Capítulo 110

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916 PALAVRAS

O som metálico da tampa do bueiro sendo retirada ecoou pelo beco escuro, enquanto Joe e Collins trocavam olhares ansiosos. A luz fraca da lua filtrava-se entre os prédios, iluminando um objeto que brilhava no fundo do buraco úmido. Joe estendeu a mão e, com cuidado, retirou a fivela do bueiro.

Ao analisar o objeto, uma sensação arrepiante percorreu a espinha de Collins. Era uma fivela de cinto ornamentada com o brasão da família Spurlok. Charles Spurlok, o homem de negócios influente de Rud, não apenas era conhecido por seu ramo de trabalho, mas também por seu envolvimento em atividades obscuras nos bastidores da cidade, desde bebidas proibidas como whisky até prostituição.

— Collins, isso não pode ser uma coincidência. O brasão da família Spurlok aqui no local do crime... - Joe murmurou, enquanto examinava a fivela.

A descoberta da fivela com o brasão da família Spurlok deixou Joe e Collins perplexos. A noite estava silenciosa, mas o mistério que pairava sobre Rud parecia gritar em seus ouvidos.

"O que Charles Spurlok tinha a ver com a jovem assassinada?"

" E por que a fivela estava no bueiro próximo ao local do crime? "

Os dois investigadores decidiram seguir a pista, mas sabiam que precisavam agir com cautela. Charles Spurlok era uma figura perigosa na cidade, com conexões que se estendiam por todos os cantos, sua família nunca havia prestado e só andava com gente cruel... Joe e Collins sabiam que estavam mexendo com algo muito maior do que um simples assassinato.

No dia seguinte, eles conseguiram reunir informações sobre Charles Spurlok.

Descobriram que ele vinha andar por ali, pagando mulheres baratas quase todas as noites. Sua confiança, era impecável e transparente, mas rumores sussurravam sobre seus negócios, escudos e influências indevida, além disso, as, mas línguas diziam que ele estava andando com pessoas estranhas e perigosas além de muito ricas.

Enquanto investigavam, Joe e Collins não conseguiam ignorar a presença ameaçadora de Hargraves nos bastidores. Se ele descobrisse sobre suas descobertas, poderia tornar a situação ainda mais perigosa. Hargraves não hesitaria em usar sua influência para manipular a situação a seu favor, pois esse comandante usaria isso para tentar uma promoção, como sempre ele andava fazendo. Eles não deixariam esse homem ser promovido às custas da morte de uma jovem.

A dupla projetou concentrar seus esforços no bordel frequentado pelos homens ricos da cidade. Era lá, que havia começado a conexão entre Charles Spurlok e a vítima, ou ao menos eles imaginavam visto que o maior cafetão de tudo saberia sobre esse assunto, pois nada passava naquela cidade sem as ordens desse cafetão...

Joe e Collins colocaram um jovem disfarçado no local e se infiltraram discretamente, observando cada movimento, fazendo perguntas cuidadosas e coletando informações valiosas.

Hope Valle

Enquanto a calma superficial se estendia por Hope Valle, Jack conduzia Elizabeth da enfermaria até sua casa. O caminho era preenchido por um silêncio tenso, que ecoava o tumulto emocional que Elizabeth havia enfrentado nas últimas horas. A noite caia sobre a pequena cidade, lançando sombras longas pelas ruas vazias.

O vento sussurrava segredos eu apenas o casal conhecia, mas por enquanto Jack estava focado em cuidar da esposa. Ela se agarrou ao braço dele, ainda fraca e abalada pelo episódio traumático que havia vivenciado na escola. Jack sentiu o peso de seu silêncio, compreendendo que algumas feridas não eram visíveis.

Ao chegar em casa, Jack ajudou Elizabeth a se acomodar, lembrando-se de ser gentil e compassivo diante do sofrimento dela. Os olhos de Elizabeth, normalmente cheios de vida, estavam agora nublados por lembranças indesejadas. Jack segurou suas mãos e olhou nos olhos dela com uma expressão carinhosa, tentando transmitir segurança.

A casa, geralmente cheia de alegria e calor, estava mergulhada em uma atmosfera sombria e silenciosa.

Jack conduziu Elizabeth até o quarto, onde a luz suave das velas substituiria a luminosidade intensa da lamparina. Ele a ajudou a deitar-se na cama e ficou ao seu lado, observando com preocupação enquanto ele tentava encontrar conforto.

A noite avançava, mas o silêncio da casa era quebrado pelos suspiros inquietos de Elizabeth. Jack deitou ao seu lado, seu toque suave proporcionando um conforto silencioso. Os olhos dela, mesmo fechados, revelavam a tormento que assolava sua mente.

Conforme a noite se aprofundava, Elizabeth foi tomada por pesadelos eu a transportavam de volta aquele momento de terror na escola. Seu corpo se contorcia involuntariamente, e ela murmurava palavras indistintas.

Jack, desperto pela agitação dela, abraçou com mais firmeza, tornando-se o porto seguro no qual ela buscava refúgio.

Ela gritava de pavor, e Jack estava com o coração partido ao sentir a dor daqueles gritos, e o pavor em sua voz, mas ela não acordava.

Os pesadelos eram como sombras insistentes, perseguindo Elizabeth mesmo em seus sonhos. Jack, com paciência e amor, permanecia ao seu lado, enfrentando junto com ela os fantasmas daquele dia. Ela acariciava seus cabelos suavemente, murmurando palavras reconfortantes e prometendo protegê-la.

Lágrimas rolavam de seus olhos como uma vertente de um riacho, mas não acordava.

Com o tempo, os pesadelos começaram a ceder. A respiração de Elizabeth se acalmou, e seu corpo relaxou nos braços de Jack. Ele permaneceu acordado, observando-a enquanto ela finalmente encontrava um sono mais tranquilo. A madrugada se aproximava, mas a escuridão inferior de Elizabeth começava a se dissipar.

A luz do amanhecer trouxe consigo uma nova esperança. Jack continuaria ao lado de Elizabeth, guiando-a através do processo de cura. O trauma deixaria cicatrizes, mas com amor e apoio, as sombras do passado perderiam gradualmente seu poder sobre ela. Hope Valle, conhecida por sua resiliência, seria testemunha da superação desse dia sombrio na vida do casal Thorton

O casamento  (  When Call The Heart)Onde histórias criam vida. Descubra agora