Capítulo 46

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1254 PALAVRAS

Jack foi para a delegacia e já ficando ciente que Tom, iria aguardar ainda um tempo ali em sua prisão, pois Bill iria fazer seu julgamento, ainda naquela semana.

Quanto a Charles, graça a seu dinheiro e poder, seu julgamento seria em Hamilton, e ele seria transferido ainda naquela tarde, pois um comandante havia enviado uma equipe de transporte de prisioneiro.

Jack pediu a Bill, que levasse sua mãe até Elizabeth, pois elas precisavam conversar e sua mãe e ele deveriam explicar toda a situação a Elizabeth.

Charlote ficou horrorizada, ao ver os ferimentos de Elizabeth. Ela e Bill, conversaram e se explicaram todas as mentiras ou tudo que omitiram dela. Charlote viu Bill, abaixando a cabeça para Elizabeth, ele se envergonhava daquela mentira toda, que teve de fazer parte.

Charlote ficou muito mal, em ver o estado daquele homem e tudo por sua culpa. Mas para a surpresa de Charlote, ela viu Elizabeth acolhendo -a como mãe de Jack e depois olhando e chamando Bill de pai, dizendo que ele fez o certo, que só queria protegê-la.

— Não havia nada a se perdoar, existiam ali pessoas com problemas e cada uma tentando consertá-las de formas erradas e sempre sozinho, mas o mundo não foi feito para ser sozinho, eles precisavam se juntar e somar as forças e só assim todos venceriam, foi dizendo Elizabeth.

Charlote notou que ela era uma pessoa muito centrada. Rosemary tinha razão. Ela era uma pessoa com o coração cheio de amor. E para Rose, ter mudado tanto, somente uma pessoa como Elizabeth por perto para conseguir esse milagre; charlote riu baixinho.

A surpresa do dia, foi quando Elizabeth pediu a Bill, para soltar Tom Thorton. Ele questionou, dizendo que ele era cúmplice, o qual Charlote na hora concordou e ainda falou que ele precisava ser punido, mas Elizabeth avisou que não daria queixa, e sem a queixa dela, não tinha crime ou participação e no caso a prisão era indevida.

Bill sabia que ali, ele tinha uma batalha perdida. Quando Elizabeth, colocava algo na cabeça, ninguém tirava. Como Jack dizia, ela era mais teimosa do que uma mula...

Ela pediu para falar com Tom, mas só depois que Charles fosse embora, pois ela realmente estava com medo dele...

Naquele mesmo dia, Charles Kensigton III, foi transferido. E na manhã seguinte, Elizabeth apareceu cedinho, pegando Jack ainda em sua ronda. Charlote estava lá com Bill, mas ela falou que iria entrar sozinha e não aceitou nenhum argumento.

— Bom dia! Eu trouxe muffins e café para você.

— Bom dia. Tom olhava para os pés, mas quando levantou os olhos, ele os arregalou ao ver aqueles hematomas.

Elizabeth retirou o xale dos ombros, mostrando seus braços; ela havia planejado isso, queria ver as reações daquele rapaz, e assim saberia se estava ou não errada sobre ele.

Tom arregalou os olhos espantados, segurou a grade e perguntou:

— Ele te fez isso? Aquele patife... Como ele pode te machucar assim? Ele prometeu que iria te amar e te proteger.

— E você confiou nele, não foi? Pois isso aqui, poderia ter sido pior, se seu irmão tivesse chegado um minuto mais tarde, porque ele já havia conseguido rasgar a maior parte das minhas roupas...

Ela o encarou, para mostrara ele toda a revolta que passava em seu interior, por quase ser violentada por Charles.

— Eu... me desculpe! Por favor... Eu só queria que sua família, deixasse a minha família em paz, mas eu nunca, pensei em te machucar assim ou de qualquer outra forma. Eu sou queria justiça. Eu... E Tom, cada vez mais envergonhado, olhava para o chão.

— Não Tom! Você não queria justiça, porque em nenhum momento você lutou por ela. Você estava cego, se remoendo em seu próprio ódio, ficou louco e só queria vingança. Você me entregou a um homem, sem ao menos pensar em minha segurança. Mesmo que ele não me machucasse dessa forma brutal, você não pensou no trauma ou como eu me sentiria sendo obrigada a ficar com ele, e sendo arrancada dos braços do meu marido?

— Mas você e Jack, não podem se casar? Seu pai vai destruir a todos.

— Tom... eu já sou casada e somos adultos, não preciso de sua autorização e muito menos daquele homem que se diz meu pai. Falou alto, Elizabeth já perdendo a calma.

Do lado de fora, Bill e Charlote, tudo ouviam. Aquela mulher era mais nobre do que eles pensavam.

— Sabe, Tom! Você se parece com minha irmã Júlia, minha irmã mais nova. São tolos, e são daqueles que fazem as coisas sem pensar nas consequências. Se eu passei a vida toda com esse tipo de irmã e me saí muito bem, não será um novo irmão que vai me fazer desistir.

Tom só agora havia percebido, que por várias vezes, ela o havia chamado de irmão.

"Será que ele estava ouvindo direito ou sua mente estava lhe pregando uma peça."

— Você me chamou de irmão?

Ela olhou para ele com as mãos na cintura e falou suavemente:

— E do que mais eu deveria lhe chamar?

Lágrimas escorriam no rosto de Tom, e ele caindo de joelhos começou a pedir perdão.

Elizabeth, vendo aquele jovem se arrependendo de seus erros, não conseguiu mais ficar ali, bancando a durona e rapidamente foi até a grade, onde se ajoelhou do lado de fora da cela, e com as mãos na barra, notou o olhar dele em sua mão quebrada. Tom tinha o rosto assustado, seus olhos estavam com raiva, da mesma forma quando Jack notou seu ferimento, e para amenizar a situação ela foi falando:

— Calma Tom. Isso não foi ele. Isso fui eu mesma que fiz, eu precisava impedi-lo e retirar minha aliança de casamento e achei que batendo a mão na mesa com a maior força, conseguiria fazer meus dedos incharem. Eu não poderia ficar longe de Jack, nem um minuto se quer e isso é nosso elo sagrado.

Ela sorria, como se fosse aquela mão machucada fosse um troféu; aquela mulher sentia que havia vencido Charles naquele momento e Tom viu o amo que essa jovem sentia por seu irmão.

— Desculpa, não seria o suficiente para amenizar tudo o que fiz você passar.

— Quem deve decidir isso sou eu e não você.

— Você e Jack, nunca vão me perdoar. Nem eu mesmo consigo me perdoar.

— Eu te perdoo Tom; agora quanto ao seu irmão, acho que vocês devem conversar. Vocês são irmãos, podem ter alguns atritos, mas precisam se acertar.

— Eu preciso ir, não quero que Jack me encontre aqui, eu não falei com ele que iria te ver, somente Bill está ciente disso, e não quero deixar meu marido com raiva por não ter lhe comunicado sobre isso. Além do mais, preciso ver meus tios e meu primo.

— Primo... Eu pensei que ele era seu irmão? Tom arregalou os olhos e levantando do chão, tinha seus pensamentos voltado ao mountie que ali passara a noite, e era idêntico a ela.

"Como isso poderia acontecer? Eu nunca vi alguém tão parecido e não ser irmão."

— Sim, meu amado primo. E sorrindo ela saiu da delegacia...

Em algum lugar fazendo sua ronda...

Jack estava em sua ronda matinal, suas bochechas ficaram quentes e vermelhas, ao se lembrar do ato de amor que eles tiveram. Aquela mulher fazia seu sangue ferver. Em toda a sua vida, ele nunca havia imaginado um amor daqueles eles tinham um desejo ardente um pelo outro, mas não era só uma relação física, eles tinham um amor, um carinho, um cuidado um pelo outro; eles se completavam;

— É sargent... Ela é minha alma gêmea. E o cavalo relinchou concordando.

O casamento  (  When Call The Heart)Onde histórias criam vida. Descubra agora