Capítulo 85

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1186 PALAVRAS

Jack não via a esposa há dois dias, ela estava trancada na escola e, pelo que Carson havia dito, a situação lá ainda não era boa. O surto atingiu mais aldeias, e Jack, junto com Jessy, montaram tendas montadas onde abrigavam os doentes.

Abigail e o gerente do bar forneciam toda a comida para os doentes e para quem estava trabalhando. Frank, como único pastor da cidade, estava conversando com as famílias, falando sobre Deus e seus propósitos e tentando trazer paz aos corações daqueles que perderam entes queridos durante o surto de varicela.

Duas crianças, filhos de agricultores da cidade vizinha, e seis adultos de Hope Valle morreram e Frank e Bill tiveram que providenciar o enterro.

Frankison e tio Wynn buscavam comida ou até medicamentos em outras cidades, quando acabavam. A situação era grave.

Henry estava se recuperando bem, depois de ter passado por uma grande onda de pressão alta, que piorou nos dias em que teve febre muito alta por causa da catapora.

Na casa de Rose, ela e Lee lutaram bravamente para cuidar de Lucas, que durante seis dias teve uma febre altíssima que nada resolvia, e que até Carson já estava preocupado.

Aquela cidade estava passando por um momento de dor e doença, que ninguém ali havia imaginado, mas eles se uniram e conheceram a força de uma grande comunidade. Havia uma nação feita por Deus, pessoas que tinham fé e respeito por Deus em seus corações e amavam a Deus acima de todas as coisas, além de amarem o próximo como a si mesmos.

E foi assim que aquela comunidade se uniu e lutou por todos. Enquanto houvesse um suspiro, haveria uma razão para lutar por aquela vida...

Carson e Faith se dividiram em mil, nunca descansavam e só paravam para comer quando Bill, Jack ou Abigail os obrigavam.

Carson comentou que Elizabeth organizou completamente a escola. Meninos e meninas foram separados, e os melhores e os piores foram separadas, para que pudessem dar mais cuidados a quem precisava, e seus alunos, Emily e Opall, ainda estavam em estado grave. Robert venceu essa luta e, pelo que Charlote me contou, foi graças a Elizabeth.

— A esposa de Wynn, Elizabeth Delayne, além do chá de sabugueiro, faz uma sopa com carne seca que ela pediu a Abigail, misturada com mandioca para fazer um caldo grosso e nutritivo, e Elizabeth, com as mãos na cintura, faz todo mundo comer. ... até eu tive que participar e comer... riu Carson.

— Sinto muita falta dela, Carson. Disse Jack, esmagado pela nostalgia e pelo cansaço.

— Nós sabemos, Jack.

— Carson... Nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto quanto amo aquela mulher. Meu mundo gira em torno dela.

— Jack! Isso é lindo, meu amigo. Elizabeth, você realmente é alguém muito especial.

— Além do mais, estou extremamente orgulhoso dela. O trabalho que ela está fazendo para salvar a vida de estudantes doentes é admirável. Ela é uma pessoa incrível.

— Ela certamente é, Jack; é maravilhoso ver o compromisso dela em fazer a diferença na vida desses meninos.

Enquanto isso, na escola, três crianças estavam em estado grave... Emily, Josef e Lianh, os dois filhos daquela família que se opôs a Elizabeth no caso de Charles. Elizabeth sabia que, além das crianças, seu pai estava doente e sua mãe cuidava dele e de um parente idoso. Elizabeth gostava de todos os seus alunos, até mesmo daqueles dois que sempre foram desrespeitosos com ela, mas ela sabia que tudo o que diziam ou faziam, era influenciado por sua família e infelizmente não conseguia obrigar todos a gostarem dela.

— Charlote... estou preocupada com essas três crianças, elas estão cada vez piores e suas feridas infeccionaram... mesmo com a medicação do Carson, não está funcionando nem reduzindo a febre.

