Capítulo 78

19 4 146
                                    

1249 PALAVRAS

Foi nesse momento que Elizabeth chocou todos na sala.

Elizabeth ajoelhou-se diante dos rapazes, seus olhos refletiam uma mistura de profunda tristeza e remorso. Com a voz trêmula, ela começou a pedir perdão, suas palavras carregavam um peso incomparável.

— Sinto muito... sinto muito por vocês quase terem perdido suas vidas... por minha causa, ela murmurou, enquanto lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

— Mesmo não tendo sido eu quem puxou o gatilho, eu... eu sei que tudo isso começou por minha causa. Charles... ele fez isso por minha causa, e eu me sinto responsável por tudo que vocês passaram.

Um pesado silêncio envolveu a sala, enquanto Elizabeth tentava expressar a profundidade de sua culpa. Seu pedido de desculpas foi sincero e cheio de tristeza sincera. Ela continuou, com a voz embargada:

— Eu não queria que nada disso acontecesse.

Os jovens, mesmo debilitados pela dor, procuravam forças para tentar se levantar e ajudar aquela jovem a ficar de pé.

Com a voz fraca, um dos jovens, com lágrimas nos olhos, olhou sinceramente para Elizabeth e disse:

— Por favor, Elizabeth, não se culpe por nada disso. Não foi culpa sua. Mesmo conhecendo você agora, podemos ver a sua bondade e sabemos que nada disso foi culpa sua. O outro jovem confirmou, acrescentando:

— Você é uma luz em nossas vidas, e nunca quisemos que nada de ruim acontecesse com você. Não importa o que tenha acontecido, somos gratos por conhecê-la e por ter a chance de estar ao seu lado.

Lek e Mack começaram a contar tudo... eles eram pinketons, mountie e gangues envolvidos no resgate de Charles Kensigton III, e seu líder era um homem de quem ninguém jamais duvidaria ou questionaria.

Elizabeth olhou para eles e, com as mãos na cintura, os olhos semicerrados e o rosto de professora, perguntou:

— Só vou perguntar uma vez... quem era o chefe deles?

Os dois jovens pareciam crianças quando são pegas fazendo arte. Wynn conhecia muito bem aquela cara brava, ela era uma cópia da mãe e era linda também. Wynn viu o olhar apaixonado de Jack e ficou feliz por sua filha ter encontrado o amor verdadeiro. Wynn olhou para os jovens policiais, ele como seu superior estava prestes a questionar e exigir a verdade, quando os meninos olharam para Elizabeth e falaram:

— É o comandante.

Elizabeth olhou de volta. Eles reviraram os olhos, mostrando a todos que não resistiriam às ordens e à cara de Elizabeth, e juntos falaram:

— Comandante Hargraves.

Para Elizabeth, Faith, Carson e Pastor Frank, esse nome não significava nada, mas eles sabiam que havia muita sujeira ali; onde você já viu um comandante ajudando um prisioneiro a escapar?

Para Wynn e Jack, as coisas eram diferentes. Todos amaldiçoaram, ficaram surpresos e horrorizados com a notícia. Saber que um comandante estava fazendo algo dessa natureza era revoltante. Jack chamou para Wynn em voz baixa e contou-lhe sobre alguns dos problemas que tiveram com Hargraves no passado, que Bill foi responsável por ajudar a resolver e afastá-lo de sua família. Saber que o ex-companheiro de seu pai havia feito algo assim era revoltante.

Elizabeth despediu-se de Lek e Mack e saiu com o marido, de braços dados. Wynn ficou na enfermaria para colher os depoimentos deles. Por enquanto, ele não deixaria ninguém saber que aqueles jovens policiais estavam vivos e conscientes, ele não queria colocar suas vidas em risco.

Ele precisava que Bill e Frankison chegassem rapidamente à cidade para que pudessem fazer planos juntos.

Quando Wynn saiu da enfermaria, ela viu Jack e Beth conversando e rindo na varanda da delegacia, eram duas pessoas apaixonadas, e conversavam como se não se vissem há muito tempo, riu Wynn.

...

...

Enquanto isso, em Hamilton, em sua mansão Willian mostrava a Grace o jornal, onde havia uma descrição com foto da morte de Bille Hamilton em Hope Valle, após ele atacar um jovem na cidade e tentar estuprá-la. Não havia o nome da jovem, mas tanto Grace quanto Willian sabiam quem era. Willian discutiu com Grace, se esse homem violentasse Elizabeth, machucando-a ou deformando-a, como eles poderiam dar a menina para Charles... eles deveriam estar gratos por Charles a estar aceitando, mesmo sabendo que ela já havia sido usada na cama por aquele pequeno soldado. Grace, por sua vez, gritava, chorava e acabou dizendo:

— A culpa é toda sua, Willian Thatcher, se você não tivesse roubado aquela peste de sua irmã, não teríamos problemas hoje. Teria sido melhor para a nossa filha estar morta do que ter que aguentar aquela aberração durante anos e anos e fingir que a amava.

— Eu só queria que você tivesse uma filha, e além disso evitava os comentários da alta sociedade, não precisávamos de fofoca com o nosso nome, pois isso poderia prejudicar os negócios.

— Eu vejo Elizabeth, e durante todos esses anos eu a odiei com todas as minhas forças. Ela deveria ter morrido no parto, não minha filhinha; eu nunca vou amar aquela vadia, aquela coisa...

— Eu também sou assim, Grace. Então me diga uma coisa e seja honesto; por que você não me deixou me divertir com ela naquela época, ou mesmo depois? Eu deveria pelo menos receber alguma recompensa por todo o dinheiro que gastei com ela.

— Nunca Willian. Eu nunca vou permitir isso, não aceito você com ela. Você é meu marido e não permitirei isso, não com ela.

— Por que não?

— Ela sempre foi bonita, sempre, e não vou deixar você ter alguém mais bonita do que eu já fui, quando nos conhecemos. Você arruinou minha juventude, então só terá mulheres que eu permitir. Agora, Charles, sim, quero que você a tenha... Ele a ensinará a ser uma boa menina. Ele vai domesticá-la como um animal e eu adorarei ver isso.

Willian e Grace discutiram e acabaram com tapas um no outro, peças de cerâmica foram jogados por toda a sala, roupas foram rasgadas, deixando os dois completamente nus, e ali mesmo naquele escritório de porta aberta, William subiu em cima dela e a fez sua mulher, de todas as maneiras que ele queria... ela gritou no começo, e tentou fugir, mas ela estava com o sangue tão fervendo quanto ele, e já que ele gostava assim, e já era assim há mais de vinte anos. Ela sabia que deveria aproveitar, afinal o casamento deles durou até hoje, porque de alguma forma eles combinavam e foi assim que Grace passou a hora seguinte com aquele homem em cima dela.

Julia, que estava do lado de fora, cobriu a boca com as mãos. Durante toda a sua vida, enquanto crescia, ela assistiu o pai fazendo sexo com a mãe e até com algumas empregadas, afinal ele não se importava onde estava, e Julia Thatcher, a mais linda e mais rica, pensava ela tinha o direito de se divertir vendo aquelas cenas, ela até gostava daquilo , e foi assim que aprendeu muitas das coisas, que sempre fazia na cama com os homens que escolhia com os dedos, mas o que a surpreendeu e fez seus olhos pegarem fogo o ódio, foi saber da morte de Bile e de Elizabeth não ser sua irmã;

Um sorriso maligno apareceu no rosto de Julia, iluminando seus olhos com uma centelha de perversidade. Ela sabia que estava prestes a pôr em ação um plano que mudaria o jogo, e a antecipação do que estava por vir a encheu de satisfação. Com determinação, ela seguiu em frente, pronta para enfrentar qualquer desafio que aparecesse em seu caminho. Aquele sorriso era uma promessa do poder que ela possuía, e ninguém poderia detê-la enquanto ela traçava seu destino sombrio.

"Vou me vingar."

"Elizabeth, eu vou pegar você."

O casamento  (  When Call The Heart)Onde histórias criam vida. Descubra agora