E fé no pai, sei
Que todo mal contra mim vai cair por terra
Nós gosta da paz, mas não fugimos da guerra
Paz, justiça e liberdade, fé nas crianças da favela
Eu vivo a vida e amanhã não me interessa
Lorena, vulgo Princesa, tá terminando a faculdade d...
— Tu não me falou que o Leão vinha — Cecília fala comigo, por cima da música alta, mas focada em alguém atrás de mim e eu seguro o ímpeto de virar pra olhar também — Agora que eu ando armada, será que eu posso dar um tiro dele? — Ela segura a bolsinha, igualzinho eu faço. Muito minha cria mesmo.
— Se ela pode dar um tiro no moço ali que acabou de chegar, eu posso esquartejar o Chocolate que me botou de plantão só porque não aceitei conversar com ele — Kemily bufa do meu lado e eu tomo um gole da minha bebida, rindo.
— Vocês tão muito agressivas, cruz credo — Nego com a cabeça — Toma — Entrego o meu copo pra Kemily — Tá de plantão nada, manda o chocolate a merda, quem manda nessa porra sou eu.
— Tem certeza? — ela pergunta antes de pegar o copo.
— Sim, ele não vive falando aí que você é minha responsabilidade? Então agora vai ser mesmo, tu já ficou de plantão hoje cedo, vai dobrar não, não tem necessidade disso — Entrego o copo pra ela — Mas se eu fosse você, eu ia conversar com ele, não gosta dele? — ela faz biquinho, como se estivesse na dúvida.
— Vai conversar sim, Kekelzinha — Cecília cutuca ela, a fazendo olhar de rabo de olho — Também acho um absurdo enorme você se prender com um macho velho desse aos dezoito, mas seu coraçãozinho é dele, ué. Parem de putaria os dois e se amem — eu rio e viro de costas um segundo, trocando olhares com o Matheus.
Filho da puta, gostoso.
— Tu tá indo pela mesma lógica com o Leão? — pergunto ela pra provocar.
Fato sobre mim: Minha amizade com a Cecília é na base da perturbação. Tenho quase certeza que é por isso que dá certo.
— Meu coraçãozinho não pertence a ele — responde com desdém — Leão é emocionado, dei pra ele e o cara quer casar comigo, tenho saúde pra isso não.
— Minha mãe diz que quem desdenha quer comprar — Kemily diz, debochadinha que só. É por isso aí que o chocolate entra em parafuso, amo muito.
A Kemily não é muito de dar confiança pros outros, quem vê de fora, pensa que ela é toda quietinha, mas quando pega intimidade é diferente.
— Comprar o que, tô nem aí pra ele —- Cecília fala dancando o funkzinho gostoso que o Dj tá tocando.
Pego meu celular na bolsinha, enquanto olho pra tr'ás e vejo Leao e dede conversando com Jogador e Pikachu.
Princesa: queria vc aqui pra dançar um funkzinho eu, vc e Dadai tem certeza que nao quer vir rapidinho? falo pra alguém ir te buscar
Baile aqui pra mim, sempre vai ter a cara da Laís, independente do fato do Sábio não estar mais aqui, não quero que ela se sinta mal por se divertir um pouquinho.
Laís: Vo nada tô daqui
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no próximo eu vou, hj tô enjoadinha
Princesa: ta bem, se cuida, qualquer coisa grita
Dou mais uma checada no camarote enquanto guardo meu celular na bolsa, Chocolate entra pela porta e dá um sorrisinho pra mim quando vê a Kemily bebendo do meu lado.'
— Teu presente de deus tá vindo aí — Ceci diz pra ela, brincando com o canudo dentro do copo de energético.
— Ih, tô vazando — ela me estende o copo, mas eu faço sinal pra ela ficar com ele — Vem, Rapunzel, bora pegar mais bebida pra chefinha que teu presente de deus também também tá logo ali, olhando pra cá.