Tia Elizabeth, que já estava cansada, sentou-se ao lado dela e falou:

— Além disso, Charlotte, eles estão tão fracos que só dormem.

— Sim, são mais sérios. A catapora progrediu rapidamente e estamos fazendo o possível para controlar a situação. Charlotte disse:

— Além disso, Elizabeth, você está fazendo o seu melhor. Você é incrível estar aqui lutando por suas vidas. Tia Elizabeth tinha lágrimas nos olhos.

— Charlote, tia... eu prometi que faria tudo que estivesse ao meu alcance para salvar esses meninos. Eu não vou desistir. Continuaremos tratando-os com cuidado e esperança.

Charlote olhou para Elizabeth, foi um orgulho receber esta mulher como filha em sua família. Jack não poderia ter feito escolha melhor.

— Você é uma inspiração para todos nós. Emily e todas aquelas crianças têm muita sorte de ter você lutando por elas. Vamos superar isso juntos. Essas crianças merecem uma chance de viver.

Após três dias de intensos combates, as crianças recuperaram, a maioria dos adultos doentes também, mas ainda tiveram mais quatro mortes. Dentro daquela escola, havia três mulheres exaustas... elas limpavam todo o lugar e cuidavam de todas as crianças doentes, ao mesmo tempo que era a missão mais difícil que já tiveram na vida.

A mãe de Josef e Lianh, ao saber que a professora que cuidava dos filhos, teve um ataque de choro. Infelizmente, seu marido havia morrido naquela manhã e ela teve que reconhecer o valor da mulher que lutou com todas as suas forças pela vida de seus filhos.

A mulher que ela sempre criticou, humilhou e até denunciou ao conselho como imoral, estava lá lutando pelos filhos.

E foi assim que Elizabeth Thorton recebeu o pedido de perdão da família.

Todas as crianças foram liberadas para suas casas. Wynn, Frankison, Jack e Bill estavam chegando para buscar suas mulheres guerreiras, que lutaram arduamente contra a morte ali. Eles sabiam que estavam exaustos e todos os homens haviam deixado tudo pronto para comerem e descansarem.

Charlote, tia Elizabeth e  Elizabeth Thorton sorriram ao terminarem de higienizar o local e juntas partiram para a escadaria da escola. Ao avistarem os homens, elas sorriram...

O sorriso da vitória, o sorriso da esperança, quando ouviram uma voz de mulher gritando:

— Elizabeth, você vai morrer! Julia Thatcher gritou descontroladamente.

Naquela cena de tensão e desespero, onde a voz de Júlia, com suas palavras ameaçadoras, ecoava pelo jardim da escola, um tiro rasgou o silêncio, cortando o ar com sua violência. Julia, determinada a eliminar sua irmã Elizabeth Thorton e vingar a morte de Bile, viu seus planos desmoronarem, quando Bill e Frankison, que eram mais próximos dela, rapidamente a imobilizaram e capturaram.

No meio do caos, o tiro encontrou inesperadamente o alvo. Foi a tia Elizabeth Delayne quem, num ato heroico, avançou para proteger Elizabeth, pagando um preço pelo seu ato de coragem. Felizmente, a bala atingiu seu braço de raspão, deixando-o dolorido e queimando, mas ela sabia que passaria por qualquer dor para salvar sua filha.

Wynn correu até sua esposa ao vê-la ferida e sangrando e, ao abraçá-la, ouviu-a dizer baixinho:

— Wynn... A proteção de Beth é nossa prioridade. Posso enfrentar as consequências, por mais doloroso que seja salvá-la.

Wynn, olhando em seus olhos, falou:

— Eu sei amor... vamos cuidar dela, da nossa filhinha, da nossa filha. Daremos a ela todo amor e proteção, tudo que ela nunca teve e foi negado.

Júlia estava detida em um canto daquele local, enfrentaria as consequências de seus atos e a justiça tomaria as medidas necessárias para julgar o ocorrido naquela cena violenta.

O casamento  (  When Call The Heart)Onde histórias criam vida. Descubra agora