o Sábio e abraço a Laís.

Ando até a Lorena que desvia atenção do menor e olha pra mim.

— Vou meter o pé, vai comigo? — eu olho pra ela e depois pra ele, ajeito a arma na cintura, chegando ela um pouco pra trás.

— Vou — bebe o final de bebida que tinha no copo e passa a língua no cantinho da boca pra limpar o líquido que escorreu — Tchau — ela sorri pro cara que conversava com ela e levanta guardando o celular na bolsa.

Não espero pra ouvir qual vai ser a resposta dele, só saio andando em direção a escada e sinto ela me acompanhando logo atrás. Desço as escadas e quando chegamos no fim do corredor, encontro o Chocolate na porta que separa a pista pra subida do camarote

— Tudo certo com o amigo lá, tá guardado em casa — ele ri se referindo ao Pikachu e eu balanço a cabeça.

— Vou partir também, não volto mais não — Bato nas costas dele — Curte tua noite aí, segurança do Sábio tá na responsa do Pretinho.

— Valeu, Jogador. Quer que eu acompanhe vocês até em casa? — Ele ajusta a bandoleira no ombro.

— Precisa não, vamo tranquilo.

— Eu faço a segurança do Sub até em casa — Lorena zoa apontando pra bolsa dela e o Chocolate ri.

— Vai rindo mesmo — digo e ele prende o riso.

— Vamo acompanhar vocês até o carro, o baile tá cheio pra caralho.

Chocolate e mais cinco vão abrindo caminho pra gente passar, nos despedimos na saída do baile e entramos no meu carro.

Dirijo em silêncio até meu portão, onde tem mais alguns seguranças dando plantão, jogo a chave do carro pra um deles e finalmente entramos em casa.

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nota da autora:
Segunda meta da minimaratona batida!

lembrando que:
10 novas ⭐️ = novo capítulo

meta para próximo capítulo:
agora a história tem 441votos, a meta é chegar a 451.
pra facilitar, vou aceitar votos em capítulos antigos também, o importante vai ser bater 451

Sonho dos crias [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora