O casamento ( When Call The Heart)

Capítulo 76

2169 PALAVRAS

Na cidade de Regina, naquela mesma tarde, Bill, Frankison e Henry seguiram uma pista que os levaram até um pequeno cabana na periferia da cidade, onde conheceram Jane, a copeira que havia trabalhado na casa de Willian Thatcher há muitos anos atrás. Ela estava na defensiva e não queria falar com eles. Ela fez o possível para fechar a porta para detê-los, mas Frankison gritou:

— Por favor, eu imploro... preciso saber se Elizabeth é minha irmã gêmea?

Jane, atrás da porta, sentiu a dor daquele rapaz... Elizabeth, aquele bebê lindo, ela era uma criança tão doce... E foi aí que Jane, m sua dor de consciência, decidiu abrir a porta; quando os três homens entraram, perceberam como a casa dela era precária e que ela quase não tinha o que comer. Sua velha mãe dormia na única cama da casa. Ela serviu chá para todos e, olhando para Frankison, disse:

— Como ela está? Jane conhecia Frankison, pois ela havia trabalhado na casa dos Thatcher até aquele dia infeliz no estábulo.

— Ela está bem... E agora está casada com um policial, como eu. Elizabeth é idêntica a mim, exceto que seus olhos são azuis. Frankison sorriu.

— Ela se tornou uma jovem linda pelo que você me descreveu, mesmo com tudo que passou na infância.

Henry olhou para Bill, ele estava gostando daquela história.

— Por favor, precisamos descobrir a verdade sobre o nosso nascimento e você pode nos ajudar, eu imploro...

Ela contou sobre o dia do parto, sobre os bebês que ela não pode ver até a ordem de Willian, que somente a mulher da cicatriz, poderia ter contato com eles, e que depois de anos ela descobriu que nunca foi uma verdadeira parteira; ela era uma mulher que realizava abortos a pedido dos maridos ricos. Ela contou que William a estuprou pouco antes de ela fugir daquela casa, foi no dia em que ele tentou abusar de Elizabeth no estábulo, mas depois que a menina foi levada e trancada no quarto, ele agrediu fisicamente Grace e então eles fizeram sexo ali mesmo no estábulo, onde ele a deixou deitada sem roupa e, rindo avisou que esperasse por ele. No começo tive pena dessa mulher, mas vi que ela gostava daquele jeito dele. Quando ele entrou na mansão, ele queria a garota, ele gritava e eu só podia tentar impedi-lo de fazer aquela coisa bárbara com ela. Somente eu e Merye, a mulher da cicatriz, estávamos em casa naquele dia, e foi aí que ele veio violento ... ele me agarrou e gritou, que se ele não pegasse a garota, seria eu, ele me bateu e me jogou na sala dele... ele me estuprou ali naquela sala, enquanto Merye observava tudo e ria, ela observava tudo com prazer; aquela mulher estava acostumada a ir para a cama do Willian desde que Elizabeth nasceu, e ela sempre fazia suas safadezas em troca de joias ou dinheiro e Grace sabia e concordou.

— Fiquei muito machucada, não podia ficar ali ou ele poderia me machucar ainda mais, aquele homem era louco, foi aí que juntei o pouco que tinha nas bolsas e fugi de madrugada, passei pela minha cidade natal e nos mudamos para cá, onde estive escondido até hoje. Esta cidade de Regina foi o meu recomeço, depois de tudo que passei nas mãos daquele animal. Foi contando ela.

— você acha que Willian ou outra pessoa poderia ter trocado as crianças?

Jane olhou de um para o outro, baixou o olhar e falou pesadamente:

— Não posso provar nada. Mas são pessoas muito cruéis, já vi acontecer coisas naquela casa que até Deus duvida. Não os vi trocando as crianças, então não posso dizer isso. Mas aquele dia foi tudo muito louco; além disso, eles... toda aquela família nunca apoiou ou amou Elizabeth. Grace nunca a amou como filha, nem ela e nem Willian. Pai e mãe, acho que a principal motivação na vida deles seria amar e proteger os filhos e eles fizeram isso com Júlia e Viola... mas a menina Elizabeth, ela era como a gata-borralheira, jogada nos cantos, ela não podia fazer suas refeições com eles, estava sempre conosco na ala dos empregados e comia da nossa comida, e quando ela ficava trancada no quarto, recebia somente pequenas porções, um pão seco com água ao acordar e um prato no almoço e sempre sem carne ou vegetais.