90- MPREG

622 56 39
                                    

Depois da transa seguimos para um merecido e necessário banho, enquanto compartilhamos a água quente Heitor beija meu pescoço, era uma sensação agradável mas tinha medo de que aquilo progredisse até se tornar uma transa, a qual posteriormente seria descoberta por Cassandra que nos entregaria ao meu pai. Felizmente aquele pensamento também parecia ocorrer ao meu namorado, que após alguns minutos me deixa para se secar em uma toalha branca, ao lado da sua havia outra para mim, um cuidado que provavelmente Cassandra havia tido.

Logo estou acompanhando o garoto me secando, enrolo a toalha na cintura enquanto ele segue nu para o quarto. Ali ele veste apenas uma calça cinza de moletom, pensando bem era incrível pensar que o garoto não decidira permanecer pelado. Vasculho minha mochila em busca de algo decente, as roupas que havia usado ainda naquela noite estavam limpas mas não combinariam com um garoto descamisado de moletom.

Finalmente encontro uma bermuda leve e uma regata, a qual é arrancada de minha mãos assim que pego.

-Só a bermuda.- repreende o homem carinhoso, em seguida pisca um de seus olhos vermelhos pra mim. Apenas aceito seu pedido, já achava incrível que ele estivesse usando calças e sabia que qualquer comentário seria suficiente para despí-lo.

Descemos finalmente até a cozinha, aonde sacos de papel esperavam sobre o balcão, ali nos sentamos frente a frente enquanto Heitor retirava marmitas de isopor e preparava os pratos, minutos depois tínhamos um perfeito jantar para dois de macarrão a bolonhesa com uma garrafa de vinho para acompanhar. Não bebia álcool e aparentemente Heitor também não, mas por algum motivo Cassandra parecia acreditar que aquela era uma boa pedida.

Tentando fingir naturalidade tomo um gole, o que me faz tossir, a bebida era doce e não parecia muito diferente do suco de uva de caixinha, a única diferença que conseguia notar era o álcool causando uma leve queimação, o garoto do outro lado do balcão não parece lidar muito melhor, tomando um pouco e rodando o líquido na taça.

-Por que as pessoas ficam girando a bebida assim?- indaga pensativo, como se perguntasse tanto pra mim quanto a si mesmo. -E pensar que os gregos tinham um deus só pra isso.

Penso em pontuar que Dionísio não era apenas o deus do vinho, afinal suas influências iam muito além disso, ele era uma divindade da medicina, da loucura, das orgias e bacanais, no fim das contas Dionísio era uma representação do homem em seu estado de selvageria, quando estava fora de si e não restava nada para inibí-lo, os gregos adoravam-no pela histeria que o vinho causava.

-Ah, não dá pra julgar a história de um deus que foi feito pelas coxas.- digo brincando.

-Como assim?- indaga confuso- Eu pensei que fosse Hefesto o deus feio.

-Bem, na verdade Zeus se apaixonou por Sêleme, uma mortal que engravidou e estava esperando Dionísio, porém ela queria ver como Zeus era em sua verdadeira, ele não queria mas ela insistiu, por fim o deus acabou cedendo e se relevou. O corpo da mulher pegou fogo e o que sobrou foi o feto de Dionísio, o qual Zeus enxertou na própria coxa e terminou a gestação ali, Dionísio foi literalmente gerado na coxa.- resumo a história, que é ouvida por Heitor com uma pequena risadinha.

-Acho que os gregos deveriam ir com calma no vinho, alguém certamente muito bêbado inventou isso.- afirma ele, no fim das contas era algo bem provável.- E ainda dizem que fanfics com homens engravidando são loucura.

-Espera, o quê? Do que você está falando?- indago confuso, minha reação faz o garoto rir.

-Pois é, as pessoas escrevem bastante sobre isso, uma vez baixei um aplicativo pra ler histórias (Qual será o aplicativo? Hehe) e comecei a ler um livro e do nada o cara engravidou, e eu fiquei pensando: Gente?

-Você continuou lendo?

-Mas é claro! O livro era bom.- garante, saindo em defesa da história.

-E aonde esse bebê teria sido gerado?

-Eu sei lá, você acabou te me contar uma história sobre um bebê gerado na coxa de um deus. E eu aposto que Zeus deve ter sido um grávido muito pior do que a história que li.- pontua, bem, eu não tinha argumentos contra aquilo.

-Zeus era ruim quase o tempo todo, não acho que mudaria estando grávido.- digo, a ideia de um deus grego barrigudo e rabugento me faz rir.- Felizmente nós não engravidamos.

-Mas isso não nos proíbe de tentar.- diz o garoto virando o restante da taça e voltando a enchê-la.

-Você não ia me querer grávido, isso eu garanto.

-Está achando que abandonaria meu marido e filho?- questiona indignado erguendo a sobrancelha.

-Amor, eu não sei aonde o bebê ficaria, mas com a tamanho do seu pau se transássemos eu tenho certeza que ele nasceria com uma afundado na cabeça. Quer mesmo ficar nove meses sem transar?

-Ah, não tem problema, eu entraria no espírito da coisa e te daria de mamar durante a gestação.- Heitor diz seguindo com uma alta gargalhada, ali percebo que o garoto era fraco com relação a bebidas alcoólicas.

-Ok, vamos deixar o vinho de lado e comer, se acontecer de um dia eu engravidar (não vou) vemos o que dá pra ser feito.- digo puxando a garrafa para longe do homem, como filho do Diabo pesava que ele seria mais forte contra as coisas mundanas como o álcool, bem, estava errado.

Felizmente ter comida entrando em seu organismo parece aliviar o início de embriaguez do garoto, que aos poucos volta a seu estado calmo e amoroso. Depois de comermos e Heitor limpar a marmita falava com plena normalidade.

-Se um dia adotarmos um filho, podemos chamar ele de Eros?- indaga logo depois de limpar a boca com um guardanapo.

-Eu não sei se poderíamos escolher o nome, mas se pudermos acho um boa escolha, mas e se for uma menina?- indago.

-Eras. Tipo "The Eras Tour" da Taylor Swift.- diz, a ideia me deixa perplexo, não sabia se o homem falava sério, porém logo ele gargalha.- Estou brincando, eu sou gay mas não tanto, vamos colocar um nome normal, colocar nomes feios em crianças é motivo pra se ir direto pro inferno, sem julgamento, sem discussão, inferno e fim de história.

A indignação de Heitor quanto a nomes feios me faz rir, talvez ainda mais pelo garoto ser filho do Diabo condenando pessoas ao inferno.

-E Jenifer? O que acha?- indago enquanto o garoto da a volta no balcão e chegando me dá um terno beijo.

-Eu acho ótimo, dois pequenos correndo pela casa, Eros e Jenifer.










Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora