953 PALAVRAS
A comitiva de Frankison avançava pela estrada sinuosa que cortava a escuridão da noite. Edward observava as sombras dançantes ao redor, enquanto uma neblina fria envolvia a paisagem, tornando tudo ainda mais misteriosa. A lua, oculta por nuvens densas, lançava sua luz intermitente sobre a estrada deserta.
Edward percebeu a preocupação estampada no rosto de Frankison com Elizabeth, e seu olhar acabou se voltando para a carroça onde Malyn estava adormecida e vulnerável, ele sabia muito bem o que era se preocupar com alguém.
Havia algo mais profundo na conexão entre os dois irmãos, algo que transcendia a compreensão comum; Edward, testemunhou desse elo, não podia ignorar a intensidade que emanava deles.
A comitiva finalmente chegou a Hope Valle, e a primeira parada foi o café local.
Bill e Charlote, o casal muito amigável os acolheu, pois já estavam ali a sua espera. Sentados ao redor de uma mesa rustica, compartilharam suas histórias e desventuras desde a última vez que se viram ali. A preocupação se desenhava nos olhos de Bill, e Frankison percebia que algo estava errado.
Contamos como foi na estrada perigosa, os obstáculos enfrentados e a urgência de Frankison em chegar em Hope Valle. Charlote ouvia atentamente, sua expressão refletindo a empatia que ela sentia pela situação. Edward, ao notar o olhar ansioso de Frankison, sabia que ele algo daquela conversa não iria ser de bom tom, pois o olhar de Bill dizia algo...
Frankison falou abruptamente, a cadeira arrastando no chão, ecoando o som tenso naquele café.
— Seu pai...Wynn, está ferido e necessitando de cuidados, após salvar sua irmã Elizabeth das garras de Willian Thatcher que tentou violentá-la. Era uma prioridade estar com ele e ver como estava... Frankison correu para a enfermaria, com Edward e Bill seguindo atraso suspense pairava no ar, à medida que eles enfrentavam o desconhecido.
Ao entrarem na enfermaria, uma atmosfera pesada os envolvia. A luz tênue revelou o pai deitado em uma cama, com a palidez do sofrimento estampada em seu rosto. O suspense aumentou quando o médico local, Dr Carson, olhou para eles com seriedade.
Frankison, se mudou para o lado da cama, seu coração batendo forte.
— Calma, meu jovem... ele está dormindo a base de tranquilizante.
— Porque.... Por que foi que ele precisou de tranquilizante? Seu ferimento é muito grave?
— Sim. Não é um ferimento bonito. Mas já foi feito a cirurgia e ele não corre mais perigo.
— Mas... então, por quê?
— Seu pai, se segurou até que Jack levasse Elizabeth para casa. Mas depois ele desabou. No início ele era um urso feroz do qual eu, sua mãe, Bill e Henry tivemos muita dificuldade para segurá-lo na cama, pois ele queria matar Willian Thatcher. Seu pai saiu de si, ele estava possesso de raiva.
— Eu nunca vi meu pai assim, tipo descontrolado.
— Frankison... meu jovem! Eu não vou falar nada do seu pai, porque eu tive de me segurar par não acabar com aquele velho imoral. Só de olhar para Elizabeth, na hora do exame de corpo delito, eu e Jack tivemos de segurar para não explodir, você não imagina o que foi ver ela com as saias rasgadas, aquelas marcas de dedos em suas pernas, sua blusa toda rasgada e parte de seu espartilho, seus braços, pescoço com hematomas e seus seios com marcas...Carson respirou fundo... agora imagina seu pai, que viu pela janela da escola, aquele monstro atacando a menina no chão em cima dela e rasgando suas roupas?
— Ele fez o quê? Frankison gritou...
— Eu vou matar aquele velho, e vou agora... Bill e Edward, que vieram atrás e ouviram tudo, pois já sabiam que ele teria aquela reação, começaram a segurar Frankison e cada vez mais ele se debatia e gritava.
Era um ódio muito grande, quanto Willian Thatcher, e Frankison não queria escutar e nem sabe de nada, ele só queria vingar do homem que machucou sua irmã.
Bill, segurava de um lado enquanto Edward segurava no outro braço, aquele jovem parecia uma mula indomada. Foi quando a voz de Wynn se fez presente...
— Um pobre homem, não tem direito a dormir nesse lugar?
— Pai! Frankison correu para o pé da cama e abraçou seu pai chorando.
— Oi, meu filho... eu estou bem, seu menino chorão!
— Pai! Eu vou acabar com aquele homem, como ele pode fazer isso com ela...
— Frankison, eu entendo sua raiva. Ela não é menor que a minha ou de Bill, ou de Jack e até mesmo de Carson. Você não sabe o que senti ao ver sua irmã jogada no chão, com as roupas rasgadas e gritando de pavor. Mas ele vai ter o julgamento que merece, eu prometo. Ele vai pagar por tudo.
— Eu também prometo Frankison, como pai adotivo e como juiz, eu não vou sossegar enquanto ele não pagar por tudo. Disse Bill.
Carson explicou a gravidade dos danos e a necessidade de cuidados nos próximos dias.
O suspense se transformou em uma preocupação palpável, e o destino do patriarca da família estava agora nas mãos da habilidade do médico e na força de vontade do próprio homem.
Enquanto Carson ficava com Wynn a noite se desenrolava do lado de fora da janela. A neblina persistia, criando sombras que dançam ao ritmo da incerteza que permeia o ambiente. Edward, observando a cena, sentiu um misto de esperança, como se o destino da família estivesse entrelaçado com as sombras que se moviam na noite fria.
Malyn, adormecida na carroça lá fora, junto com Charlote, estava alheia a tudo isso, eles dormiriam na casa de Henry naquela noite. Enquanto enfrentava os desafios e mistérios de Hope Valle, a noite continuava envolvendo a cidade em seu manto de suspense e segredos. Os destinos deles estavam entrelaçados com os acontecimentos daquela noite, e apenas o tempo revelaria o que aguardava cada um daquelas pessoas.
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observação = Para quem não conhece ,a imagem a seguir é a igreja /escola de Hope Valley ,construida a mão por Jack Thorton .dia de semana os bancos ficaram na lateral e tinha um quadro na frente do altar ,e apos era retirado tudo para que ali tivesse as pregações.
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O casamento ( When Call The Heart)
FanfictionConheça Elizabeth. Uma mulher deslumbrante com seus cabelos ruivos e olhos azuis, mas com uma beleza interior ainda mais radiante. Meiga e simples, mesmo sendo uma das mulheres mais ricas do Canadá em 1910, Elizabeth é uma professora visionária, des...