Limite

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Demi

Enquanto o meu marido repreendia a pequena menina, ao mesmo tempo que não aprovava minha forma de educa-la. Eu pude a observar de perto e ver que ela estava viajando na maionese. Sua expressão ficou congelada da mesma forma como se apenas o seu corpo estivesse ali. Uma lágrima escorreu pela sua face ainda banhado por lágrimas anteriores. Eu me abaixei ao seu tamanho e finalmente tive coragem de encarar o seu singelo rosto. Ela não tinha culpa por meu passado, mas me fazer revive-lo me causa dores e sensações de nunca ter o superado. Ela despertou de seu transe. Me sentia traída por ter confiado em suas palavras, mas isso não mudaria o que ela tinha feito. 

— O que te levou a fazer isso? — Eu queria ter paciência, eu queria ser uma boa mãe para ela. Mas eu não conseguia me controlar. Nesse momento, eu tenho raiva dela. — Ande, fale! — Coloquei minhas mãos sobre seus ombros. Eu apenas queria uma resposta.

— Eu... eu... você... você não entenderia! — Ela estava estranha, mas eu não dei ouvidos a minha intuição. Suspiros eram tomados por todo o silêncio. Wilmer se sentou a cadeira jogando a cabeça para trás. — Eu sinto muito! 

— Você precisa de limites, criança! — Eu queria abraça-la, segurar o choro dela e mostrar que não precisava ficar daquela forma, mas antes de tudo eu preciso ensina-la que manipular documentos e pessoas não era a melhor forma de conseguir o que se quer. — Chega! Eu não quero mais escutar nada até você explicar o que aconteceu e o motivo de você fazer o que fez! 

— Suba, Sophie! — Sem reclamar ela fez exatamente o que Wilmer pediu. 

02:34 a.m

— Com licença! — Valerie falou ao entrar no meu quarto, já era madrugada, mas não estava com sono. Estava procurando algumas de minhas recordações, mas não achava em lugar algum. Wilmer lia alguma coisa sentado em seu lado da cama, mas permaneceu imóvel assim que nem eu ao ver a menina de mais ou menos vinte anos parada a porta. — Sophie não está bem, ela está com a temperatura muito elevada! — Ela tinha adoecido? Desde o incidente de ontem eu não há vejo, mas também não fiz questão disso. Espero que esteja tudo bem com Soso! — Eu estou preocupada pois ela não reclamou de nenhuma dor... 

— Dê anti-térmico a ela! — Falei a impedindo de continuar a falar, me abaixei e comecei a procurar nas gavetas algum tipo de fotografia ou caderno de pensamentos que eu escrevia. Eu não fazia ideia de onde eu tinha colocado isso. Saber que Sophie estava doente me causou um certo aperto no peito, mas ela deveria ter uma lição e eu não estava disposta a quebrar meu voto de silêncio até a mesma me contar toda a verdade. 

— Demetria! — Wilmer me repreendeu como se eu tivesse falado algo errado. 

— Eu já a mediquei! — Valerie falou ao dar mais uma passo meio receosa. Eu me preocupava com Sophie, eu queria o seu bem-estar, mas antes de tudo ainda estava magoada. — Só estou aguardando um tempo para medir a febre dela de novo!  

— Geralmente se tem febre quando se tem alguma infecção! — Ele adorava dar uma de sabe tudo, mas independente disso ele se mostrava preocupado por ela. Eu também estava, mas ainda era muito cedo para dar o braço a torcer. — Ela realmente não está com nenhuma forma de dor? 

— Ao menos ela não reclamou para mim! — Desisti de procurar. Talvez isso só iria me ferir ainda mais. Voltar ao passado as vezes não era uma forma de supera-lo, mas esquecer sim. — Ela quer apenas dormir e eu deixei! — Deixe ela dormir, talvez assim ela melhore. Me sentei na cama e cruzei minhas pernas. Não era chatice, não era orgulho, era apenas uma forma de me privar de ser magoada de novo. — Seria bom vocês conversarem com ela. Depois do episódio de ontem que ela ficou assim! — Óbvio que Sophie pediu para ela fazer isso, assim como fez com a diretora Anne.

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora