1254 PALAVRAS
Ao se levantar, Jack ajudou Elizabeth a se preparar para o dia. Ela já havia avisado que queria ver seus amigos e sua família, mas que precisava ver com urgência sua aluna Opall. Ela estava preocupada com o psicológico da menina.
Jack não podia deixar de admirar sua esposa, ela sempre cuidava de todos, mesmo ela estando naquela situação.
Carson e Abigail, foram suas primeiras visitas, ela se alimentou com os muffins deliciosos que Abigail lhe trouxe. Era uma cesta cheia, e Elizabeth, rindo, falou com Carson, que aquilo, sim, era medicação de verdade para sua cura.
Carson, notou que ela estava cheia de hematomas, mas que ela estava com ótimo humor.
Abigail, buscou sua outra visita, e assim que os olhos azuis daquela mulher encararam os olhos azuis de Elizabeth, um grande sorriso e lágrimas surgiram naquele rosto envelhecido. Tia Elizabeth, era a nossa Elizabeth, mais velha; tinha alguma diferença entre elas, mas era impressionante como tinha o mesmo jeito de falar, até mesmo o som dá risada parecia.
Ela perguntou a Jack e Elizabeth, se seu tio poderia entrar no quarto. Jack notou a hombridade daquela família. Como eles sabiam, que ela estava de cama, para evitar algum mal devido aos traumas dos ferimentos, Wynn Delayne teve a decência e a delicadeza de perguntar e pedir permissão para entrar no quarto do casal.
Um homem alto apareceu na porta, tão alto que teve de abaixar a cabeça para passar na porta. Tinha os cabelos iguais de sua esposa, num tom acobreado, seus olhos eram verdes iguais a uma esmeralda. Ele olhou para Elizabeth na cama, e Jack, Abgail, Carson e tia Elizabeth, perceberam o nervosismo dele. Jack nunca imaginou ver um superintendente chefe agindo assim...
Elizabeth, tinha lágrimas rolando na face, ela não via seu tio há muitos anos, seus olhos estavam arregalados e nele se viu uma luz de amor suavizando seu olhar, seu sorriso era um dos maiores que Jack havia visto. Lágrimas escorriam em sua face.
Wynn, olhando para ela, falou com sua voz grave:
— Você está linda minha pequena Beth; mas continua chorona como sempre.
Eles se encaram por alguns instantes e sorriram. Elizabeth abriu os braços, e em duas passadas largas, aquele homem enorme, seu superior temido por muitos soldados, estava ali na sua cama, abraçando sua esposa e chorando.
Jack olhou para Abgail, eles viram ali uma cena linda, parecia amor de pai e filha. Eles ficaram num mundo só deles por alguns minutos; Jack notou que eles também se comunicavam pelo olhar sem necessidade de palavra...
— Eu sei que vocês dois nunca precisaram de palavras para se comunicar, mas meu querido Wynn, você poderia dividir Beth com todos nós? Perguntou tia Elizabeth com as mãos na cintura e olhar de professora, que Jack tanto conhecia.
"Agora ele sabia de onde sua esposa havia tirado aquilo..."
"... Pensando bem, sua mãe também tinha essa mesma mania", riu Jack baixinho.
Wynn, olhava para Elizabeth, com adoração, com amor.
— Você cresceu muito, minha menina. E esses olhos, são iguais aos de sua tia; Ele acariciava aquele cabelo longo, no mesmo tom do dele. Mesmo cheia de hematomas, ela era a jovem mais bonita que ele já havia visto e aquele sorriso. Parecia tanto com seu filho Frankison. A única diferença era a cor dos olhos deles, pois de Frankison era tão verde como uma esmeralda, cópia do pai.
Wynn tinha sua cabeça fervilhando, precisava descobri o que estava acontecendo ali. Mas por enquanto só queria aproveitar e matar aquela saudade enorme.
Opall chegou e Jack pediu a todos para esperarem lá na sala, pois Elizabeth queria falar com a menina em particular. Ele explicou a seus tios sobre Opall e seu amor pela professora.
No quarto, Opall se aproximou lentamente, lágrimas escorriam em seu rosto ao ver sua professora machucada. Seus olhos tinham perdido o brilho, e seu sorriso não mais existia. Ela estava se culpando pelo que havia acontecido com Elizabeth.
