Capítulo 70

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1263 PALAVRAS


Neste mesmo dia em Hamilton...

Bill, era um ótimo investigador, assim que chegou em Hamilton entrou em contato com seu amigo Collins, ele era comandante dos mountie; ao compartilhar as informações, foi combinado um trabalho em conjunto; Collins havia trabalhado com Wynn na época do nascimento de seus filhos e ele conhecia, um rapaz que havia trabalhado na época na cada dos Thatcher.

Eles seguiram a um rancho chamado rancho das flores, e ali Collins apresentou Bill ao senhor Ruan, era um trabalhador do estábulo e dos cavalos ali naquela fazenda há quinze anos. Segundo ele, quando oi despedido pelos Thatcher, não conseguia emprego em nenhum lugar, pois Willian Thatcher com raiva do que ele havia descoberto e tentado impedir, começou a interferir em suas vagas de empregos, entrevistas, acabou com seu currículo, e foi com muito custo que consegui esse emprego e uma nova chance de vida profissional.

— Por que você foi demitido? Bill perguntou.

O homem olhou para baixo, não sabia se deveria ou não falar, aquele assunto já lhe causou muito problema na vida.

Collins, interrompeu seus pensamentos e foi explicando:

— Ele é como eu. Um policial... Só queremos saber a verdade e fazer justiça.

— Collins, não existe justiça para um homem como Willian Thatcher.

— Eu prometo que terá sim; como juiz, eu não posso permitir injustiça e como pai adotivo e guardião de Elizabeth, eu preciso saber de tudo e lutar por ela.

— Elizabeth Thatcher? Como ela está? Minha pequena menina, que saudades daquela pequena.

— De pequena, ela não tem mais nada. Você teve contato com ela naquela casa?

— Sim. Desde que começou a ficar com medo de Willian ou quando iria ser castigada por Grace, que sempre defendia Julia e Viola e colocava a culpa na pobre menina. Essa criança corria para o estábulo onde ficava escondida por horas.

— Medo de Willian? Ele era agressivo com ela? Collins perguntou.

— Grace era agressiva. Aquela menina levou muitas lambadas de cinto de sua mãe; ela deixava o cinto de Willian preparado e sempre que algo a aborrecia, descontava batendo em Elizabeth; suas perninhas sempre estavam marcadas e vermelhas.Quanto a Willian... ela tinha muito medo dele; Ele gritava muito com ela; eu sei que quando ele e Grace brigam, pois eles viviam entre tapas naquela casa, acabava sobrando para aquela menina. Ela era trancada no quarto por dias, com comida restrita, e se alimentava de suas leituras.

— O quê? Bill e Collins falaram ao mesmo tempo.

— Pouco antes de ser despedido, eu reparei que ela sempre corria para ficar no estábulo, e isso sempre acontecia quando Willian estava em casa. Foi até que um dia eu vi e entendi. Ela já estava com quase doze anos, era uma menina linda, e Willian começou a ir em cima dela...

— Espera, você não quer dizer? Bill engasgou com o rosto vermelho.

— Sim, ele começou suas investidas contra ela; Ele queria abraçar e tocá-la. Ele começava a roçar suas mãos em seu corpo, eu o peguei após ele a cercar dentro da baia. Aquela menina era a visão do terror, nunca vi alguém mais apavorada do que ela. Foi uma confusão só quando eu o joguei longe, pegando por seu colarinho e retirei de perto da menina; começou as vozes alteradas, ele gritava, que tinha seus direitos sobre a menina; Elizabeth estava no canto toda descabelada e lágrimas rolando em seu rosto. Grace apareceu correndo e ao saber de tudo, deu um tapa no rosto da menina, deixando uma marca enorme e chamando ela de vadia. Junto com Grace, estava Meriy, era uma mulher estranha que passou a trabalhar anos atrás, ela esteve no dia do parto de Elizabeth. A mulher tinha uma cicatriz enorme no rosto, dizia que seu falecido marido a marcou para que outro homem não a quisesse. Meriy obedeceu levando a criança para o quarto onde permaneceu de castigo, e ali mesmo Wilian e Grace quebraram o pau um no outro. Eles se agrediram verbalmente e fisicamente. Não era novidade nenhuma, eu me lembro que dias antes de Elizabeth nascer ele deu uma surra em Grace. E no dia do nascimento dela, segundo rumores de uma funcionária da copa, aconteceu o mesmo, e foi pouco antes dela nascer, teve desde agressão até a relação sexual. Eles eram assim. Primeiro a agressão até machucar e sangrar e depois eles faziam as pazes na cama. Mas eu não tinha nada com isso, mas não deixaria fazer mal a uma criança. E quando ameacei chamar a polícia, fui mandado embora e depois preso por dois anos, sem julgamento e sem direito a advogado, e só ganhei a liberdade, porque conheci o advogado que é dono dessa fazenda, foi ele que lutou por mim e por meus direitos.

Bill não podia estar mais apavorado...

"O que aquele homem fez com Elizabeth; Ele era um monstro, precisava avisar Wynn".

— Você pode me falar sobre o dia do parto de Elizabeth?

— Infelizmente, não posso falar muito sobre isso, porque eu estava lá fora o tempo todo. Eu gostava muito do senhor Wynn e de sua esposa, eles eram muito educados com todos nós. Eu só posso falar que chovia muito, Willian chamou a parteira, mas ela nunca chegou por lá. Quem assumiu tudo foi Meriy. Uma das copeiras que também ajudou e não tive mais notícia a Jane, ela me disse que Grace não queria aceitar que essa mulher da cicatriz fizesse seu parto, ela queria alguém que fosse medico ou parteira experiente, pois era a única maneira da criança sobreviver, foi o que Jane ouviu. Mas Willian, mesmo vendo que ela estava em trabalho de parto, a agrediu e depois subiu sobre ela e teve relação, sem se importar, dizendo que aquilo iria acalmá-la. Meriy e Jane presenciaram tudo naquele quarto. Sei que logo depois mandaram Jane ir ficar com a esposa de Wynn Delany, enquanto isso a criança de Grace nasceu. Mas ninguém teve autorização para ver a criança de Grace ou ir ajudá-la após o parto.

— Então ela não viu Elizabeth nascer?

— Não... ninguém viu. Só após as três crianças chegarem ao mundo, é que puderam ver e infelizmente uma delas havia falecido.

Collins e Bill se olharam...

" não era possível que Willian Thatcher fosse capaz de trocar as crianças."

— Ruan, como achamos essa copeira Jane? Bill perguntou.

— Eu não sei. Mas acho que vocês podem procurar por sua mãe na cidade de Regina, segundo eu fiquei sabendo era para lá que tinha se mudado.

Bill gostou daquilo. Essa cidade Regina estava próxima a ele. Bill resolveu contar parte dos problemas enfrentados por Elizabeth, e Ruan avisou que estaria ali e que ajudaria a lutar por ela, e que se precisasse ele viajaria para Hope Valle.

Bill e Collins seguiram para o comando dos mountie. O silêncio entre eles era constrangedor. Bill tinha seu rosto todo vermelho, até agora estava abismado com tudo que haviam descoberto.

— Eu não posso aceitar isso? Bill acabou falando sem consegui se segurar mais.

— Bill, eu não conheço essa jovem, mas estou indignado com o rumo de sua história. Esse Willian não tem um pouco de amor, pela criança que ele cuidou a vida toda?

— Collins... Eu não o conheço pessoalmente, mas ele é perigoso. Não vou permitir que ele chegue perto da minha filha.

— Concordo com você Bill e acho que Wynn também precisa saber sobre isso. Mas como contar algo assim para ele por telegrama?

— Eu vou mandar o básico. E amanhã ligarei para ele. Enquanto eu estiver fora, eles precisam ficar me prontidão para protegê-la.

Nesta mesma noite, Bill mandou um telegrama para Hope Valle.

Wynn, urgente...

Willian Thatcher, perigo para Elizabeth.

Não permita contato. Bill."

O casamento  (  When Call The Heart)Onde histórias criam vida. Descubra agora