1142 PALAVRAS
Durante aquela semana de pausa forçada para Elizabeth, Laura assumiu as rédeas da escola com a dedicação de quem honrava sua professora e, agora, colega de profissão. Como uma ex-aluna que floresceu sob os ensinamentos de Elizabeth, Laura sentiu o peso da responsabilidade, mas também a inspiração para fazer o melhor que podia.
A prefeita, reconhecendo a necessidade de Elizabeth descansar, deu ordens para que ela se permitisse uma semana de repouso, enquanto Laura assumiria as atividades na escola. Frankison, agradecido pela ajuda de Laura, dedicou-se a tarefas como cortar lenha e acender o fogo durante esse período. A presença dela lhe trazia uma sensação de conforto e algo mais profundo, uma chama inesperada a arder.
Entre o crepitar da lenha e a dança das chamas, Frankison e Laura compartilhavam momentos de conversa e silêncio, criando uma conexão que ia além das palavras. Sentimentos novos, antes adormecidos, começavam a despertar, criando uma atmosfera de expectativa e descoberta. No calor do fogo e na companhia um do outro, algo mais profundo começava a se entrelaçar, desenhando novos capítulos em suas vidas.
Naquela terceira manhã, Frankison havia chegado mais cedo, para cortar lenha e aquecer a sala, ele não queria que Laura ou as crianças pegassem uma friagem, e foi com um sorriso enorme que ele recebeu Laura na sala, quando ela chegou mais cedo para providenciar tudo para suas aulas.
Ao lado do fogo crepitante, Frankison e Laura compartilhavam risos e histórias, criando uma teia de conexão que transcendia os papéis de amigo e colega. A amizade que florescia entre eles, alimentada por gestos de gentileza e companheirismo, começava a adquirir matizes mais profundos, como se o calor das chamas também aquecesse algo mais intenso entre eles.
Laura, assumindo a escola com zelo, encontrava em Frankison não apenas um ajudante dedicado, mas alguém com quem podia compartilhar seus pensamentos e aspirações. Frankison, por sua vez, admirava a determinação e a bondade de Laura, percebendo que a chama que se acendia em seus corações poderia ser mais do que uma simples amizade.
Os dias se desenrolavam com Laura na escola e Frankison a apoiá-la em suas tarefas. Entre livros e a rotina escolar, eles descobriam que havia algo especial surgindo, algo que pairava entre a amizade e o romance. Cada olhar trocado e cada riso compartilhado eram sementes de uma história que estava apenas começando a florescer.
Enquanto isso, Jack sabia que precisava cuidar muito bem de sua esposa, pessoas que passavam por aqueles tipos de problemas costumavam ficar muito deprimidas e ele iria ajudar, para que ela não se perdesse nesse caminho.
Após, ela relatar tudo o que passou na delegacia, as humilhações verbais, a fome que lhe foi imposta, quando lhe deram somente uma caneca de água e um pão seco por dia, o frio das madrugadas geladas sem ao menos um cobertor, e ao ver o pavor em seus olhos, durante a primeira noite, quando ela teve um pesadelo terrível, foi o motivo maior para que ele conversasse com todos os amigos e parentes e contasses seus medos.
Durante todos os dias, alguém sempre estava com Elizabeth. Jack sentia que ela estava meio distante e conversou com a mãe dela sobre sua esposa, e hoje enquanto Jack estava na delegacia, onde estava sendo feito a transferência do soldado Luan, que tanto Jack quanto Bill indicaram e pediram sua prisão e condenação, por maus tratos a pessoa privada de liberdade, abuso de poder e desacato a autoridade, enquanto isso uma conversa séria estava ocorrendo na casa de Jack.
— Filha! Me conta o que está acontecendo? Você está afastada de seu marido...
— Mae! Por que ele não me salvou antes? Ele me abandonou lá?
— Beth! Eu vou te contar tudo...