— Eu... sinto muito senhora Thorton. Eu não consegui te salvar. E abaixando a cabeça ela chorava desesperadamente.
— Opall! Você..., mas a menina a interrompeu e nem deixava Elizabeth falar.
— Eu sim... fui covarde e me escondi, eu vi tudo, deveria ter corrido para pedir ajuda. Mas eu não conseguia falar, só fiquei chorando com medo.
— Venha aqui, minha menina...
E Opall, sentindo os braços de Elizabeth sobre ela, só conseguia abraçar forte e chorar.
— Opall! Você é a menina mais valente que eu já vi. Você é minha heroína. Se não fosse por você, Jack e os outros nunca saberiam o que havia acontecido comigo, e, além disso, você reconheceu os homens, que me fizeram mal. Eu estou muito grata a você. Minha doce Opall, você me salvou, salvou minha vida. E assim beijou a menina, e ela aos poucos foi se acalmando. Logo Elizabeth notou que seus olhos brilhavam novamente e um grande sorriso estava em seu rosto.
Bill havia chegado para verificar Elizabeth, e aguardava na sala com todos, até que a conversa acabasse no quarto. Logo viram uma Opall, alegre, sorridente, descendo as escadas, toda saltitante dançando na sala; ela parou ao notar todos na sala, e olhando para Bill e para Jack, foi falando sorrindo:
— Ela disse que eu sou sua heroína... E com as mãos no peito, imitou as graças feitas por Rosemary.
Jack e Bill, se agacharam e agradeceram a menina por salvar a vida de Elizabeth, eles notaram que Elizabeth, com uma simples palavra, havia mudado todo o rumo da conversa com Opall, ela não parecia mais traumatizada, e agora estava feliz, por ajudar a salvar sua querida professora.
Wynn sorriu, sabia do poder de amor que Elizabeth tinha e pelo visto aquela cidade, estava apaixonado por ela.
Bill, olhando para Abigail, só conseguiu falar enquanto enxugava uma pequena lágrima.
— Ela conseguiu Jack! Mais uma vez Elizabeth conseguiu.
Abigail contou a Wynn e a tia Elizabeth, que em sua sala tinha uma menina chamada Roselen Sulivan, que não falava, dede que seu pai havia morrido no desabamento da mina. Um dia a menina fugiu com medo de um mineiro bêbado, e também porque ela tinha a consciência pesada, pois no dia que seu pai morreu, ela deixou de levar seu almoço na mina para brincar com Opall. Todos saímos a procura dela, mas Elizabeth viu um desenho que a menina havia feito enquanto estava na escola, e resolveu entrar na mina de carvão sozinha a procura dela. E acreditem ela a encontrou e hoje a Roselen fala perfeitamente e tudo graças a nossa professora.
Tia Elizabeth sorriu, e foi falando que desde pequena ela sempre fazia coisa assim. Eles tinham muito orgulho daquela menina, e por isso não entendiam como seus pais e suas irmãs a tratavam tão mal.
Enquanto isso, Bill, estava com Elizabeth em seu quarto, ele a abraçava com tanto amor. Bill contou a ela, como teve medo de perdê-la.
— Pai, você não vai me perder... Agora que tenho você, eu quero aproveitar bem.
Wynn chegou à porta do quarto naquele momento com Jack, lágrimas escorriam em seu rosto. Como ele gostaria que ela um dia o chamasse de pai.
Para Wynn, ela era uma filha. Uma filha amada. E no exato momento, ele sentia inveja de Bill.
Jack notou e disse:
— Ela tem amor para vocês dois, seu coração é tão generoso, que ela pode amar, a todos nós...
— Ela se parece tanto com minha esposa e principalmente com meu filho...
— Ela também se parece com você, Wynn, aquele sorriso e aquele cabelo, são iguais aos seus.
— Jack, será que estou ficando louco? No fundo, eu queria, que ela fosse minha filha.
— Nós vamos descobrir, Wynn... juntos nós vamos descobrir.
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O casamento ( When Call The Heart)
FanfictionConheça Elizabeth. Uma mulher deslumbrante com seus cabelos ruivos e olhos azuis, mas com uma beleza interior ainda mais radiante. Meiga e simples, mesmo sendo uma das mulheres mais ricas do Canadá em 1910, Elizabeth é uma professora visionária, des...