De algum lugar

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Demi

— Então, o que te trouxe aqui? — Estava nervosa e talvez seja nítido aos olhos do jovem rapaz.

— O seu marido, a mais ou menos um mês atrás, pediu para trocar o assistente social responsável pela adoção e eu fui o indicado para tomar o lugar do antigo. — Agradeci por finalmente sairmos do convívio com Ágata. Respirei aliviada. — Mas na verdade o que me trouxe foi que, organizando a papelada eu encontrei uma falha na adoção da menina. 

— Como assim falha? — Já estava dando graças, mas aquilo me recuou. 

— O que aconteceu? — A menina que citávamos nos chamou atenção fazendo com que eu me recordasse de sua presença a sala. 

— Houve uma dupla documentação, eu ainda não entendi isso, estou buscando para saber o que aconteceu! — Se nem ao menos ele sabia quem dirá eu. — Mas é como se duas famílias estivessem com a guarda dela aqui na America. — Meu coração estremeceu. Nossa família estava passando por uma crise imensa e qualquer coisinha seria um enorme motivo para perder Sophie. — Definitivamente, ela só está sobre custodia de Wilmer Eduardo Valderrama, isso é uma imensa falha, senhorita Lovato, por isso, eu estou aqui, em um sábado de manhã, fora do meu horário de trabalho. Isso é realmente sério e pode gerar até mesmo prisão para as pessoas que estavam responsáveis pela adoção! — A forma como ele explicava era nítida tínhamos um grande problema. — Por esse motivo, eu realmente quero resolver, porque se não depois sobra para mim e isso definitivamente é algo ruim pois estou começando minha carreira! — Olhei para menininha e ela com os olhos assustados.

— Por que fizeram duas documentações? — Ele deu de ombros e isso me cheirava o perfume de Ágata. — Eu vou perder a minha filha? — Sua mão tocou a minha. O medo de perde-la me perseguiu. 

— Fique calma, eu não deixarei vocês se separarem, mas para isso teremos que fazer tudo dentro da lei! — Sophie me abraçou e todo incidente foi esquecido.

— Como assim duas documentações? — Ela perguntou receosa e ele a olhou com compaixão. 

— Isso, geralmente, ocorre quando a criança possui alguma herança ou algo do tipo, mas eu pude pesquisar sobre o histórico familiar de Sophie e ela não possui nenhum bem, a não ser a casa em território brasileiro, mas que já foi tomado por um banco para cobrir uma divida de sua mãe! — Talvez eu tivesse um sexto sentido, até mesmo um sétimo e eu sabia que Ágata havia feito aquilo. Não era apenas para me prejudicar, mas era algo bem além disso e eu devo descobrir.

— Mas se ela não tem nenhum bem, por que ocorreu isso, foi um erro de digitação, de organização, por que fizeram isso? — Me recordei da carta. Talvez existisse alguma explicação sobre isso ali. 

— Eu não sei! — Ele deu de ombros. Apesar de ser jovem me pareceu ser honesto e confiável. — Saí da minha ética como profissional perguntar, mas o que aconteceu para vocês pedirem a intervenção do antigo assistente social responsável...

— Melhor não tocarmos no assunto! — Talvez um tanto incherido.

— Com certeza! — A menina que ainda segurava a minha mãe falou em tom de ironia. Eu podia desvenda-la saber o que se passava em sua mente, mesmo quando ela não queria, mas nesse momento eu não conseguia.

— Não seria ético, me desculpe! — Assenti. — Mas voltamos ao assunto da menina, bom preciso me comunicar com a outra família, que está com o nome nessa documentação, para saber o que aconteceu, provavelmente eles entraram em processo de adoção na mesma época que Wilmer! — Eu sabia que não foi apenas um erro, foi algo feito com intuito de nos prejudicar e eu tenho toda certeza que foi aquela ratazana.

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