Meu Demônio (Romance Gay)

42- Corpo a Corpo

-Precisamos rezar para que continue chovendo.- digo tentando não ser estraga prazeres.

-Pode até ser, mas se parar eu mesmo dou um jeito de fazer voltar.- diz batendo uma mão na outra tentando soar intimidador enquanto um sorriso tentava corromper sua cara de mal.

-Cuidado, vai fazer as nuvens chorarem desse jeito.- digo rindo.

-É essa a idéia.- semicerrando os olhos, me aproxime e na ponta dos pés lhe dou um beijo.

-Meu valentão. Cuidado, se continuar assim vai acabar sendo preso.- lhe advirto em um tom brincalhão, ele me beija de volta.

-Vai me visitar na prisão?- questiona levantando a sobrancelha.

-Não vou perder uma visita íntima.- digo apalpando seu volume, ele me encara estranho.

-Que conversa estranha.- comenta ele, assinto e caímos na gargalhada, Heitor se recompõe enxugando os olhos.- Certo, o que quer fazer enquanto isso.

-Não sei, a casa é sua, você pode escolher.- argumento, nem ao menos sabia o que havia por ali.

-Hum... Bem, temos uma sala de filmes no segundo andar, quer assistir algo comigo?

-Quero sim, tem algo em mente?- questiono.

-Acabei de ler Jogos Vorazes e tenho o DVD.- começa ele, então pára.- Você já deve ter assistido, não é?

-Assisti, mas que diferença isso faz, esse filme sempre vai valer a pena, ainda mais assistindo com o meu namorado.- afirmo, Heitor sorri.

-Meu namorado.- diz sonhador me beijando em seguida.- Vamos lá.

Depois disso seguimos escada abaixo até o andar inferior. Ali Heitor me guia até uma sala no fim do corredor.

Na parede da frente havia uma estante segurando a grande televisão, repleta de DVDs em suas prateleiras. As paredes do cômodo eram de um vermelho escuro. Diante da TV havia um grande sofá cama de veludo preto.

Heitor faz sinal para que eu me deite enquanto prepara a TV, ele passa os minutos seguintes ligando os aparelhos e procurando o DVD. Quando está tudo pronto ele apanha dois cobertores dobrados do lado oposto do sofá, me entrega, pega os controles e engatinha até mim, se ajeitando ao meu lado. Nos cobrimos e ele põe o filme para rodar.

Passamos as próximas horas ali assistindo, compartilhando o calor de nossos corpos e às vezes deixando nossas mãos deslizarem sorrateiras por debaixo das cobertas trocando carícias.

O filme está próximo do seu desfecho, Heitor ao meu lado vibrava com a história.

-Eu adoro essa cena.- comenta.

-Sério?- questiona curioso.- Não! Não conta, eu quero assistir.

Aparentemente Heitor não gostava de spoilers, apenas me calo, porém um forte estrondo vem de fora da sala, a energia acaba e tudo fica escuro.

-Ah qual é?!- diz o garoto transtornado.

-Está tudo bem.- digo tentando não rir, ponho a mão sobre seu ombro- A gente acaba de assistir outro dia.

-Ok.- diz Heitor se levantando, ele segue até a janela e abre a cortina revelando a cidade completamente apagada.- Mas agora é sério, eu te proíbo de ir pra casa.

Me levanto e sigo até ele e lhe abraço.

-Vai me proibir? Mesmo?- digo debochado,- Então acho melhor subirmos para o seu quarto.

-Ótima idéia.- afirma o garoto.- Vamos fazer o seguinte, você sobe e se prepara, enquanto isso vou buscar umas coisas e já te acompanho. A ducha está no armário, junto com as suas outras coisas.