43- Submersão

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Mesmo para os padrões de Heitor, o garoto parecia especialmente afetuoso naquela noite, frequentemente me beijava e dizia me amar, seus olhos traziam uma expressão completamente diferente de pouco tempo atrás, sua selvageria dera espaço para carinho.

Permanecemos ali por um longo tempo, tempo suficiente até mesmo para a energia voltar até ele finalmente se levantar.

-Vamos tomar um banho?- convida me estendendo o braço.

-Vamos.- digo me movendo para fora da cama, porém ao tentar sinto uma fisgada em meu interior, meu rosto se contorce, ultrapassar os limites do meu corpo tinhas suas consequências afinal.

Heitor ao perceber isso se aproxima preocupado.

-Eu te machuquei? Eu sinto muito, quer ir para o hospital?- indaga nervoso, volto a me deitar.

-Não, tudo bem. Só preciso ficar aqui e descansar um pouco.- digo tentando acalmar o homem a minha frente. - Pode tomar seu banho sem mim.

O garoto dá um passo para trás, ele visivelmente se sentia culpado, queria argumentar e dizer que ficaria bem, mas sabia que qualquer feição de dor minha lhe deixaria ainda pior.

-É sério, pode ir. Prometo que não vou sair daqui.- digo brincando, provavelmente não conseguiria de qualquer forma, o garoto a minha frente balança a cabeça em negação.

-Nada disso, eu não vou te deixar aqui sozinho de jeito nenhum.- afirma relutante se aproximando novamente, passando os braços por baixo de mim.

-Ei, o que está fazendo?- questiono rindo apesar do desconforto, o forte homem me ergue e põe em seu colo.

-Não é óbvio? Estou cuidando do meu namorado.- afirma beijando minha bochecha enquanto me carrega na direção da porta.

Um pouco desajeitado o garoto me guia até o banheiro, ali ele deposita meu corpo gentilmente dentro da grande banheira que havia ali, me ajeito até encontrar uma posição confortável enquanto Heitor abre a torneira, água quentinha começa a tocar meu pés e logo em seguida meu traseiro, a sensação era reconfortante.

Meu cuidadoso homem se senta ao lado da banheira assistindo satisfeito o sorriso que vinha ao meu rosto. Me arrasto mais para o canto dando espaço.

-Entra aqui comigo.- peço, ele porém se levanta e balança com a cabeça negativamente.

-Antes preciso fazer uma coisa.- diz e sem mais explicações segue em direção a porta e some. Fico me perguntando o que estaria fazendo, ali sozinho espero seu retorno, quando o garoto finalmente volta a água já cobria meus joelhos dobrados, em suas mãos haviam um copo de água e dois comprimidos que ele me entrega.

-Tome isso, são para dor, devem te ajudar.- afirma.

-Obrigado.- digo, lhe devolvendo o copo vazio em seguida.- Mas agora sem desculpas, venha cá.

Novamente abro espaço na banheira e Heitor se senta do lado avesso me deixando entre seus pés, com o volume de seu corpo a água sobe enchendo completamente a banheira, o garoto sorri.

Naquele momento já mal sentia qualquer dor. Heitor sempre estivera certo nos dando tempo e me preparando para aquele momento, provavelmente dormir com ele em nossa primeira vez não fosse apenas um questão romântica, eu provavelmente não estaria em condições de ir para casa depois de transarmos e nem de agir com naturalidade, seria difícil explicar para minha mãe a incapacidade de sentar normalmente que estava sentindo. No fim ele se mostrava muito mais homem cuidando de mim do que quando estávamos na cama.

-Obrigado por tudo.- digo sorrindo.

-Não precisa agradecer, na verdade quem deveria estar sou eu, você foi um companheiro fantástico, estava com medo de que algo desse errado, sei lá, até mesmo broxar.- confessa ele, eu rio.

-Pelo que senti você fez muita coisa, menos isso.- afirmo, o garoto fica ruborizado e logo percebo o motivo.- Senti no bom sentido, o prazer que me causou... Foi surreal.

Minha explicação lhe faz voltar ao esboçar um sorriso.

-Posso soar cafajeste ou promíscuo, mas... Seu interior é muito confortável, precisei me segurar muito para não adentrar totalmente.- diz encolhendo os ombros.

-Tudo bem, eu gosto desse seu jeito cafajeste, mas quanto a pôr seu grandão dentro de mim, não se preocupe, essa foi só a nossa primeira vez, tenho certeza de que futuramente vai pôr tudo aquilo dentro de mim, e sem dor.- afirmo confiante.

-Por via das dúvidas vou encomendar uma cadeira de rodas.- diz ele, nós rimos.

Depois de algum tempo a água começa a esfriar, Heitor sai e põe a banheira para esvaziar, com um pouco de esforço me levanto, sentado ao lado da banheira me seco.

Tento argumentar com Heitor dizendo ser capaz de andar mas é inútil, o garoto faz questão de me carregar de volta para o quarto.

Ali ele me deita sobre a cama e segue pelo quarto apagando as velas que ainda permaneciam acesas, quando acaba ele volta contente.

-Quer um cobertor?- questiona ele, assinto. O garoto então sobe encima de mim, seu peso recai sobre meu corpo, arfando e rindo prostesto sem resposta, Heitor se divertia com minha fraqueza.

Reúno todas minhas forças lhe empurro de lado e subo sobre seu corpo, ele ria alto.

-Agora eu sou seu cobertor.- afirmo, porém logo percebo meu erro, Heitor era muito maior que eu, estar sobre ele mal fazia diferença, frustrado me ajeito para descer mas o garoto me impede passando os braços pela minha cintura.

-Fica por favor, te quero de cobertor.- diz ele pidão, sorrio e me abaixo para lhe roubar um beijo e me ajeito sobre seu corpo.
E assim, com o peitoral de Heitor como travesseiro adormeço em um sono pesado e satisfeito.


Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora