Yes

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 Você não percebe que está fazendo memórias, até que elas se tornem uma pequena lembrança.

Dias depois

Demi não fazia ideia que hora era aquela da madruga, mas de fato para ela não importava. Levantou com calma da cama e observou o céu desmoronar lá fora, estava chovendo, estava frio, ficou a frente da janela aberta e observou o clarão dos relâmpagos da tempestade que caía, se lembrou da filha mais velha e do medo que a mesma sentia quando chovia desta forma. Assim estava o seu coração demorando em ruínas, ela já havia se sentido assim muitas vezes, mas sempre era como a primeira. Os dois tiveram tantas chances, mas conseguiram estragar todas. Ela se lembrava corriqueiramente de seu último encontro com ele. Se lembrava dos seus olhares se encontrando e das rosas cor vinho, se lembrava da pétala caindo e de alguma forma se culpava por não ter entendido o aviso. Fechou a cortina da janela, como se encerrasse o show. Voltou para cama e viu as três crianças dormindo. Sophie, abriu os olhos, talvez por se sentir observada e os fechou novamente lutando contra o sono, Demi sabia que aquele olhar era o que trazia força para encarar a vida. Demi a olhou e sorriu boba ao se aconchegar ao corpo da filha.

Seria um longo dia. Um longo mês. Um longo ano e viriam os próximos, sem ele. </3

Seis meses depois

— Eu vim aqui, porque você me deve uma explicação antes de tudo! — Demi adentrou pela primeira vez a sala minúscula de visitas da penitenciaria onde Adam estava recluso. — Mas também porque fui chamada! — Depois da perda de Wilmer, Demetria estava ainda mais furiosa com o pai de sua filha mais velha. 

— Essa é a sua advogada? — Não houve cumprimentos formais no reencontro dos dois. Ele apenas apontou para Mônica, que estava sendo para Demi o maior ombro amigo que ela tinha em anos, as duas se entendiam como ninguém.

— Não, essa é a minha amiga Mônica! — Demi falou autoritária. — Fale! — Adam a encarava com ternura apesar de das mulheres ali olharem para ele com desdém. 

— Eu quero ter uma nova oportunidade de falar com Sophie! — Demi serrou suas mandíbulas. Ela sabia o quanto Sophie tinha sofrido esperando que Adam mandasse uma simples carta se desculpando pelo terceiro e último encontro que tiveram. Demi não permitiria aquelas mãos egoístas e ambiciosas chegaram perto de sua menina. — Ela está irritada comigo, mas eu preciso ter uma oportunidade de me explicar! — Ele poderia tentar de outras formas, mas fez Demi ir até ele para ver sua cara, parar tirar ela do sério. 

— Você não percebe? — Demi ficou indignada, mas ele não desaboçou reação nenhuma. — O quão é problemático! Você mandou um carro para se desculpar. Você acha que pode comprá-la com presentes caros? — O olhar de Adam ainda estava sobre Demi. — Ela não é esse tipo de garota! — Demi defendia a filha com unhas e dentes. — Ela é esperta! — Ela se aproximou da mesa um tanto fora de controle.

— Ela não quer me reconhecer como pai! — Adam falou. Demi havia se recordado que agora o caminho estava livre para ele fazer isso.

— Sophie nunca irá te reconhecer como pai, Adam! — Demi esbravejou. — Ela é esperta. Ela é inteligente. O nome dela significa sabedoria, sabia. Talvez você não saiba! — Ela ainda se sentia fora órbita, deveria se acalmar, mas era impossível.

— Por favor, peço que você se acalme, Sra. Lovato! — Um policial adentrou a sala ao perceber que Demi estava quase cara a cara com aquele homem quase o dobro de seu tamanho.

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora