1096 palavras
Jack, com a documentação restaurada, e Wynn, carregando pistas cruciais, chegaram a Hope Valle no momento exato, impulsionados por uma determinação compartilhada: "libertar Elizabeth da gélida prisão que a envolvia. " A delegacia, outrora sob o comando de Jack, parecia um campo de batalha silencioso, onde a injustiça dançava entre as sombras.
Ao adentrarem o espaço outrora familiar, um horror silencioso tomou conta deles. Elizabeth, pálida e encurralada em um canto da cela, era a imagem viva do sofrimento. Seus olhos, outrora cheios de vitalidade, agora refletiam uma mistura de desespero e alívio ao verem seus entes queridos.
Jack, com o retorno de seu posto restaurado, sentiu a fúria pulsar em suas veias ao testemunhar o estado de sua esposa... A delegacia, símbolo de ordem e justiça, tornara-se palco de uma tragédia pessoal.
Wynn, o pai angustiado, compartilhava do choque ao ver sua filha em tal condição.
O silêncio na sala era denso, preenchido apenas pelas pela respiração de Elizabeth. Jack, embora triunfante em sua missão até ali, sentia o peso da injustiça que pairava sobre Elizabeth.
Wynn, portador de pistas cruciais, guardava a esperança de que aquelas revelações pudessem ser a chave para desvendar o mistério que levou à prisão injusta de sua filha.
Aquela visita à cela de Elizabeth tornou-se um momento de reencontro amargo, onde o alívio de vê-la era obscurecido pela realidade sombria de sua situação. Jack, com fogo nos olhos, olhou para o Pinkertons Luan, que estava sentado com os pés em cima da mesa.
— Soldado Luan, parece que as coisas vão mudar por aqui. Trouxe comigo os documentos que me restituem ao cargo de mountie responsável por essa delegacia. Você vai precisar ceder seu posto.
Luan era muito debochado e sorrindo falou:
— Ah! Olha só quem resolveu das as caras na delegacia... pensei que a vida de mountie fosse coisa do passado para você?
— A vida da volta, soldado. Agora entregue o comando. Aqui estão os documentos assinados e selados. Jack falava com uma voz firme e gélida, que Elizabeth nunca havia visto.
Rindo, o soldado Luan, continuava a desdenhar...
— Deve ter gastado um bom tempo forjando esses papeis, só para ficar perto daquela depravada, o qual você chama de mulher... duvido que alguém são consciências queira você de volta.
Jack, já estava sem paciência, Wynn percebia isso. No momento ele não poderia ajudar, afinal havia pedido baixa para sua aposentadoria.
— Não se trata do que você acha o não. São ordens superiores. Eu estou aqui para garantir que sejam cumpridas.
— Ah! Ordens superiores... sempre convenientes, quando precisam salvar a pele de alguém.
— Isso não diz respeito a você. Agora entregue seu distintivo e cumpra as ordens que recebeu.
- Luan, você pode não gostar, mas agora eu sou o mountie responsável por esta delegacia. Receberei ordens e você vai segui-las.
- Jack! Você não tem autoridade sobre mim. Eu não vou receber ordens de um mountie que foi afastado. Desafiou o soldado Luan.
- Você vai respeitar a hierarquia, soldado. Está, oficialmente, sob minha jurisdição. E para garantir que entenda a gravidade disso... E assim Jack pegando sua arma apontou para o peito do soldado Luan, dizendo:
— Você está preso, por desobedecer às ordens superiores.
— Prisão? Uma ordem de prisão contra minha pessoa? Você não tem coragem.
Mas Jack, estava firme, e Wynn abrindo a última cela, ouviu Jack falando:
— Soldado Luan, você está oficialmente preso. Pode considerar isso como a primeira ordem que vai seguir sob a minha supervisão.
Nesse momento, Jack, utilizando a autoridade restaurada, conduz Luan até uma cela, onde as grades agora se fecham em torno do policial desafiador. O som metálico ressoa como uma confirmação de que a justiça estava sendo restaurada, mesmo que para alguns isso significasse encarceramento. O destino de Luan, agora atrás das grades, simbolizava a mudança no vento que sopra em Hope Valle.
As grades da cela se abriram, revelando Elizabeth ao abraço emocionado de Jack e Wynn. Lágrimas, há muito represadas, finalmente encontraram caminho pelos olhos daqueles dois homens que a amavam profundamente. Ares de resiliência rodeavam Elizabeth, que enfrentara o tormento com dignidade.
Wynn, sentindo a urgência de compartilhar esse momento com sua esposa, chamou-a. Charlotte e Abigail, que foram o ombro amigo de Elizabeth Delayne, tinham uma expressão tangível do amor e apoio que a família oferecia. Juntas, as três mulheres providenciaram baldes de água quente, um precioso luxo após dias de prisão.
Elizabeth, guiada pelo afeto daqueles ao seu redor, tomou seu primeiro banho nos fundos da delegacia. A água quente era um bálsamo para a alma e um lembrete de que, mesmo em meio à escuridão, a luz da esperança ainda brilhava. Cada gota lavava não apenas a sujeira do cárcere, mas também a angústia acumulada durante dias de injustiça.
Palavras tornaram-se desnecessárias diante da cena que se desenrolava na delegacia. O silêncio, carregado de emoções e pesos, envolvia todos enquanto testemunhavam a palidez e o emagrecimento de Elizabeth. Seus olhos, mesmo após o banho revigorante, ainda carregavam vestígios dos dias de tormento.
Depois do banho, ela simplesmente abraçou a cada um ali dentro da sala, mas o silêncio prevaleceu, quando Elizabeth, em um gesto de resignação, voltou para sua cela sem uma palavra. Lá, deitou-se e encontrou a tranquilidade que lhe fora negada nos últimos dias.
O sono, agora acolhedor e aquecido, envolveu-a como um manto protetor.
Bill, havia chegado a alguns minutos, e tudo testemunhado a cena, e seu coração apertou-se diante do estado de Elizabeth. Todos estavam atônitos com sua aparência fragilizada. O choque reverberava no ar, e lágrimas, antes contidas, agora escorriam desesperadamente pelos rostos dos presentes.
Elizabeth, consciente da ordem injusta que retirava seus direitos mais básicos, entrou em silêncio na cela, determinada a proteger aqueles que amava. Evitando conversar com sua família, ela escolheu esse silencio como escudo, recusando-se a dar espaço para quem usassem qualquer coisa contra Jack, Bill, ou seu pai...
Ciente de sua fraqueza momentânea, ela adentrou a sala e buscou refúgio no sono. A decisão de não permitir que a injustiça prejudicasse aqueles que a apoiavam guiou sua ação. O silêncio tornou-se não apenas um ato de autopreservação, mas também um gesto de proteção para os entes queridos que haviam enfrentado a mesma batalha.
Enquanto ela adormecia na sala, os outros observavam, respeitando sua escolha silenciosa e compreendendo a força por trás de sua decisão. O orgulho e o amor por aquela jovem estavam presentes no rosto de cada um deles.
Enquanto isso...
Frankison, junto com Henry e Edward, sentia uma dor aguda que transcendia a distância física. Ele sentia que em Hope Valle, sua irmã gêmea, estava sobre as sombras que envolviam sua vida. Um elo invisível de empatia e conexão os unia, mesmo quando separados por vários quilômetros.
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O casamento ( When Call The Heart)
Fiksi PenggemarConheça Elizabeth. Uma mulher deslumbrante com seus cabelos ruivos e olhos azuis, mas com uma beleza interior ainda mais radiante. Meiga e simples, mesmo sendo uma das mulheres mais ricas do Canadá em 1910, Elizabeth é uma professora visionária, des...