E assim, Elizabeth Delayne, contou tudo sobre seu parto, o quão difícil foi passar aquele momento sozinha, e tantos anos de mágoa com seu marido, por causa de uma falta de comunicação.
— Beth! Minha querida. O seu marido estava correndo desde a hora que você foi algemada, e seu pai também. Eles sabiam o porquê você estava fazendo aquilo, mesmo eles não aprovando... mas para que eles ajudassem você, enquanto você estava presa, precisavam de papéis, ordens superiores, e foi isso que eles correram dias após dias até conseguirem.
Beth, abaixou a cabeça e num tom de vergonha, falou:
— Eu achei que Jack estava duvidando de mim e de minha moral... até mesmo vocês, tive medo que me abandonassem...
— Nunca mais diga algo assim. Elizabeth Thorton, você é nossa filha, e vamos te amar independente do que aconteça. E aquele seu marido, ele te ama de uma forma que jamais vi...
— Desculpa, mãe. Eu me senti tão sozinha e tão perdida. Minha cabeça está a mil por horas, e aquele soldado ficava falando sobre isso, sobre a vergonha que vocês estavam sentindo, que eu acho...
— Beth... eu compreendo você. Nós te amamos muito.
Beth começou a levantar para pegar uma xícara de chá, quando uma tontura lhe atacou, necessitando segurar na mesa de escrever. Elizabeth Delayne, ajudou a sentar e questionou desde quando ela estava assim. Ela aconselhou a ver Dr Carson, ainda naquela semana, mas Elizabeth foi dizendo que iria, mas que estava tudo bem, era só a fraqueza pelos dias sem comida.
Naquela noite, Elizabeth Delayne, contou tudo para seu marido, e ainda disse que talvez um netinho estivesse chegando...Wynn, sabia que sua esposa não falaria tal coisa à toa, ela havia trabalhado no Alasca por muitos anos com as mulheres índias, e com elas aprendeu muita coisa... Ele não tinha aonde mais sorrir, seu coração transbordava de alegria, e assim ele tomou sua esposa nos braços e beijaram apaixonadamente.
...
...
A noite envolvia a delegacia em um manto escuro, mas as estrelas pontilhavam o céu como testemunhas silenciosas de um novo renascimento. Elizabeth, após sua semana de repouso, sentiu o desejo de esclarecer mal-entendidos que pairavam entre ela e Jack. Movida pela necessidade de curar as feridas do passado, ela procurou Jack na sala da delegacia.
Os olhares se encontraram, carregados de anos de histórias compartilhadas e emoções. Elizabeth, com a voz suave e os olhos sinceros, expressou seu pedido de perdão, contando tudo o que se passava em sua cabeça, reconhecendo os equívocos que os separaram nesses últimos dias. Jack, tocado pela vulnerabilidade dela, também reconheceu suas próprias falhas.
Em um gesto de compreensão e reconciliação, eles se aproximaram, selando suas palavras com um beijo apaixonado. O toque dos lábios era como uma sinfonia de perdão, um elo que se refazia diante das estrelas testemunhas. O tempo pareceu suspender-se, permitindo que o amor, antes obscurecido por sombras, emergisse com intensidade renovada.
A paixão que ardia entre eles guiou-os para uma noite de amor, onde cada carícia era um acorde na melodia da reconciliação.
Cada toque, cada gemido, cada sussurro, era acompanhado de um amor intenso.
Ao amanhecer, enquanto os raios do sol acariciavam a cidade, Elizabeth e Jack compartilharam olhares cheios de ternura e promessas para o futuro.
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O casamento ( When Call The Heart)
FanficConheça Elizabeth. Uma mulher deslumbrante com seus cabelos ruivos e olhos azuis, mas com uma beleza interior ainda mais radiante. Meiga e simples, mesmo sendo uma das mulheres mais ricas do Canadá em 1910, Elizabeth é uma professora visionária, des...