59- O Clube Do Livro - Parte I

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Acordo na manhã seguinte ansioso, conhecia Abigail e por mais que acreditasse em seus planos sabia que a garota podia ser um tanto quanto excêntrica às vezes.

De qualquer forma a biblioteca parecia o melhor ponto de encontro para nós, seria razoavelmente fácil e prático convencer meus de que estaria por lá estudando, era uma biblioteca!

A noite tento enviar para Heitor uma mensagem sobre o local escolhido, porém o garoto diz já ter sido avisado por Abigail, era difícil lembrar que ela tinha seu contato, me pergunto se os dois conversavam nas horas vagas.

Em nossas mensagens noto algo estranho no garoto, não sabia explicar, era como um segredo interno que fingia não existir.

Ainda esfregando os olhos sonolento apanho meu telefone sobre o criado mudo, nele encontro uma nova mensagem de Heitor.

"Estou ansioso por hoje, já estou com a mochila preparada." Afirma seguido de um emoji safado.

"Também estou, só espero que a Abigail não nos leve em um beco" digo rindo, por mais que a idéia de transar em locais proibidos me cativasse, algo dentro de mim pedia por um lugar mais íntimo para nós.

Como resposta recebo uma foto que me faz corar, trazendo de volta a ereção matinal que acabara de deixar meu membro. Diante do espelho está Heitor vestindo apenas uma cueca preta, com uma das mãos segurava seu celular e com a outra segurava uma camisinha como um convite, sorrio mordendo o lábio inferior, seu cabelo bagunçado lhe dava um ar fofo, fico ali bobo encarando a tela do telefone.

"Bem, a Abigail me prometeu, de acordo com suas palavras, que seria um lugar pra treparmos com força" responde ele rindo.

"Haha, é bem a cara dela falar isso"
"Espere aí, não acredito que ela contou mais sobre o lugar pra você do que pra mim". Digo indignado com a situação.

"Hahaha, não fique assim, ela só percebeu que eu tenho mais responsabilidades como seu homem" diz se gabando.

"Como assim responsabilidades? Eu sou tão homem quanto você, e responsável também" digo revoltado.

"Então tá, você pode levar a camisinha e o lubrificante" responde debochado, sinto meu rosto queimar, era verdade o que ele dissera afinal, as responsabilidades que Heitor tinha eram completamente inviáveis pra mim, comprar essas coisas carecia de uma coragem que eu não tinha. "Ficou mudo? Hehe".

"Está bem, eu admito, você é o meu homem" afirmo sem jeito.

"Haha, sou sim, e você é o meu homem, homenzinho bravo. Me desculpe por isso, só estava provocando pra te ver bravo. E quanto as coisas não precisa se preocupar, vou levar tudo, inclusive a ducha" Diz se explicando.

Queria ficar irritado com o garoto por me fazer de bobo, porém outra coisa surge em meu caminho, a ducha higiênica, até Heitor comentar sobre o assunto nem ao menos me preocupara com isso. Porém de certa forma me tranquilizo, aquilo significava que Heitor estava diante da situação e provavelmente não aceitaria um lugar em que não pudéssemos fazer tudo da forma correta, no fim das contas estava certo, ele era meu homem.

"Tudo o que você precisa levar é esse seu corpinho tão maravilhoso que amo, esse traseiro macio... E sua mochila, é claro. Falando isso, vou acabar de me arrumar e já estou indo pra biblioteca" afirma dando um fim a conversa.

Com aquilo salto da cama apressado, desço para tomar um rápido café da manhã, na mesa encontro minha mãe, essa não se opõe a minha história, estudar em um biblioteca sempre pareceria uma atitude genuína, não sabia se meu pai já havia saído ou estava no escritório, porém preferia não buscar problemas, sorrateiro volto ao meu quarto para me arrumar, visto uma cueca boxer branca, calças jeans e uma camisa social básica da mesma cor da cueca, mesmo sabendo que não iria estudar queria bancar esse papel, desço as escadas saltitante e com um rápido aceno de despedida para minha mãe parto na direção da cidade.

A biblioteca do município era um caso aparte, não era um prédio construído para tal finalidade, na verdade se tratava de um hotel histórico que fôra desativados alguns anos e comprado pelo estado, o visual externo era bem clássico com um interior moderno, mesmo não sendo um lugar grande e estivesse cheio de livros desatualizados acabava suportando a carência de não existirem livrarias no município.

Me sentia um pouco culpado reclamando de seu acervo, já que na verdade a única coisa que parecia me interessar ali era um homem. Não estava indo para me sentar e ler um bom livro, estava indo simplesmente para sentar...

Pensamentos libidinosos invadem minha mente, meu corpo responde instintivamente com uma ereção, encaro o volume em minha calça sem jeito, de cabeça baixa apresso o passo até meu destino.

O prédio da biblioteca era comprido e tinha dois andares ornamentados com a arquitetura local, suspiro antes de finalmente passar por sua entrada, as antigas e entalhadas portas de madeira davam por si próprias uma idéia da idade do prédio.

Em seu interior algumas dezenas de estantes cheias de livros formavam um labirinto sobre o carpete aveludado, encaro o cômodo ao redor receoso, não havia ninguém ali.

-Abigail?- chamo caminhando por entre as muralhas de papel, ao longe ouço uma risada abafada, sigo em sua direção. Chamo por seu nome novamente, a riso dessa vez escapa mais facilmente, encontro a garota na sessão de livros adultos, me aproximo para lhe cumprimentar.- Por que está se escondendo?

-Ah, você sabe como são as coisas, a biblioteca é um lugar perigoso, basta um minuto de bobeira e já chegam pelas costas comendo seu cú.- diz com um olhar astuto, lhe encaro confuso.

-Do que está falando?- indago perdido em seu raciocínio.

-Disso.- diz a garota estalando os dedos, pelas minhas costas sinto alguém me agarrando com força, o peso do homem que me agarra quase me desequilibra. Me assusto por alguns breves segundos até perceber que se trata de Heitor, o garoto então desfere vários beijos em minha bochecha.

Me sinto encabulado ao perceber que Abigail assistia a tudo, porém era tão bom receber aquele carinho do meu namorado, apenas relaxo, assim que termina seu ataque de carinho o garoto segura minha mão.

-Então,- digo tentando controlar o largo sorriso que se formara em meu rosto.- Aonde vai nos levar pra...

-...Treparmos com força.- Heitor completa minha frase da forma mais indiscreta possível, lhe encaro atônito sentindo meu rosto queimar.

-Amor!- digo sem reação.

-Espere até eu fazer o que tenho em mente antes de me chamar de amor, hoje vou te mostrar como se fode.- diz me lançando um olhar sádico, encaro Abigail desconfortável, essa assistia à cena como se aquele fosse o melhor dos filmes.

Nos olhos de Heitor percebo o quanto aquela situação lhe agradava, transar em um lugar público trazia muitos pontos a mente, a adrenalina de poder ser pego a qualquer momento, o crime sendo ultrajado pelo desejo, a excitação do proíbido, tais pensamentos começam a me envolver. Animado com a situação volto a Abigail.

-Então, aonde vamos?- indago, ao meu lado vejo Heitor arrumar seu membro por dentro da calça.

-A lugar nenhum, vocês vão transar aqui.- afirma abrindo os braços resplandecente.

Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora