Epílogo

367 29 17
                                    

A ala B-6 do presídio era um lugar cinza e mal iluminado, mesmo trabalhando naquele lugar há alguns meses o Dr. Lúcio Fernandes ainda precisava ser escoltado, talvez aquele fosse o procedimento padrão e nunca mudaria, por fim ele é levado a uma sala, nela há apenas uma mesa e duas cadeiras, ambas chumbadas no chão de concreto, sobre a mesa há um elo de metal aonde prende-se a corrente das algemas, proibindo que o detento avance contra o médico psiquiatra, naquela dia seu paciente já estava ali, em posições.

Era um ex-pastor, tinha um olhar assustado e selvagem, pelo canto dos olhos constantemente fugia do foco, como se enxergasse algo que não estava ali, desde as visitas médicas seu estado apenas parecia piorar.

Assim que toma seu lugar o doutor libera os guardas para que saiam.

-Eles não acreditam em mim, doutor, não acreditam. Você sabe que eu não estou mentindo, sei o que eu vi.- diz o pastor, quase atropelando as palavras.

O homem põe sua maleta no chão e suspira calmamente.

-Não precisa se preocupar, eu sei pelo que está passando.- diz o médico de forma compreensiva.

-Não! Ninguém sabe, o senhor precisa me ajudar a sair daqui, o filho do Diabo ainda está a solta, eu preciso matá-lo!- a urgência do pastor é tanta que ele começa a bater as correntes contra o elo de metal, o psiquiatra solta uma leve risada enquanto ajeita sua gravata vermelho sangue, então se levanta e põe ambas as mãos sobre a mesa de forma ameaçadora.

-Eu vou repetir uma última vez.- diz o homem dobrando de tamanho enquanto sua pele só torna vermelha, um arco de fogo se forma ao redor de seus chifres, uma coroa, o pastor se encolhe na cadeira diante da presença demoníaca.- Demônios não existem.

Fim.

Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora