57- Dedo No C* E Gritaria

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Depois do banho nos secamos e seguimos para o quarto enrolados em toalhas, o que pensando bem não fazia muito sentido já que havíamos ido para lá pelados e naquela casa a nudez parecia não ser um grande tabu, bem, pelo menos não para Heitor.

Me visto apressado, bem, pelo menos eu, Heitor apenas me assistia sorrindo.

-Não vai se vestir?- indago um pouco constrangido com seu olhar. Recebendo a mensagem ele apanha a primeira bermuda que aparece no armário e começa a pôr.- E a cueca, desistiu de usar?

Heitor me lança um olhar safado ajeitando seu pacote por dentro da calça.

-Não preciso mais, já tenho aonde guardar meu membro.- afirma com astúcia, demoro a perceber sua intenção.

-Ei! Eu não sou um porta-rôla.- digo indignado, o garoto então faz um biquinho fofo.

-Poxa, que pena, ela encaixa tão direitinho.- diz se lamentando.

-Que encaixa, disso eu tenho certeza, afinal foi você que fez o estrago.- acuso irônico, Heitor ri orgulhoso.

-Mas já que é assim, não vamos usar a denominação porta-rôla, está bem? Digamos que o seu traseiro é um refúgio pra meu membro, e que quando está cansado ele se deita lá pra recuperar as energias.

-Cansado?- questiono desconfiado.- E com que frequência ele fica assim?

-Ah, acontece muito, sabe? Sempre que trabalha "duro" ele precisa de um bom descanso.- afirma fazendo aspas com os dedos. Sigo para apanhar minha mochila.

-Acho que vou cobrar pela estadia.- digo conferindo seu interior para garantir que não havia esquecido nada, porém quando me levanto sinto o toque caloroso de Heitor que me envolve em seu abraço.

-Posso pagar com gozadas e carinho?- questiona beijando meu pescoço, safado.

-Hum, acho que pra você eu abro uma excessão.- digo derretido, o garoto então desliza sua mão por dentro da minha calça acariciando minha entrada.

-Abre mesmo.- diz sorrindo cafajeste, suspiro ao seu toque.- Me diz uma coisa, vamos nos encontrar amanhã?

-Eu não sei.- digo tenso, tinha certeza de que meu pai não cairia duas vezes seguidas nessa história de fazer trilha, e mesmo que caísse seria com certa desconfiança.- Sendo domingo fica difícil, costumo ficar em casa com meus pais ou no quarto, não quero levantar suspeitas.

-Por favor.- pede, lhe encaro e encontro um homem com cara de cachorrinho triste, fico sem jeito, não conseguia imaginar uma forma de fazer aquilo dar certo, ele percebe o que quero dizer pelas feições.- Nem se eu pedir com jeitinho?

Meus olhos se abrem surpresos quando Heitor adentra dois dedos em meus interior, estes com espaço brincam ali me fazendo curvar os joelhos devido ao prazer de seu toque. O homem volta a me beijar.

-Por favor.- pede novamente, porém agora sua proposta parecia muito mais convincente.

-Eu... Eu vou dar um jeito.- afirmo excitado, ele então me libera de seus dedos.

-Hum, ainda bem que você concordou de forma espontânea.- diz soando aliviado.

-Ah, claro, me muito espontâneo tomar uma decisão quando o demônio está com as garras cravadas em você.- digo me virando para lhe encarar, o garoto fita o chão.

-Você precisa mesmo ficar tocando nesse assunto?- indaga incomodado.

-Me desculpe se isso te incomoda, não tinha percebido, mas assim... Pra mim tudo bem ser isso, continuo gostando de você.- argumento, Heitor me encara sério, então sorri sem jeito.

-Sinto muito, eu meio que, sei lá, acho que ainda não me acostumei com a idéia.- diz frustrado, lhe abraço gentilmente.

-Está tudo bem, vá no seu tempo.- digo lhe incentivando.

-Obrigado.- diz depois de alguns segundos.- Certo, acho que você precisa ir pra casa, não é mesmo?

-Pois é, as fotos da trilha estão acabando.- observo, Heitor veste uma camisa e esboça um sorriso.

