28- Bandeira Branca

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Passo os minutos seguintes rolando na cama, era difícil dormir quando o dia seguinte prometia tanto. Mas depois de alguns de algum tempo o sono vence a ansiedade e embarco em uma longa noite de sono, essa se calma, sem sonhos.

Acordo na manhã seguinte com quinze mensagens de Abigail, abro a conversa e descubro que todas diziam a mesma coisa: MEU DEUS! Não tinha dúvidas de que ela havia visto a foto de Heitor.

Além do uniforme preparo uma sacola de roupas limpas e ponho na mochila, visto minha melhor cueca, e sigo para o andar de baixo para tomar um rápido café da manhã.

-Bom dia mãe, eu estava conversando com o Heitor ontem e vou almoçar lá na casa dele. Não precisa se preocupar em fazer nada pra mim.- digo, na verdade não havia sequer comentado nada sobre isso com ela sobre aquilo, mas não queria perder tempo voltando para casa, tudo o que queria naquela tarde era ficar sozinho com Heitor em seu quarto, fazer acontecer o que havia prometido para ele.

-Bom dia filho, tudo bem. Sabe, eu gostei muito do seu amigo, é um rapaz muito respeitoso, tudo o que ouvi ontem porém vocês dois estudando, sem baderna e conversas aleatórias, é uma boa pessoa.- diz ela contente e satisfeita.

-Ele é sim.- digo apressado enquanto uma voz interna gargalhava e gritava "É mentira! Mentiiiiira!" Mal sabia ela das conversas que havíamos tido pelo caderno de Heitor e que ainda no fim o rapaz respeitoso havia me apresentado seu membro, um verdadeiro cavalheiro.

-Acho que ele é uma boa companhia para você, diferente da Abigail.- diz finalmente começando a mostrar o ponto ao qual queria chegar. Como sempre havia um ponto por trás de tudo. Dou um último gole em meu copo de café, tudo o que passava pela minha cabeça naquele momento era chegar a casa de Heitor e fazer muito mais com meu bom amigo do que jamais fizera com Abigail.

Termino de me aprontar e parto rumo a escola, não conseguia controlar a raiva que sentia, o que havia de tão errado com Abigail afinal? Seria ela uma pessoa tão ruim? Talvez o problema não estivesse com ela, mas sim nos meus pais por se acharem tão superiores.

Assim que atravesso a entrada do pátio vejo a garota correndo em minha direção, eufórica.

-Gabriel!- anuncia me recebendo com um abraço.

-E aí?- retribuo, ela era uma das poucas pessoas que costumava me abraçar, na verdade até a chegada de Heitor na minha vida era basicamente a única.

-O seu boy me mandou a foto que prometeu. Amado... Eu fiquei no chão! Toda me tremendo de queixo caído. Que homem!- exclama exaltada. - Não vou negar, bati uma senhora siririca pra aquela personificação do pecado.

-Fico feliz que tenha gostado.- digo tentando soar o mais simpático possível.

-Ei, o que foi meu anjo? Tá triste, aconteceu alguma ontem entre você e o Heitor ou algo do tipo?- indaga preocupada.

-Não, ontem foi tudo ótimo, o Heitor é uma ótima companhia mas...- travo por alguns instantes, não queria que Abigail se sentisse culpada ou que aquilo soasse como um aviso para que se afastasse de mim, pois não era o caso.- Minha mãe foi elogiar o Heitor como se ele fosse uma melhor, pra ela e como se eu não tivesse motivo pra te ver mais.

Abigail gira exaltada batendo uma mão contra a outra.

-Velha desgraçada, se fodeu! Caiu direitinho na armadilha. Quis tirar o filho das mãos da má influência aqui.- diz apontando para si.- Mal sabe ela que está jogando encima do colo de um macho, aonde tem uma rola enorme pra ele quicar.

-Então, acho que está certa.- digo sorrindo.

-E eu ainda continuo sendo sua amiga.-diz vitoriosa.

Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora