Muralha

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Demi

— Você quer me matar? — Me virei, acreditando ser a figura de Sophie bem atrás de mim. — Ágata! — Falei surpresa, mas em baixo tom. Como se minha semana já não estivesse uma merda, ela estava armada. Eu não estava falando sério quando usei aquela expressão.

— Você acha que poderia me bater e as coisas ficariam por isso mesmo? — Ela riu. "Nos ajude..." A voz de Cloe pairou pela minha cabeça. Abaixei o som cuidadosamente qualquer movimento poderia desencadear um furacão.

— Abaixa isso! — Levantei os meus braços em forma de rendimento. Ela sabia que não me movimentaria. Sentia meus ossos se quebrarem. Meu estômago embrulhada. Não me movi.

— Senta-se! — Ela indicou apontando a arma para meu corpo. Me sentei a beirada da cama, com calma. Senti medo. Minha filha estava bem? Os remédios dela. Minha filha. Eu não escutei a voz dela na ligação. — No chão! — Eu estava fraca. Me sentei ao chão, como ela pediu. — Ajoelhe-se! — Ela sussurrou bem pertinho de mim. Assim eu fiz. — Faça uma oração! — Fechei meus olhos, poderia ser o fim. Se esse fosse o meu último dia na terra, ele seria um dia perdido. Safira apertou o gatilho e atirou. Eu apertava meus olhos conforme o barulho se espalhou pelo quarto. Ela riu.

— Você é louca? — Abri meus olhos, falei sem pensar. Observei o furo na parede bem atrás de mim. Me virei a ela.

— Eu só quero te mostrar quem realmente está com o poder aqui! — Engoli seco. Aquela história de cabelo armado e chame a polícia, era apenas uma forma delas pedirem socorro. — Você se enxerga como um leão feroz, mas na verdade a gatinha molhada aqui é você! — Mas na verdade quem estava literalmente molhada era ela.

— Onde está a minha filha? — Perguntei ainda ajoelhada, eu realmente não sabia do que ela era capaz. Ela me olhou com deboche. Percebi que havia outra arma em sua cintura, seria arriscado ir para cima dela. Eu poderia lutar, mas não poderia arriscar.

— Levante-se! — Me levantei com cautela, ela poderia fazer qualquer coisa. — Não tem nada a me dizer? Vejo que você está finalmente entendendo como as coisas funcionam! — O seu olhar era matador, ela tinha o mal neles.

— Ágata, o que você quer? — Estava receosa por sua resposta, ela não pestanejou a me encarar. Senti um frio imenso em minha barriga.

— Eu já disse que prefiro Safira! — Ela falou irritada. Escutei um murmuro vindo do andar de baixo.

— A minha filha está bem? — Perguntei assim que ela me encarou novamente e o som se encerrou.

— Eu quero a carta que a mãe de Sophie fez! — Eu a olhei como se estivesse confusa, mas sabia exatamente do que ela estava falando. — Não adianta me falar que não está com você porque o seu próprio homem confirmou! — O seu homem, que coisa mais idiota. Eu assenti, como quem lembrasse de uma hora para outra.

— Eu não irei te dar isso! — O seu olhar era pesado e cínico, ela me olhava com deboche e com superioridade.

— Quem é que manda aqui? — Ela se aproximou do meu rosto. — Fala! Fala! — Sussurrou. Eu sentia medo de sua presença, hoje mais do que nunca. — Sua filhinha está presa lá em baixo, junto com Max e as amigas. Você é a pessoa que irá decidir o destino deles! — Sentia medo do que ela poderia ser capaz de fazer. Sentia muito se ela já tivesse feito alguma coisa. — Quem é que manda aqui? — Ela perguntou dessa vez seria. 

— Você! — Fique forte. Fique forte. Fique... — Eu irei pegar! — Assenti contra a minha vontade. Eu estava estranhamente aliviada por ela me pedir a carta. Era o momento. Entramos no closet.

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