Alguns minutos depois vemos uma Cassandra bem vestida e arrumada se despedindo e indo embora para seus compromissos na cidade, estávamos oficialmente sozinhos em casa.
Estranhamente não sentia a mesma euforia do dia anterior, aquele sentimento de que a qualquer instante estaríamos pelados nos atracando loucamente pela casa, sendo sincero tendo visto tudo o que vira na noite anterior queria apenas abraçar Heitor, de qualquer forma ele também havia presenciado tais cenas e seria uma falta de respeito ignorar seus sentimentos.
-O que você quer fazer?- indago deixando que ele decida, o garoto dá de ombros.
-Eu não sei.- diz refletindo enquanto observa a sala a seu redor.- Quer me ver pelado?
Nossa! Como era direto, pelo visto Heitor era mais durão do que eu quando se tratava de sentimentos, mas bem, era a casa dele e não tinha que questionar.
-Está bem.- digo me virando enquanto tiro a camisa, quando finalmente volto a enxergar encontro Heitor agachado sobre a estante da televisão apanhando uma caixa de madeira, ele se vira lançando um olhar confuso e surpreso.
-O que você está fazendo?- pergunta erguendo a sobrancelha.
-Hum, não sei, você falou em ficar pelado e...- tento me explicar, constrangido, o que faz o homem rir alto.
-Não. Eu perguntei se gostaria de me ver pelado,- diz ele balançando a caixa.- As fotos de quando eu era mais novo.
-Bem, em minha defesa você é uma pessoa altamente nua, inclusive veio tomar café sem calças.- argumento ajeitando a peça para vestí-la novamente.
-Ei ei ei, eu não mandei colocar nada de volta.- ordena autoritário, sabia que não adiantaria recusar.
Por nos sentamos lado a lado no sofá e passamos a folhear álbuns de fotografias, Heitor não mentira sobre sua nudes, havia uma foto de um bebê pelado e sorridente dentro de uma bacia de água.
-Incrível! Tanta água e não conseguiram apagar o seu fogo.- digo brincando.
-O seu fogo estou tentando apagar com leite, mas não está funcionando, não apaga e você ainda vem pedindo mais.- provoca apertando sua calça de forma exibicionista.
-O que eu posso fazer? Sou um mamífero, preciso mamar.- respondo a sua provocação, rimos e me beija a bochecha.
Folheamos mais algumas páginas pontuando fotos aqui e ali, o primeiro dente de leite que havia caído mostrado por um mini-Heitor banguela, o pequeno de pijama em frente a uma árvore de natal, todas tinham algum nível de relevância para o homem ao meu lado.
Tudo vai bem até um avistar A Foto.
-O que é isso?- aponto a imagem, rindo.
-Ah qual é? Vai reparar justamente nessa?
A indignação do garoto era válida, mas nada no álbum chamava mais atenção do que aquilo.
-Que fantasia é essa?- indago em meio às risadas. Ali estava um Heitor gordinho de 10 anos talvez, vestia um macacão marrom e peludo, sobre a cabeça havia uma espécie de capacete com orelhas arredondadas com um chapeuzinho entre elas, provavelmente a cereja do bolo fosse a cara absolutamente desanimada do menino e seu nariz vermelho.
-Eu era a maior criança da turma e fui coagido a interpretar o Papai Urso na peça Cachinhos Dourados, em minha defesa eu já tive performances melhores do que essa baixaria.
-Ah, nisso eu acredito, eu já te vi fazendo ótimas performances.- concordo, apalpando seu volume em seguida, o que faz o garoto reagir com um beijo, mas logo volta ao foco, o álbum de fotografias.
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Meu Demônio (Romance Gay)
RomanceGabriel prometeu a si mesmo nunca se apaixonar, o que as pessoas diriam se descobrissem que o filho do pastor é gay? Apenas a idéia de prejudicar seu pai o fazia estremecer. O tímido rapaz passa seus dias focado, deixando sua vida de lado enquanto...