Coragem

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Sophie

— Sr. Aber, você se lembra de quando eu e Ágata nos encontramos e você prometeu não contar nada a ninguém? — Ele me olhou um tanto confuso. — Quando estava andando de bicicleta? — Se sentou na cama com um pouco de dificuldade. 

— Minha querida, ninguém me chama de Sr. Aber! — Mas eu achava tão melhor do que Sr. Billy. — Mas eu gosto, quando você me chama assim! — Sorri para ele. 

— Oh, Sr. Billy Aber! — Dei ênfase em "Aber" e ele sorriu. 

— Eu não quebro uma promessa, seja ela qual for, mas eu senti que não fiz a coisa certa! — O marido de Lucy me olhou um tanto preocupado. Ele estava muito doente e nunca se falava o que exatamente ele tinha. — Bom, ao menos nada aconteceu! — Ajeitei o seu travesseiro para maior conforto. 

— Foi um dia e tanto! — Falei em tom de brincadeira, para tirar novamente um sorriso dele. 

— Mocinha, mocinha... — Ele me repreendeu. Tomando o último gole do chá que eu havia levado para ele, de alguma forma eu sabia exatamente o que fazer com as ervas que Demi colecionava, mas nunca usava. — Muito obrigada pelo chá estava delicioso! — Eu não diria delicioso, era só água de mato, mas faria bem para ele. — Irei ser breve! — Ele colocou a xícara na mesa de cabeceira. — Por que estava procurando o novo número de Ágata? 

— Eu... eu... — Na verdade eu gelei, paralisei, virei estátua. Como ele sabia? — Pensei em me encontrar com ela! — Falei a verdade. O senhor negou. — Ela sabe muito sobre mim e existe um ninho de ratos! — Fiz uma careta meio estranha. Eu estava confusa e a única pessoa que poderia me ajudar infelizmente é Ágata. 

— Mesmo se souber, ela irá fazer mal a você primeiro. Fique longe dela! — Ele falou bem sério comigo e firme o que me assustou um pouco. Ele nunca agia desta forma. Neguei. 

— Ela não fará mal, ela precisa de dinheiro! — Ágata ou melhor Safira não me faria mal, desconfio que ela precisa mais de mim do que de fato eu preciso dela. — Eu posso dar a ela, eu só preciso saber a verdade, eu sei que todos me escondem algo, essa história da minha mãe conhecer Demi, Dallas é muito estranha, por que elas não me mostram todas as fotos e me contam mais sobre isso, eu quero saber a versão que não conhece sobre minha mãe. É muita coincidência, por que eles não acham que isso seja uma coisa estranha? — O encarei firme. 

— Você não tem dinheiro, seus pais tem! — Ele falou me contrariando. — Eu sei que você pensou em pegar o dinheiro que vocês estão arrecadando na escola. Isso é corrupção. É errado! — Meu olhar pairou sobre o mais velho. Não havia como piscar ou se quer olhar para o lado. 

— Foi só um pensamento vago! — Falei baixo. — Como você sabe? — O confrontei. 

— Eu não leio mentes, nunca tive crianças, mas sou um velho observador. Aprendi com meu pai, um velho caçador, já falecido a trinta anos. As pessoas são previsíveis, ainda mais os jovens. — Me aproximei ainda mais de sua cama. Minha cara de espanto era nítida, não havia como disfarçar. — Eu apenas quero seu bem, menina. O mundo é duro demais e você já provou um pouco desse sabor.

— Billy, se eu não for atrás dela, ninguém irá por mim! Você não entende! A única pessoa que iria me entender está em uma clínica de reabilitação e bom não importa o que faço estará errado, então que se dane.

— Olhe os modos. Eu te entendo e sinto muito te dizer, mas você quase sempre será incompreendida. Você foi corajosa de ir visitar Demi, por um lado eu fiquei feliz por você ter feito isso, junto a seus irmãos. Você está decida, não importa o que diga...

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora