65- Dedo Mindinho

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Oi, tudo com com você? Então... Sobre o capítulo de hoje, eu tentei escrever ele pra ontem mas confesso, não conseguir acabar por que fiquei namorando a história, pra ser sincero fiquei até um pouco emotivo, não estou falando que precisam achar a mesma coisa, só quis dividir essa sensação que tive durante a criação, espero que gostem, boa leitura.

*****

Talvez a parte do meu relacionamento com Heitor fosse não poder gritar aos quatro ventos o quanto lhe amava. Enquanto tomávamos nossas bebidas podia sentir seu olhar atencioso me guardando, mesmo em um lugar público, em uma relação tão complicada, podia contar com seu cuidado e isso não tinha preço.

-Está realmente gostando?- questiona escorando o queixo em uma das mãos enquanto girava o canudo de seu copo com a outra. Assinto com a cabeça.

-E me desculpe por não ter dinheiro...-Começo, ele faz sinal como se aquilo fosse bobagem.- Mas juro que da próxima eu pago  o lanche.

-Tudo bem.- diz ele rindo.- Mas não tem necessidade, o mais importante você já me dá.

Heitor abre um sorriso enigmático que me faz corar, porém tento me manter calmo.

-O quê?- indago, garoto então muda seu copo de lugar deixando na mesa de madeira, um círculo úmido, ali ele desenha um coração com a água acumulada.

-Seu amor.- diz baixinho, um pouco sem jeito. Não sabia explicar o porquê, mas algo me dizia que sua forma de falar não tinha a ver com estarmos em público, de qualquer forma aquele não era o momento para questionar, meu coração parecia estar prestes a derreter com tamanha fofura.

-Bem, eu nem sei o que dizer, tipo, poderia falar que também tenho o seu amor mas...- Começo tentando organizar as palavras.

-Mas?- indaga Heitor aflito.

-Sei lá, olha pra você, tudo em você é tão maravilhoso, cada segundo com você é melhor que o outro e eu, sou só eu.- afirmo tentando mostrar meu lado, porém sou imediatamente cortado pelo garoto.

-Não, você é perfeito, te acho lindo, interessante, atencioso, dedicado... E tipo, eu tinha todos os motivos pra duvidar que alguém como você fosse me querer, sabe?- afirma de coração aberto.

-Como assim?- indago incrédulo, como seria possível isso?

-Você me quis de um jeito que ninguém nunca jamais fez, conheceu quem realmente sou e ainda assim ficou. Tem idéia de como é surreal pra mim? Me sentir desejado com tudo isso aqui dentro.- desabafa ele, o lugar não era o ideal mas precisava fazer algo, aproximo minha mão até nossos dedos mindinhos se tocarem, isso faz o garoto sorrir.

-O que você chama de tudo isso eu chamo de muito mais do poderia pedir.- afirmo sem a menor sombra de dúvidas.

Podia não dizer aquilo para não deixar Heitor para baixo com a idéia, mas o garoto poderia esconder o monstro mais terrível por debaixo de sua pele, eu jamais me importaria. O homem esfrega os olhos.

-Acho melhor pararmos por aqui ou vou começar a chorar.- diz sutilmente emocionado.- Acho melhor mudar de assunto, vamos para a minha casa amanhã depois da escola? Um lugar mais reservado pra...

Os olhos de Heitor brilham maliciosos, por debaixo da mesa seu joelho desliza por entre as minhas pernas.

-Sim!- disparo sobressaltado, minhas pernas involuntariamente tentam se fechar, o garoto se diverte com a situação. O que estava fazendo? Sabia que não tinha permissão para ir a casa dele.- Digo, vou tentar que inventar alguma coisa mas não prometo nada.

-Diga a eles que saímos para lanchar e está me devendo, se quiser posso ir até a sua casa antes de irmos para a minha, acho que soaria bem convincente.- diz engenhoso me fazendo sorrir, era incrível como as pessoas se esforçavam quando o assunto era sexo.

-Está bem.- digo cedendo, o que faz Heitor comemorar, no fim não podia negar que estava tão ansioso quanto ele, apenas um pouco mais receoso por conta dos meus pais. Depois disso volto a tomar minha bebida já no fim, por alguns segundos o garoto apenas me encara, com um aceno de sobrancelha questiono o motivo daquilo.

-Você chupa tão bem.- sussurra ele devasso, me fazendo engasgar.- Ai meu Deus, você está bem?

Depois de alguns me recompondo assinto com a cabeça. Ele sorri e tome o último gole de seu copo, faço o mesmo e lhe lanço um olhar maroto.

-Me fazendo engasgar como sempre.- digo entrando em sua brincadeira, porém o rapaz me encara corado, sem responder nada, um silêncio que acaba soando constrangedor, havia errado no tom da piada?- Então, vamos embora?

-Não dá.- diz Heitor aflito, me pergunto o que estaria acontecendo, talvez ele tivesse esquecido a carteira e só agora se lembrara, mas logo a verdade vem a tona.- Eu não posso levantar, tô duro.

Tento conter a risada mas é impossível, o garoto me encara sem jeito e trato de me controlar.

-Está bem, apenas feche os olhos, respiro fundo,- começo, ele faz o que peço.- E pense em nós dois amanhã, na sua cama, duas vezes seguidas...

-Filho da mãe!- protesta ele abrindo um olhos irritado.- Eu devia bater um você.

Heitor tenta soar ameaçador, mas naquele ponto da conversa me sentia desinibido como se o milkshake tivesse uma boa dose de álcool.

-Sim, devia, então por que não faz isso comigo amanhã na sua casa? - lhe provoco, o rosto do garoto parecia uma roleta de sentimentos, misturando tesão, ansiedade e um pedido de piedade.

-Eu faço! Eu faço tudo o que me pedir, mas por favor pare de fazer isso comigo, ou nunca mais vou levantar daqui.- implora ele.

-Está bem, eu paro.- digo me redendo, nos minutos fico em silêncio, assistindo Heitor ajeitar a camisa na tentativa de esconder seu volume, minha mente adoraria dizer que tinha um lugar para guardá-lo mas sabia que feito uma promessa, e no mais, sabia que aquela hora iria chegar.

Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora