Capítulo 112 — Jogador
Viemos pra casa do Leão em Cabo Frio, eu vou viajar com ele mais tarde e vamos sair de helicóptero daqui. Minha ideia era tirar a Lorena um pouco da favela pra conseguir fazer os primeiros exames enquanto não fechamos com uma médica que vá no morro fazer tudo em segurança.
— Dia tá lindo — ela diz baixo, com as costas encostadas no meu peito.
Eu passo as mãos na barriga dela, enquanto curtimos um tempinho juntos antes de eu ir. Eu já me sentia preso à ela antes, mas agora, carregando nosso bebê, parece impossível conseguir ficar longe. Torcendo pra caralho pra essa viagem acabar logo.
— Vai pegar uma piscininha quando eu sair? — pergunto e ela olha pra mim, por cima do ombro — Aproveita pra curtir um pouquinho hoje, amanhã depois da consulta tu já vai voltar pro morro.
Tá tão gostosa com biquini e sainha rosa que é até um pecado eu não tá aqui pra ver essa mulher na piscina.
— Vou um pouquinho com a Cecília depois — pousa as mãos nas minhas, passando a pontinha da unha no meu braço tatuado — Tô ansiosa pra consulta amanhã.
— Queria tá aqui com vocês — aperto mais um pouco a cintura dela contra o meu corpo e cheiro o seu pescoço.
— Eu melhor do que ninguém entendo, também queria que você tivesse aqui, mas você tá lutando pela nossa felicidade e segurança — diz, virando pra mim — Não quero você bolado com isso. Ouviu? A gente te ama e vai ter muitos outros exames pra você babar no nosso neném.
— Vocês são a porra da minha vida. Papo reto mesmo, inacreditável como eu amo vocês. Meu irmão falava: "quando tu tiver uma mulher que feche contigo pra tudo e um filho pra cuidar, tu vai entender minhas atitudes" e, caralho, como eu entendo do que ele tava falando agora...
— Ele sabia que tu ia ser um marido e pai foda — ela sorri e me dá um selinho demorado — Tava pensando, não quero saber o sexo do bebê antes de nascer.
— Que isso, tá doida? — solto ela, dando dois passos pra trás — Tô maluco pra saber e tu querendo dar uma de misteriosa? — reclamo e ela ri da minha cara.
— Eu vi um vídeo tão lindo da moça descobrindo na hora do parto, quero isso também.
— E eu vou chamar meu filho de que nos próximos oito meses?
— De neném — ela dá de ombros e chega mais perto de mim — Vamo fazer um trato.
— Lá vem — nego com a cabeça rindo.
Essa mulher é bandida, mas eu já saquei todos os truques dela. Aceito perder poucas vezes nessa vida, quase sempre pra ela.
— A gente espera os oito meses e eu deixo você escolher o nome, mas não vale roubar — pisca os olhos olhando pra mim e eu levanto uma sobrancelha.
— Vai deixar eu escolher o nome? — duvido.— Vou, te juro, você escolhe os nomes, um pra menino e outro pra menina... Na hora do parto a gente descobre quem é.
— Tá bom, já escolhi — digo, sorrindo, porque já pensei mesmo.
— Já? — ela se surpreende, olhando pro meu rosto — Não acredito, achei que ia demorar mais.
— Claro, po. Tá achando que eu sou bobo, né? Te conheço, Lorena, tu é golpista. Quer mandar esse papo de que eu posso escolher, mas vai ficar oito meses tentando fazer a minha cabeça com os nomes que tu quer — ela ri, jogando a cabeça pra trás, e não nega.
Tô falando... Eu conheço a mulher que eu tenho.
— E posso saber quais nomes escolheu? — Concordo com a cabeça.
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Sonho dos crias [M]
FanficE fé no pai, sei Que todo mal contra mim vai cair por terra Nós gosta da paz, mas não fugimos da guerra Paz, justiça e liberdade, fé nas crianças da favela Eu vivo a vida e amanhã não me interessa Lorena, vulgo Princesa, tá terminando a faculdade d...