O casamento ( When Call The Heart)

Capítulo 120

959 PALAVRAS

O sol do final da tarde tingia de tons quentes o céu sobre Hope Valle, enquanto Elizabeth e sua família desfrutavam de um momento tranquilo no café local. A atmosfera serena foi abruptamente quebrada quando um inspetor da escola geral, acompanhado por dois policiais do governo, adentrou o estabelecimento.

Elizabeth, ao notar a presença do trio, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Seu olhar se encontrou com o inspetor, um homem de semblante fechado que parecia não ter vindo para boas notícias. A tensão no ambiente aumentou quando o inspetor entregou a Elizabeth um documento. O café silenciou enquanto ela lia, e lágrimas começaram a brotar em seus olhos.

Eram lágrimas de vergonha, lágrimas de raiva, lágrimas de dor...

Ao sair do café com sua família, composta por seu pai Wynn, Jack, sua mãe, seu irmão gêmeo, Rose, Lee, Henry, Edward e Malyn, todos curiosos, Elizabeth cambaleou, pálida como um fantasma. Jack e Frankison, a ampararam enquanto ela tentava assimilar as informações contidas no papel.

O inspetor da escola manteve seu semblante austero e dirigiu a pergunta que pairava no ar:

— Quem é Mountie Jack Thorton?

Jack, visivelmente surpreso, se apresentou e ouviu em choque as palavras que se seguiram. O inspetor revelou ter uma ordem de prisão para Elizabeth, acusando-a de falsificar documentos e comprar seu diploma em troca de favores sexuais.

O impacto da acusação ecoou pelo grupo, deixando todos atônitos. Bill e Charlotte, que haviam chegado ao local naquele momento, escutaram a revelação chocante. Bill, juiz respeitado na cidade, pegou o papel das mãos trêmulas de Elizabeth e o leu com incredulidade.

Ele olhou para Elizabeth e declarou, com uma mistura de choque e determinação.

— Eu sou o pai adotivo dela, e não permitirei que essas acusações infundadas a destruam. A tensão no ar atingiu um novo patamar, enquanto a comunidade de Hope Valle tentava absorver a verdade sombria que se desenrolava diante de seus olhos.

O inspetor da escola geral fixou seu olhar sério em Jack, Bill, Wynn e Frankison, cada um deles se recusando a aceitar a ordem de prisão para Elizabeth. A tensão no ar era palpável quando o inspetor advertiu que, ao resistir, estavam colocando em risco seus próprios cargos e poderiam enfrentar sérias consequências legais.

Jack, olhando firmemente nos olhos do inspetor, afirmou com determinação:

— Eu me recuso a prender minha esposa por algo que não é verdade. Não vou compactuar com uma injustiça desse tipo.

Bill, ao lado de Jack, concordou veementemente.

— Você não tem evidências concretas. Não permitirei que minha filha seja arrastada por acusações infundadas.

Wynn e Frankison, solidários, se mantiveram ao lado de Elizabeth. O inspetor, percebendo a firmeza da resistência, alertou-os de que estavam desobedecendo a ordens judiciais e poderiam enfrentar sérias repercussões.

Elizabeth, ao compreender que a situação estava além de sua capacidade de controle, viu-se diante de uma escolha difícil. Com um suspiro pesado, ela estendeu suas mãos para um dos policiais.

— Faça o que tem que fazer, disse com uma firmeza incomparável em sua voz. Mas não permitirei que toquem ou causem mal à minha família.

O policial, relutante, começou a algemá-la, enquanto o inspetor observava com satisfação. A cena causou um silêncio constrangedor na multidão, que testemunhava a tragédia que se desenrolava diante de seus olhos.

O destino de Elizabeth estava agora nas mãos da justiça, enquanto a comunidade de Hope Valle ficava dividida entre a confiança em sua inocência e a sombra de dúvida lançada pelas acusações. O drama que se desenrolava estava longe de chegar ao fim, e as revelações obscuras continuariam a moldar o destino de todos os envolvidos.

O silêncio que se seguiu à prisão de Elizabeth foi rompido apenas pelo som das algemas ecoando pelo ar, deixando todos os presentes atônitos. Jack, ainda segurado por Bill e Wynn, lutava contra a impotência que se espalhava por seu peito.

A multidão ao redor estava em choque, olhares perplexos testemunhando a cena inacreditável da professora Elizabeth sendo conduzida para a delegacia como uma criminosa. Ela em nenhum momento sequer abaixou a cabeça, mas estava decidida a não prejudicar Bill, Wynn, Frankison, Edward ou seu amado Jack.

Charlotte, entre soluços, chorava ao lado de Elizabeth Delayne, que também derramava lágrimas de indignação e impotência. Bill e Wynn mantinham Jack sob controle, conscientes de que qualquer ação impulsiva poderia prejudicar ainda mais a situação.

Enquanto isso, Frankison e Edward correram em direção à delegacia, determinados a entender o que estava acontecendo. Ao chegarem, depararam-se com Elizabeth sentada na cela, mantendo um semblante tranquilo que não refletia a tormenta interna que ela estava enfrentando.

Frankison, com os olhos cheios de raiva contida, perguntou:

— Elizabeth, o que está acontecendo? Por que eles estão fazendo isso com você?

Ela ergueu os olhos para encontrá-los e respondeu com calma:

— Eu não sei, Frankison. Parece que alguém está tentando me incriminar. Mas não se preocupem, vamos resolver isso da maneira certa. Mas veja, a senhora Lina que deu a ordem e pediu minha prisão, é a mãe de Patricia, ela é a melhor amiga de Viola e de minha mãe.

Edward, indignado, acrescentou:

— Não podemos deixar isso assim. Alguém precisa pagar por isso, e vamos descobrir quem está por trás de tudo.

Enquanto isso, Jack, finalmente se soltando do agarre de Bill e Wynn, dirigiu-se à delegacia com um olhar decidido. Antes de entrar, Bill o segurou pelo braço, dizendo com firmeza:

— Jack, precisamos agir dentro da lei. Não podemos dar ao inimigo razões para tornar isso ainda mais difícil para Elizabeth.

Jack assentiu, respirando fundo para acalmar seus sentimentos tumultuados. A comunidade de Hope Valle, agora consciente da tragédia que se desdobrava, começou a mobilizar-se para apoiar Elizabeth e descobrir a verdade por trás das acusações. Enquanto ela permanecia calma na cela, o destino de todos estava entrelaçado em uma teia de segredos e mentiras que começaria a se desvendar nos dias que se seguiriam.