751 PALAVRAS
Tom parou no escritório do juiz, onde havia combinado de encontrá-lo, e a Charlote, todos os dias e fazer um relatório do dia. Foi a única exigência que Bill havia feito. Jack resolveu ficar na sala do anexo, onde ele poderia ouvir tudo, sem ser notado, ele queria saber o que ele falaria de sua esposa, pois se ele diminuísse seu valor ou algo parecido, hoje mesmo aquilo iria acabar. Sua esposa não precisava passar por tudo aquilo, devido às molecagens, de Tom.
— Então... Como foi seu dia? Bill foi perguntando antes de entregar os formulários para preencher.
Tom mostrou suas mãos feridas de tanta lenha corta; ele havia lotado a escola de lenha, iria deixar o estoque do inverno pronto. Suas mãos tinham calos, coisa que Charlote nunca havia visto. Tom nunca gostou de trabalho pesado.
— Ela te obrigou a cortar toda a lenha? Durante o dia todo? Bill olhou para Charlote, ele sabia que Elizabeth tinha um plano, mas achava que não seria trabalho escravo.
Tom foi logo explicando sobre a sua apresentação à sala, e depois contou a história para eles e sobre as crianças perdoando e dando uma segunda chance para ele.
— O que isso tem a ver com a lenha? Charlote perguntou.
— Eu queria adiantar. Ela me ensinou a acender o fogão. Robert disse que foi Jack que a ensinou, quando ela chegou e nada sabia. Ela, com a mão machucada, ascendeu o fogo numa facilidade e nem se sujou, e eu resolvi que não vou deixá-la preocupada com isso; se ela quer os alunos bem aquecidos, ela vai ter. Eles merecem ser bem cuidados, E eu pensei assim... Se eu adiantar o corte das lenhas, sobra mais tempo e ela pode me dar outra tarefa; ela já tem muito o que fazer, tem vinte e oito alunos e cada um em uma idade diferente e não consigo entender como ela ensina tão bem a todos ao mesmo tempo. Você tinha de ver mãe. Ela é boa professora.
— Eu já vi Tom. Eu passei dias com ela naquela sala e vi seu poder com as crianças.
— Eu não posso me perdoar, pelo que fiz com ela; E por isso não posso pedir que Jack ou ela me perdoe. Mesmo ela dizendo que perdoou, eu ainda não posso aceitar sem antes sofrer um pouco.
Bill falou com ele que talvez isso não fosse sofrimento, e sim seja um aprendizado. A vida pode nos ensinar de várias formas e usando várias situações.
Após a saída de Tom e Charlote, Jack entrou na sala e olhou para Bill.
Bill sabia como a cabeça de Jack estava, tudo se misturava e fazia uma bagunça em suas emoções, ele abriu os braços e deu a Jack o que ele mais precisava nesse momento... um abraço com amor de pai.
Enquanto isso ...
A diligência, prisão, acabava de entrar na faixa da solidão, onde a escuridão já reinava, aquela estrada tortuosa cheia de pedregulhos, fazendo os animais andarem devagar. As curvas apertadas tiravam a visão do que estava à frente. Os mountie todos estavam nervosos, eles tinham suas armas em mãos, todas engatilhadas prontas para atirar caso fosse atacado.
Um arrepio na alma passava na espinha de cada um daqueles mountie. O Som dos corvos era ouvido, a agonia no grito dos pássaros, até mesmo Charles em sua gaiola prisão, estava ficando apavorado. Ele sabia do perigo daquela estrada, ele ouviu os mountie falando com certo medo.
As cruzes começavam a aparecer naquela escuridão da noite, várias ossadas e assim entre o medo e o pavor, eles se viram caindo em armadilhas, onde o eixo da diligência quebrou e dois dos cavalos quebraram suas patas; dois tiros foram se ouvidos no meio do vale.... Os cavalos foram sacrificados... Charles foi retirado da diligência e colocado no cavalo malhado do mountie e eles seguiram para frente, precisavam chegar junto as cavernas e se protegerem.
Eles entraram na curva da agonia, o som do uivar coiotes foi ouvido... A coruja piou e vários sons de lamúria foram ouvidos. Os mortos pareciam se lamentar naquele lugar.
Eles entraram na caverna e logo após tiros foram ouvidos e dentro para fora, indo de uma passagem secreta daquela caverna onde os mountie foram pegos de surpresas e caíram ao chão baleados.
Homens mascarados e armados até o dente, pegaram Charles, falando a palavra "Hargraves", e assim o levaram embora, indo direto para um lugar especial que serviria de esconderijo.
Charles tinha um sorriso no rosto, iria gastar muito, mas Hargraves valia seu investimento, sorriu maliciosamente.
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O casamento ( When Call The Heart)
FanfictionConheça Elizabeth. Uma mulher deslumbrante com seus cabelos ruivos e olhos azuis, mas com uma beleza interior ainda mais radiante. Meiga e simples, mesmo sendo uma das mulheres mais ricas do Canadá em 1910, Elizabeth é uma professora visionária, des...