1335 PALAVRAS
Charles estava impaciente, ansiando por uma noite vinda com aqueles olhos jovens que refletiam a mesma intensidade de Elizabeth, sua musa predileta. Contudo, a moça parecia vulnerável demais para os desejos insaciáveis de Charles. Ele hesitou em levar as coisas aos extremos, considerando o preço elevado que pagaria por sua companhia. Sua intenção era explorar essa relação especial mais vezes, e ele ansiava por prolongar o prazer que ela poderia proporcionar, mas suas mãos e seu corpo não lhe ouviram e aquilo aconteceu...
Aquele corpinho era uma delícia, pena que ela lhe deu muito trabalho, lutando contra ele. Se aquela jovem tivesse obedecido e ficado quieta, não precisaria ter lhe dado aquelas lições...
"Uma mulher deve saber obedecer seu homem e deve dar prazer ao seu macho, afinal se ela é uma fêmea, é para isso que serve", ria Charles.
Mas agora, ele precisava limpar as provas, que pudessem ligá-lo aquele caso. Não queria mais nenhum problema em sua ficha. Hargraves era um comandante e ele tinha seus métodos, bastava jogar as pistas daquela morte sobre algum infeliz, alguém deveria assumir a culpa por ele, afinal ele tinha um nome a zelar e um status a preservar, não deixaria uma quenga acabar com sua reputação.
Charles, já estava impaciente, tinha de fazer seus planos com Hargraves, já estava ali há quatro meses, escondido, naquela espelunca velha, um lugar fedido e cheio de bêbados, e ele junto com aqueles homens de Gangues que o ajudaram na sua fuga, ficaram ali escondidos naquele buraco fedido com aquelas mulheres de vida fácil, enquanto Jack Thorton e outros estavam livres e aproveitando a vida boa ao lado de sua Elizabeth. Charles prometeu a si, que logo iria resolver seus problemas e pegar sua mulher. Elizabeth viria para suas mãos, e após lhe ensinar a se comportar, ele tinha certeza que ela o amaria completamente e com uma intensidade como ele nunca sonhou. Ele lhe mostraria quem ele era...
"Seu homem... seu macho... seu alfa."
...
...
Enquanto isso, em uma estrada entre Calgary e Hope Valle, em sua segunda noite de estrada, Edward acabava de arrumar uma barraca para Malyn descansar. Ela sorria o tempo todo sem nunca reclamar, mas Edward percebia o cansaço em seu rosto e em sua voz. Mesmo conhecendo aquela jovem de vinte e um anos, a tão poucos dias, ele notou que ela era como sua amiga Elizabeth, mesmo sofrendo ela nunca reclamava de nada e sempre procurava algo positivo naquela situação. Ele tinha certeza que as duas seriam ótimas amigas, pois Elizabeth em seu generoso coração iria acolher essa jovem em seu meio...
Malyn quase não comia, e isso chamou sua atenção.
— Malyn... Eu percebo que você quase não está comendo. Eu trouxe alimentos errados ou você não gosta deles?
— Desculpa... está tudo perfeito e delicioso.
— Você precisa se alimentar bem? Você está comendo por dois...
— Eu... ela abaixou as vistas, e olhando para o chão, ficou sem palavras para explicar.
— Malyn! Eu não te conheço há muito tempo, mas eu gosto de você e quero te proteger. Se você quiser me contar o que se passou em sua vida ou o que você está pensando, saiba que posso ser seu amigo e ouvi tudo... E quanto chegar em Hope Valle, você conhecera minha amiga Elizabeth, e você verá que ela dará um jeito em todos os seus problemas.
— Vejo que essa Elizabeth, é alguém especial para você!
— Sim... ela é muito importante. Antes, eu era apaixonado por ela. Acho que eu e o primo dela, o Franksson..., mas depois os anos foram passando e percebi que ela era a minha melhor amiga, tipo uma irmã mais nova e que eu precisava proteger.
— Proteger? Eu não entendo?
— Vou te contar e você entendera tudo...
E assim que ele contou, partes de sua infância, e até mesmo de Charles e de sua tentativa de sequestro e estupro e que por isso ela viu a nota no jornal.
Ela estava horrorizada com tudo aquilo que estava ouvindo, e um pensamento lhe passou em sua mente...
" foi por causa dessa Elizabeth, que eu fui cair nas mãos daquele monstro, então a culpa é toda dela..."
