Oi pessoinhas, só vim aqui rapidinho pra agradecer por que "Meu Demônio" já completou 1k em leituras, isso em 12 dias, obrigado a vocês que vêm me acompanhando e aproveitem o capítulo de hoje!
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-...Heitor?- questiono assustado, sua chegada simplesmente não estava em meus planos, muito menos recebê-lo de pijama.
-Bom dia.- diz abrindo um grande sorriso, seu rosto estava muito diferente do habitual, não sabia dizer quanto disso era por conta de estar sorrindo e ou por estar habituado a vê-lo com um curativo em sua bochecha.
-Bom dia.- digo fitando o chão, eu realmente não sabia como lidar com aquela situação, nem ao menos havia tido tempo de pedir alguma dica com Abigail.
-Posso entrar?- questiona um pouco desconfortável, obviamente Heitor não havia vindo para ficar parado na frente da casa.
-Hum, pode.- digo incerto abrindo caminho para que ele passe, logo depois fecho a porta atrás de nós, não sabia por que estava ali e aquilo era desconfortável, tão desconfortável quanto perceber que ainda estava de pijama diante dele, meu rosto queima envergonhado.
Heitor para no meio da sala e passa a observar atentamente o lugar a sua volta.
-Me desculpe pela forma com que estou vestido, eu realmente não estava esperando que você viesse.- informo, ele me encara de forma terna.
-Não, sou eu quem precisa pedir perdão, vim sem avisar, mas fiz isso por que não queria que tomasse decisões precipitadas sobre mim, antes que eu pudesse me explicar sobre ontem a noite.- diz apressado.
Explicar sobre ontem a noite? Uma onda de frio percorre meu corpo, então eu estava certo afinal em pensar que tudo não passava de um impulso de Heitor, ele provavelmente estava ali para me pedir que não contasse sobre o tal beijo, que não devia nem ter tido tanto valor assim para ele.
-Não precisa se explicar,- digo cruzando os braços.- Acho que sei muito bem sobre o que se refere.
-Sabe?- questiona Heitor surpreso.
-Bem, não tenho experiência quando o assunto é relacionamento, mas também nem preciso ser nenhum especialista pra entender que está me dando um fora.- falo finalmente,- E sobre o beijo, pode ficar tranquilo, vou manter segredo ou esquecer se assim quiser, não quero te fazer mal.
Suspiro depois de pôr tudo o que queria pra fora, por mais óbvio que fosse a chegada daquele momento não conseguia deixar de sentir raiva, de Heitor e também de mim, por criar esperanças, ficamos nos encarando em silêncio por alguns instantes.
Então ele vêm em minha direção, quando estamos a alguns centímetros de distância viro meu rosto, mesmo com tudo ainda sentia algo por ele ao ponto de fazer meu peito doer.
Diante de mim Heitor era uma muralha, podia sentir seu cheiro cítrico inundando o ar, mesmo sem contato visual podia sentir seu olhar me fuzilando.
-Gabriel, temos muito para conversar, mas antes disso preciso que saiba de algo.- diz com sua voz grave, porém havia ternura em suas palavras, então com um dedo no queixo puxa meu rosto em sua direção.
-O que foi?- questiono, minha voz tremia, já não conseguia sentir a raiva de alguns momentos atrás, nem ao menos dizer o que sentia.
-Por algum motivo, não sei qual, acha que não gosto de você, mas se está disposto a esquecer nosso primeiro beijo, quero que se lembre desse.
Antes que possa entender o que está acontecendo Heitor passa seus braços ao redor de mim e seus lábios se aproximam dos meus em um beijo, meu corpo em choque demora alguns instantes para entender e finalmente retribuir.
Naquele momento todos os medos e inseguranças se vão. Era real, está ali com Heitor, seguro em seus braços, quando nos desvencilhamos restava apenas uma questão.
-Certo, nós ainda estamos juntos,- digo segurando sua mão, era surreal poder falar isso- Sobre o que veio falar? Se não é pelo beijo...
-Certo.- diz, um ar tenso toma conta de seu rosto.- Gabriel, eu... Eu... Mas que droga, eu não consigo explicar.
Heitor cobre o rosto com as mãos frustrado.
-Ei, calma cara.- digo pondo a mão em seu ombro, tentando lhe trazer algum conforto.- Não precisa ficar assim, tudo bem se não conseguir pôr pra fora agora. Eu espero até você estar pronto.
Não sabia do que se tratava, mas percebia que era algo delicado e não queria forçá-lo a nada.
-Não, não, não! Você não entende, eu preciso que saiba disso logo, se esperar tenho certeza que vai fugir de mim quando descobrir.
-Nossa! O que é tão assustador assim? Tem alguma doença? AIDS?- questiono já começando a especular.
-O quê? Não!-diz assustado.
-Ok,- digo com um leve sorriso- Isso não está funcionando muito bem, o que acha de sentarmos e você explica tudo do começo?
-Isso, isso seria ótimo.- confirma ele que já suava frio, Heitor estava tão tenso que começava a me preocupar.
Então lhe indico o sofá e nos sentamos, ele cruza os dedos e espera que eu me ajeite.
-Então... Vou te explicar tudo da melhor forma possível, mas eu só te peço uma coisa.- então para e me encara, assinto com um balanço de cabeça.- Me deixe contar tudo antes de qualquer pergunta, isso é realmente importante pra mim.
-Muito bem, sou todo ouvidos.- digo atento, Heitor inspira profundamente, reunindo fôlego para começar, mas nesse instante a campainha toca, meu coração gela, e pela expressão de Heitor, não havia sido só o meu. -Ai meu Deus! Meus pais, rápido, se esconda no meu quarto, eu vou atender e quando for seguro eu te chamo.
Heitor, pálido e assustado corre na direção da escada, a campainha soa de novo, disparo na direção da entrada e abro a porta.
-Mas que bonito, hein? Como tem coragem de fazer uma coisa dessas?!
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Meu Demônio (Romance Gay)
RomanceGabriel prometeu a si mesmo nunca se apaixonar, o que as pessoas diriam se descobrissem que o filho do pastor é gay? Apenas a idéia de prejudicar seu pai o fazia estremecer. O tímido rapaz passa seus dias focado, deixando sua vida de lado enquanto...