Kemilly puxa a Cecília pra mesinha perto do sofá onde ficam os baldes de bebidas e eu espero o Chocolate chegar perto de mim.
— Pode beber de plantão na sua segurança? — ele me pergunta, com sorrisão.
— Não to vendo ninguém de plantão bebendo aqui — nego a cabeça e fico vendo o movimento lá embaixo com os pés na grade.
— E aquela ali? — ele aponta pra Kemily, que tá fingindo que ele nem existe
— Plantão dela foi cedo.
— E eu mandei ela dobrar — ele coloca um sorrisinho de lado, olhando pra ela.
— E eu desmandei — eu rio — não vou deixar você brincar com a menina não, toma vergonha, caralho. Ela já tá aqui, agora é só você resolver — Dou dois tapinhas no ombro dele e vou andando até a rodinha que o Matheus ta.
Cumprimento os meninos que chegaram e fico ali curtindo com eles, apoiada no Matheus durante um tempão. Vários aliados chegaram, dando uma moral absurda pro Jogador, lotando o nosso camarote.
Nessa altura do campeonato, o baile já tá entupido de gente, Cecília tá rindo de orelha a orelha, prevendo o lucro de hoje.
Pikachu conversa com ela sobre os vapores e toda vez que eu olho pro Leão, ele tá de olho neles.
Pior que pensar na Cecília junto com o Pikachu é uma pilha muito errada, acho que ele ficou um pouco traumatizado depois dá raquel, ele não tá pensando em se envolver com ninguém, sempre me fala de uma ou outra menina, mas nunca se prolonga.
O dj toca uma música que eu gosto e eu rebolo na frente do Matheus, esfregando nossos corpos e sinto ele passar a mão na minha cintura.
— Faz assim comigo não, linda — diz com a boca colada na minha orelha, me fazendo arrepiar.
Eu apoio um pouco mais meu corpo no dele, descendo devagarinho, no ritmo da música, fazendo questão de passar a minha bunda nele.
Ele aperta a lateral da minha coxa e eu entro no modo que eu vivo só pra ele, mesmo que por poucos segundos. Dançando pra ele, na favela dele e no baile feito em comemoração ao comando dele.
Viro de frente pra ele, colocando meus braços ao redor do pescoço dele. Matheus me olha nos olhos e eu sinto o friozinho gostoso pra caralho de estar com ele. Amo demais esse homem.
— Gostosa — Ele diz colando nossas bocas, com a mao na minha bunda —- Eu sou foda pra caralho, foda-se, tenho a mulher mais bonita do baile.
— Convencido — dou uma mordidinha no lábio inferior dele, com gosto amadeirado de maconha e whiskey.
— Impossível não ficar contigo no meu porte — me puxa de novo pra baixar minha boca num beijo lento, mas duro.
Cecília chega perto da gente e eu olho pro fundo do camarote vendo o Chocolate roubar um beijinho da Kemily.
— Irmão, Chocolate vai colocar uma aliança no dedo dessa mina pela insistência — Matheus fala, enquanto eu viro de costas pra ele de novo e ele passa a mao na minha cintura.
— Aposto o meu salário que ela vai dar mais trabalho do que ele pensa — ela bebe a vodka com energético do canudinho.
— Qual a fofoca? — Dedé pergunta andando até a Cecília, logo à frente do Leão.
— Caralho, bando de bandido fofoqueiro — eu rio pegando o copo do matheus e tomando um gole.
— Tamo aqui pelo entretenimento, princesinha — Leão fala.
Sem disfarçar, a gente fica ali, vendo os dois discutindo de longe, chorei de rir com os comentários dos meus amigos. É fato que a Kemily tava dando uma esculachada no Chocolate, ele merece.
Cinco minutos depois, Dom chega no baile com o bonde dele, pesado na segurança.
— Baile lindo, irmão — ele cumprimenta o Matheus e o Pikachu olha pra mim.
— Tamo junto, po — Jogador responde.
— Tudo pronta da minha parte, os dois podem se preparar pra colocar a tropa na pista.