40- Na Base Do Ódio

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-Dormir na casa do seu amigo?- indaga minha mãe, era como se tentasse assimilar a idéia mais do que perguntasse a alguém.

-Sim, ele me convidou e a mãe dele está ciente disso, não vai ser nenhum incômodo para ela, prometo me comportar.

-Hum, entendo.- a mulher encara a porta pela qual meu pai havia saído, pensativa.- Acho melhor não, pelo menos não por hora. Nem ao menos conhecemos a mãe de Heitor.

-Certo.- digo chateado, sendo assim me restava apenas uma opção, talvez a mais indesejada. Conhecia meus pais e já havia lidado um pouco com a mãe de Heitor, uní-los poderia causar reações catastróficas, mas se esse era o preço não tinha escolha.- Sendo assim, posso convidar a mãe de Heitor pra jantar aqui algum dia?

-Bem, seria adorável recebê-la.- confirma ela, talvez ainda imaginando como tal momento seria perfeito para mostrar seus talentos culinários.

Depois disso subo para tomar um banho, lavo meu traseiro ainda escorregadio pelo lubrificante, curioso ponho meus dedos em minha entrada, ainda amortecida pelos trabalhos de Heitor eles adentram sem dificuldade. Sabia que havia uma grande diferença ainda, mas de certa forma me sentia muito mais preparado com a idéia de suportar a virilidade de Heitor.

Depois do banho me enrolo na toalha e sigo até meu quarto, fecho a porta e antes mesmo de me vestir apanho meu celular para contar sobre minha decisão.

"Decidi uma coisa, estou pronto" envio a mensagem.

"Pronto pra quê?" Indaga Heitor confuso.

"Pra dormir com você... Para transarmos" Digo me soltando.

"Tem certeza? Não quero de forçar a nada" diz claramente preocupado comigo.

"Tenho, é tudo o que eu mais quero" digo com um sorriso bobo no rosto.

"Então isso significa que os seus pais te deixaram dormir aqui, não é?" Diz ele esperançoso. Permaneço alguns instantes sem digitar nada, não sabia como dar aquela notícia.

"Então... Minha mãe não me deixou dormir aí, ela disse que quer conhecer a sua mãe antes disso" informo sem jeito.

"Hum" responde ele, pode sentir sua inquietação. Algo me dizia que aquilo não era apenas sobre adiar nossa noite juntos.

"Eu disse pra ela que vou convidar vocês para um jantar aqui em casa" informo a espera de sua resposta.

"Vou falar com a minha mãe sobre o assunto, mas não prometo nada, minha mãe não costuma socializar muito" afirma.

"Se ela não quiser podemos fazer sem dormirmos juntos, sei lá" digo sem graça, sabia que tal opção ia completamente contra o romantismo de Heitor.

"Vamos dar um jeito" afirma ele.

Depois disso nos despedimos, ainda inquieto com as opções me deito, precisava tentar dormir, após alguns rolando na cama embarco numa noite de sonhos estranhos e sem importância.

Na manhã seguinte acordo e sigo para tomar meu café, o dia prometia ser frio e cinza. Enquanto comia minha mãe me lembra de convite para o jantar, desanimado assinto.

Depois de me aprontar sigo para a escola na primeira encruzilhada diante de minha casa encontro Abigail que vem correndo em minha direção.

-Bom dia!- diz ela vibrante.

-Bom dia.- digo sorrindo, sua presença me fazia esquecer dos problemas que vinham se formando.

-E aí? Como foi com o Heitor ontem? Usaram meus presentes?- indaga ansiosa, no fim o motivo principal de tudo era saber sobre seus presentes.

-Por que me disse que os chicletes eram para beijar?- questiono esbarrando em seu ombro.

-E para o que mais seriam?- questiona se fazendo de desentedida.

-Você sabe muito bem para o que eles servem! Mas deixa pra lá, o Heitor adorou, obrigado.- informo.

-Olha aqui menino, você me respeite, eu sou evangélica, quase uma freira, eu não sei nada dessa história de usar chiclete na hora do boquete.- diz ela fingindo está indignada, eu começo a rir.- O que foi?

-Eu nunca disse que tinha usado eles para fazer um boquete.- lhe lembro, ela percebendo seu deslize se junta a mim.

-Mas usou, né?- indaga, assinto com a cabeça.- Hum... Safadinho. Me conte mais, o consolo, usou?

-O dildo?- indago, meu rosto queima com aquela lembrança.

-Já vi que usou, como foi?- questiona.

-O Heitor... Bem...- Não sabia como confessar aquilo, Abigail me encarava sedenta.- Ele me pôs para fazer as tarefas de casa com ele dentro de mim.

Minha amiga não responde nada, mas nós dois minutos seguintes fica boquiaberta enquanto caminhamos, então retoma seu fôlego.

-Adoooro!- grita ela aos quatro ventos, fico sem jeito com sua reação.- E você?

-Eu tive que fazer o que ele pediu.

-Hum, menino obediente, gosto assim.

Chegando na escola encontro Heitor, Abigail se despede e nos deixa a sós.

-Oi.- digo lhe cumprimentando- O que sua mãe disse sobre jantar na minha casa?

-Oi, bem, ela disse que vai pensar no assunto, mas me pediu uma explicação, acabei soltando que estávamos querendo ter nossa primeira vez.- diz sem jeito, provavelmente por ter exposto nossa intimidade para sua mãe.

-Ela ficou brava?- indago preocupado, mesmo depois de ontem não sabia sua opinião sobre mim.

-Bem, ela disse...- Heitor parece envergonhado com o que tinha a dizer.

-O que foi?- indago preocupado.

-Ela falou que pra me ver feliz e que se for para você se foder, ela vai dar um jeito.- confessa.

-Hum, vou lhe agradecer quando tiver oportunidade, eu acho.




Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora