82- Pelados e Abraçadinhos

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Aos poucos as angústias de Heitor se dissipam até que finalmente se solta de nosso abraço, secando seus olhos que no fundo já traziam o brilho que tinham quando estávamos juntos.

-Os seus pais sabem que você está aqui?- pergunta ele preocupado, não quero que se meta em problemas por minha causa.

-Sim, sabem, disse pra minha mãe que estava vindo te ajudar com a tarefa de química.

-Então você mostrou as fotos da mamãe pro seu pai, o que ele fez quando viu?- pergunta curioso.

-Ficou bravo, mas o ego dele foi grande demais pra admitir que sua mãe tinha tapeado ele, agiu como se fossem fotos normais e acabou me deixando voltar aqui. Acho que ele não percebeu que estava vermelho igual a um pimentão.

Ao ouvir isso, o garoto abre um sorriso genuíno e cativante, vê-lo feliz me fazia feliz, sem conseguir evitar me aproximo lhe dando um beijo lento e apaixonado, o qual é retribuído de bom grado. Naquele ponto já sabia que o medo de Heitor achando que meu amor por ele era artificial já havia sido superado, quando nos soltamos ele me puxa para mais um rápido selinho.

-Quanto tempo você acha que pode ficar aqui antes de desconfiarem?- pergunta como se silenciosamente pedisse algo que eu sabia exatamente do que se tratava.

-Não estou com pressa, você sabe, química é uma matéria bem difícil.- digo, fazendo-o abrir um largo sorriso.- Vamos para o seu quarto.

O homem então me estende a mão e subimos as escadas juntos, seu polegar percorria a minha mão em um singelo e adorável gesto de carinho, assim que chegamos ao seu quarto me solto para arrancar minha camisa e quando dou por mim lá está Heitor, baixando as calças.

-O que você está fazendo?- pergunto rindo, o que faz o garoto parecer confuso.

-O mesmo que você, eu acho.- defende-se em dúvida, sem saber se soltava as calças ou não.

-Estou tirando a roupa porque vim até aqui correndo, estou suado e não queria sujar sua cama.- explico sem jeito.

-Entendo, te vi tirando a roupa e pensei que quisesse... Você sabe.- afirma puxando a calça pra cima.

-Ah, não. Bem, acho que você está precisando de outra coisa hoje, ainda vamos transar muito essa semana, mas sabe de uma coisa? Pode ir tirando a roupa, o tempo que vou passar com você quero que seja assim, pelados e abraçadinhos.- decido finalmente, aquela ideia me deixava pra lá de satisfeito, a reação em Heitor parecia a mesma que animado passa a se despir.

Puxo a coberta de lado e pulo em sua cama e ali passo a assistir o garoto, ele era adorável e tinha um jeito desajeitado de se despir, seu membro flácido balançava e era engraçado de ver. Ao perceber meus olhares o rapaz parece entrar na brincadeira, fazendo poses que valorizam os músculos de seu corpo parrudo, aplaudo-o rindo para logo em seguida ter o homem pulando no colchão ao meu lado.

-Podemos não transar, mas não garanto que meu membro entenderá isso.- avisa ele de antemão.

-Não tem problema.- digo sorridente, então bato em meu peito,- Vem cá, você está precisando de um cafuné.

Animado com a idéia, o garoto se ajeita com cuidado sobre mim, de qualquer forma a execução é atrapalhada causando gargalhadas até que finalmente pouse sua cabeça em meu peito.

Meus dedos deslizam pelos cabelos do homenzarrão que suspirava em aprovação, quase como um gato ronronando. Seu corpo massivo era quente e seu corpo nu trazia uma sensação aconchegante sobre o meu.

Quem o via agora mal poderia imaginar a situação em que ele se encontrava antes, eu sabia que Heitor precisava de acolhimento e era isso que estava fazendo, não tinha qualquer intuito sexual com aquilo, o desejo que fluía era puro e inocente. Bem, talvez estivesse falando cedo demais, entre minhas coxas sinto o membro do homem ganhar vida.

-Heitor!- exclamo advertindo-o.

-Me desculpe, eu não consegui evitar.- explica sem jeito, porém isso me traz a outro ponto importante.

-Você deveria guardar suas energias para o fim de semana.- digo enigmático, com isso automaticamente ergue a cabeça, tinha sua atenção.

-O que tem no fim de semana?- indaga, seus olhos estão cerrados em um misto de suspeita e curiosidade.

-Bem, não é nada demais.- faço charme, seus olhos tentam ler meu rosto, ansiosos.- São só os meus pais que vão sair de viagem pra São Paulo, um seminário ou algo assim, me deixando sozinho pra passar quanto tempo eu quiser com você.

Boquiaberto Heitor me encara, seu olhar brilha como uma o de uma criança ao receber um presente do Papai Noel.

-Você está falando sério?- pergunta ele com um largo sorriso, como se já tivesse respondido, apenas assinto com a cabeça, com a confirmação ele desliza até se sentar sobre minha barriga e quadril. -Seus pais são muito irresponsáveis deixando um garoto tão jovem e inocente em casa, sozinho. Acho que vou ter que cuidar de você enquanto estão fora.

-Jovem? Nós temos a mesma idade.- argumento.

-Temos, mas eu já sou grande.- retruca ele batendo seu membro em meu peito, provocante.

-Bem, grande você realmente é, mas eu sei me virar.

-Ah, eu também sei te virar, de ladinho, de ponta-cabeça, te coloco de quatro... Pode ficar tranquilo, cuidarei direitinho de você, até leitinho te dou se quiser.

-Então, dizem que leite faz bem pros ossos...

-Faz sim, diga aos seus pais que podem ir tranquilos, vou te alimentar, dar banho e tratar.- garante, então se aproxima me dando um beijo caloroso.- Te tratar como meu homem, usar seu corpo como se fosse meu, você vai querer dizer "chega", mas tudo o que vai sair dessa boquinha serão pedidos por mais.

O membro de Heitor pulsava sobre meu peito, queria protestar dizendo que ele devia esperar o fim de semana, porém naquele ponto da conversa estava tão duro quanto ele. Com aquela ameaça havia apenas uma certeza, aquele fim de semana seria duro... Bem duro.

Meu Demônio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora