Capítulo 93

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800 PALAVRAS

Num lugar distante e escuro, perdido nos recantos mais recônditos da sociedade, existia um salão sombrio. O lugar era um covil onde a decadência e o desespero se misturavam, criando uma atmosfera de terror que parecia ter vida própria. A escuridão era tão densa que mal se conseguia distinguir as formas, e o único ponto de referência era o brilho fraco dos cigarros acesos que cortavam o ar denso e carregado de fumaça.

Os frequentadores daquele salão eram Charles e aqueles homens das gangues de fugitivos, e todos viviam em constante estado de agonia, sabendo que estavam presos em um pesadelo do qual não poderiam escapar. Cada risada falsa, cada brinde vazio, era apenas uma fachada para esconder o desespero que ardia em seus corações. Eles sabiam que qualquer deslize poderia atrair a atenção de Charles, e ninguém queria ser o próximo a desaparecer na escuridão da noite. O medo e a ansiedade pairavam no ar, como uma tempestade prestes a explodir a qualquer momento.

As sombras se alongaram, envolvendo a sala em um abraço sinistro. Cada copo vazio, cada olhar desesperado, cada suspiro de resignação acrescentavam uma camada ao pesadelo sem fim daquele lugar distante e sombrio, onde Charles, o grande bandido, reinava como um deus do terror.

Homens sombrios e abatidos estavam sentados em mesas desgastadas, suas silhuetas movendo-se como sombras condenadas. As poucas mulheres que circulavam pelo local simplesmente não pertenciam a este mundo, com olhos vazios e gestos mecânicos. Cada passo que davam ecoava como o arrastar de correntes, criando uma sensação de instruções iminentes.

Charles foi a figura central deste pesadelo. Sua presença pairava sobre o lugar como uma maldição. Ele era uma sombra entre sombras, um homem enigmático que havia escapado das garras da justiça. Seu passado era um enigma, sua identidade um segredo obscuro.

A atmosfera de terror no salão foi amplificada pelos rumores de que Charles possuía poderes que só o dinheiro poderia comprar. Dizia-se que ele havia feito pactos com o diabo e tinha o dom de controlar a mente daqueles que ousavam cruzar seu caminho, sua mera presença trazia desconforto, e aqueles que ousavam encará-lo nos olhos eram consumidos pelo medo.

O som de risadas amargas e tons roucos misturava-se à música de um piano desafinado, que ressoava como o lamento das almas perdidas. O cheiro acre de cigarro queimado permeava o ambiente, misturando-se ao odor de destilados de baixa qualidade e ao perfume sufocante de mulheres que há muito desistiram de seus sonhos. Seus vestidos rasgados e maquiagem borrada acrescentaram um toque de decadência à cena macabra.

Naquele lugar sem luxo, o salão parecia um pesadelo do qual não se conseguia acordar. As paredes estavam molhadas e pingando, como se chorassem pela tristeza que ali vivia. As velas que iluminavam a sala lançavam sombras distorcidas que se contorciam nas paredes como espectros famintos.

O cheiro forte de whisky, se misturava ao cheiro das mulheres nuas no quarto, e da mulher nua suando em seu colo. Charles pensava que mesmo que não tivesse luxo, pelo menos tinha direito a bebida, cigarros de qualidade e mulheres fogosas em todos os momentos. Hoje ele usava as mulheres ali mesmo no salão, nas mesas ou no chão sujo, o que lhe dava muito prazer... ele não se importava que os outros homens da quadrilha vissem seus atos sexuais, isso até o enchia com prazer ao ver que acabaram se excitando a ponto de tentar a mesma coisa... e aquelas mulheres eram muito bem pagas para dar prazer a ele, do jeito que ele queria e no lugar que ele queria. O chão era perfeito para aquelas putas do bordel.

Mas ao olhar para o balcão, ainda nu enquanto bebia seu whisky, viu uma foto de Julia Thatcher. Aquela ruiva novinha tinha muito calor e ele já havia sentido isso muitas vezes; desde menino, ele a pegava atrás do muro da escola, e ela gemia deliciosamente. Mas ver aquela garota tentar matar sua Elizabeth, sua princesinha ruiva, pura e inocente... isso queimou seu sangue.

"Quem eram eles para enviar um homem para tentar estuprar sua amada Elizabeth? Aquela garota era dele, ela era sua esposa, e só ele poderia tocá-la ou violar seu corpo da maneira que quisesse. "

Charles pegou o jornal, jogou o copo de uísque na parede e, passando pelo canto do salão, agarrou a única jovem que ainda estava vestida e limpa pelos cabelos, uma jovem de cabelos loiros, que chorava e nunca já estive lá antes... ela era o bônus de Charles.

Ele havia conquistado o direito à pureza dela, e essa garota teria que tirar dele toda a raiva que ele agora sentia por Júlia, e gritando, ela foi levada para seu quarto, onde suas roupas foram arrancadas em meio a socos, tapas e chutes... Gemidos foram ouvidos por horas, até que o silêncio reinou e Charles adormeceu...

O casamento  (  When Call The Heart)Onde histórias criam vida. Descubra agora