Edward, em seus anos de profissão, havia aprendido muita coisa, e aquele olhar de Malyn era de alguém que procurava um culpado para sua desgraça e ele percebia, que ela iria jogar a culpa em cima de Elizabeth.
— Malyn, agora eu vou lhe falar algo, mas não como seu amigo ou de Elizabeth, e quero que me escute bem. A culpa do que te aconteceu, ou do horror que Elizabeth passou nas mãos daquele homem, não foi culpa de nenhuma de vocês. As duas são vítimas... vítimas de um homem cruel e sem coração. E não por isso, vocês precisam estar unidas e lutar para que à justiça prevaleça e Charles Kingston III seja condenado.
— Desculpa, Edward..., mas por um momento eu quis culpá-la, por tudo que estou passando.
— Ela também passou muito... deixa eu te contar algo. Quando Jack a salvou, ela já estava com as roupas rasgadas. E, além disso, pouco tempo depois, a irmã mais nova dela, enviou seu namorado para raptar Elizabeth, mas o rapaz resolveu que a queria em sua cama, e após atirar em seu cunhado e raptá-la, mas ela foi salva por Frankison...
— Vejo que ela tem uma boa turma lhe protegendo?
— Sim... e na cidade tem muitos além desses. Ela é muito querida por todos.
— Edward... ela se casou com Frankison? Afinal, você disse que todos vocês eram muito unidos quando criança.
Ele contou tudo, desde o casamento com Jack até a descoberta de seu irmão gêmeo Frankison.
Para Malyn, cada hora, a história daquela mulher ficava mais intrigante. Se não fosse um mountie a lhe contar, ela diria que era invenção, talvez um livro, uma história de romance, onde a mocinha precisava lutar por sua felicidade. E Malyn tinha de reconhecer, Elizabeth era a pessoa mais corajosa e mais persistente, que ela já ouviu falar. Com tantos problemas e ela nunca desistiu.
Malyn, não notou que Edward a olhava o tempo todo, enquanto contava a história, e ele tinha um sorriso no rosto, com toda aquela história, ela acabou distraindo a jovem, e ela em sua curiosidade acabou comendo uma grande quantia de alimentos.
Edward, observou enquanto Malyn se recolhia na barraca, suas expressões revelando o turbilhão de pensamentos que ecoavam em sua mente. Sob o manto estrelado da noite, ele ponderou sobre a complexidade das histórias que a vida costumava tecer.
Seus pensamentos se voltaram para Elizabeth, uma figura que se tornara não apenas uma amiga querida, mas também uma fonte de inspiração. A história de superação, coragem e persistência de Elizabeth, ressoava em sua mente, pois era uma história que transcendia os limites da realidade. A vida, às vezes, parecia imitar os contornos de um romance intrincado, com personagens corajosos enfrentando desafios e imprevistos.
Enquanto as estrelas pontilhavam o céu noturno. Edward ponderou sobre a conexão inesperada entre essas duas mulheres. Malyn, carregando suas próprias cicatrizes invisíveis, agora compartilhava de uma jornada entrelaçada com a de Elizabeth. O olhar inquisitivo de Malyn, ao absorver cada detalhe da história, revelou uma mistura de fascínio e perplexidade diante da complexidade da vida de Elizabeth.
Edward, com um sorriso sutil, observa que sua narrativa havia sido eficiente, por um momento, desviando a mente de Malyn e de seus fardos pessoais, incentivando a saborear uma refeição necessária. Enquanto a cidade adorada e as estrelas testemunhavam a interseção dessas vidas, Edward refletiu sobre como a história entrelaçada poderiam, eventualmente, formar laços mais fortes do que qualquer um poderia prever.
Os estalos da fogueira ecoavam no sereno da noite, iluminando o rosto pensativo de Edward. Sobre o manto do céu estrelado, ele contemplava as complexidades que o destino tecia para suas vidas. O murmúrio suave da natureza ao seu redor parecia sussurrar segredos do futuro, enquanto o silêncio noturno envolvia-o em um véu de contemplação e expectativa. Cada crepitar das chamas era um elo entre o passado e o presente, e Edward, perdido em seus pensamentos, ansiava pelas respostas que aguardavam no horizonte incerto do amanhã.
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O casamento ( When Call The Heart)
FanfictionConheça Elizabeth. Uma mulher deslumbrante com seus cabelos ruivos e olhos azuis, mas com uma beleza interior ainda mais radiante. Meiga e simples, mesmo sendo uma das mulheres mais ricas do Canadá em 1910, Elizabeth é uma professora visionária, des...