O cheiro amadeirado dos móveis misturava-se ao perfume floral de Irene, criando uma atmosfera aconchegante no escritório de Antônio. Irene estava encostada na mesa, folheando papéis antigos enquanto ele tentava organizar uma das gavetas, resmungando sobre a bagunça que havia se instalado ali.
- Meu Deus, Antônio, quanto papel inútil! Você guarda tudo? - Irene comentou, erguendo uma nota fiscal amarelada com uma expressão incrédula.
Antônio, sem tirar os olhos do que fazia, apenas soltou um riso baixo.
- Diferente de você, eu tenho responsabilidades. Não posso sair jogando os meus documentos fora assim. — a encarou, fingindo estar bravo. — Não começa Irene, não começa com essa mania de querer atirar as minhas coisas em uma caçamba de lixo qualquer. Eu preciso de tudo isso aqui.
Ela revirou os olhos, cruzando os braços.
- Eu me recuso a acreditar que isso tudo são documentos importantes Antônio. - provocou. - E além do mais, olha só quem fala... O homem que passou anos sendo um desastre ambulante. Você só se ajeitou porque eu te obriguei.
Ele parou o que estava fazendo, ergueu uma sobrancelha e sorriu de lado, desafiador.
- Me obrigou?
Irene assentiu, colocando as mãos na cintura, como se estivesse disposta a listar todas as provas de sua afirmação.
- Isso mesmo. Eu organizei sua vida. Se hoje você tem um sistema de irrigação eficiente, funcionários que te respeitam e um escritório que não cheira mais a cigarro velho, é tudo graças a mim.
Antônio soltou um riso debochado e se encostou à mesa ao lado dela, cruzando os braços.
- E se hoje eu sou um homem apaixonado, que não consegue mais viver sem a minha mulher, isso também é culpa sua?
Ela mordeu o lábio, se divertindo com a provocação.
- Totalmente. E agora que você percebeu, acho bom me agradecer.
Ele se aproximou, deslizando os dedos lentamente pelo braço dela.
- Acho que prefiro te recompensar de outra forma.
Ela arqueou uma sobrancelha, fingindo inocência.
- Ah, é? E como seria isso?
Ele inclinou a cabeça, os olhos brilhando de malícia, e sussurrou:
- Fazendo amor com você bem aqui.
Irene estremeceu com a proposta inesperada, mas tentou manter a compostura.
- Aqui? No escritório? - Ela riu, cruzando os braços. - Isso é uma tentativa de realizar alguma fantasia secreta sua?
Antônio passou a língua pelos lábios, olhando-a com intensidade.
- Se for, você vai me ajudar a realizá-la?
Ela balançou a cabeça, fingindo indignação.
- Tenha decência Antônio La Selva. Você só pensa nisso.
Ele deslizou as mãos pela cintura dela, puxando-a para mais perto.
- E você adora quando eu penso nisso.
Ela não conseguiu responder. Antes que pudesse encontrar qualquer argumento, Antônio tomou seus lábios em um beijo faminto, cheio de saudade e desejo. Irene suspirou contra a boca dele, se rendendo ao momento.
Os beijos se tornaram mais intensos, as mãos de Antônio explorando o corpo dela como se quisesse memorizar cada centímetro de sua pele. Ele deslizou os lábios pelo pescoço dela, mordiscando levemente.
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Antorene: The After
FanfictionE se Irene decidisse fugir da polícia? E se fosse obrigada a deixar Antônio para trás? E se Antônio fosse condenado a pagar por todos os crimes que cometeu, preso dentro de seu próprio império? Sozinho, como sempre temeu estar, até mesmo durante as...