-Certo, eu te levo até a porta então.- diz ele, com o coração pesado por ter de ir embora sigo o garoto escada abaixo.

Assim que chegamos no primeiro andar encontro Cassandra a nossa espera no sofá com um copo de sua poção ao lado, me sinto sobressaltar, havia me esquecido completamente da mulher ou da bebida que Heitor pedira a ela.

Essa se levanta e vêm em nossa direção trazendo em suas mãos um bandeja, junto ao recipiente haviam pedaços de uma barra de chocolate para aliviar o gosto daquele sumo tão desagradável.

-Gabriel, estou tão feliz que tenha vindo aqui em casa de novo.- diz ao me entregar o recipiente, dou um passo para trás, tenso. Me lembrava de sua reação durante o jantar em minha casa, da forma com que a mulher prometera cortar laços entre nós, suas mudanças de humor pareciam tão perigosas pra mim, ela percebe minha reação. -Oh, me desculpe querido. Eu prometo que não vou te atacar ou brigar com você, só queria te agradecer, vamos beba sua poção.- diz de forma gentil, cauteloso viro o copo apanhando um cubo de chocolate em seguida.

-Me agradecer pelo quê?- questiono confuso.

-Ora, por ter salvo meu filho, impedido que ele entrasse na igreja e por não contar nada a ninguém.- afirma ela, imediatamente meus olhos se viram para Heitor, sério encaro o garoto que começava a corar envergonhado.

-Por que você mentiu pra ela?- indago enquanto a mulher nos encara perdida.

-Como assim mentiu?- questiona irritada, Heitor se vira pra mim sem jeito.

-Me desculpa, eu queria ganhar uns pontos pra você com ela. Achei que seria bom já que não se dão muito bem.- confessa o garoto.

-Alguém pode me explicar o que está acontecendo?- pede Cassandra exaltada.

-Acontece que o seu filho aparentemente não te contou a verdade.- começo me virando para a mulher.- Por que ontem a noite quando você me ligou pedindo pra que eu não deixasse seu filho entrasse na igreja foi meio tarde demais, estava com o telefone na mão falando com a senhora e o bonito aparecendo na entrada, tentei evitar mais quando cheguei já era tarde, ele já estava dentro da igreja.

A mulher a minha frente parece tentar digerir as informações de várias formas diferentes, como mãe por ter sido enganada, provavelmente por ter me visto por algo que não tinha feito, pelas próprias expectativas do que imaginava que iria acontecer.

-Mas você tem certeza de que ele entrou na igreja?- questiona duvidosa.

-Mas é claro que eu tenho certeza, ele assistiu ao culto.

-Mas e quanto a você, ele te contou a verdade e continua aqui, ou ele também te contou uma mentira?- indaga ríspida encarando o filho.

-Ei, pode ir parando por aí, se a verdade for que ele é meio demônio posso te garantir que estou ciente, ele me contou isso.- digo lhe retaliando, quem estava dando bronca em Heitor era eu.

-E você vai ficar com ele mesmo assim?- indaga cética, a forma rude com que mulher diz isso parece ferir Heitor ao meu lado, em suas palavras parecia que o garoto era completamente indesejável, estendo a mão agarrando a sua, ele me encara surpreso.

-Mas é claro que vou, ridícula! Ele é MEU namorado antes de ser filho do Diabo, eu amo o seu filho e vou continuar amando mesmo que apareça um par de chifres de demônio na cabeça dele.- afirmo sem rodeios, a mulher recua.

-Eu...eu...- ela começa a gaguejar, volto a encarar Heitor.

-E você, nunca mais invente de mentir pra mim ou pra me deixar bem na fita, se sua mãe não gosta de mim ela que se dane.- digo virando o copo de poção de uma só vez.

-Nossa.- diz Cassandra impactada, encaro Heitor uma última vez.

-Até amanhã, vou descobrir aonde nos encontramos e te aviso.- digo apanhando quatro cubos de chocolate de uma vez.- E não vou te beijar por que minha boca está com o gosto horrível.

E com isso enfio os doces na boca e sigo na direção da porta, o recado estava dado.


Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora