Déjà-vu

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Wilmer

— Eu apenas vim saber como você está! — Eu sabia bem que ela não estava feliz em me ver, mas continua sorrindo e demonstrando total apoio a ela. — A gente vai tentar vir o máximo que conseguirmos, estamos tentando...

— Deixa-me vê-los, por favor! — Ela fazia sua prece. Da última vez eles tinham apenas um ano de vida e ela dizia a mesma coisa. Eu cedi porque sentia o mesmo que ela. Era tudo tão recente. — Escutar suas vozes... por favor! — Tinha que ser forte, por minha família, mesmo que ela não seja mais a mesma. 

— Demi, eu não posso! — Ela sabia que não, mas também sabia exatamente como me desarmar. — Faz parte do seu tratamento, eu sei que é duro, mas eu sei que você precisa de algo para se firmar, toda vez você volta atrás... é uma lição. — Eu não quero me ver daqui a alguns anos estando novamente nessa situação. Eu prometi não abandonar Demi e por mais que nossa vida tome rumos diferentes, ela sempre será minha "Nena".

— Eu sei! — Ela sussurrou. 

— Você precisa de alguma coisa, eu posso mandar trazer, quer comer alguma coisa especifica? — Talvez eu não tivesse dando o meu melhor, mas eu estava tentando. 

— Não Wilmer, muito obrigada por tudo, mas eu não quero nada, apenas o que te pedi! — Aqueles olhos. Aqueles benditos olhos, me encaravam profundamente. 

— Apenas o que eu não posso te dar! — Eu senti o peso em falar isso, mas eu sabia que precisava ser duro as vezes. — Demi... — Ela não era minha menina e talvez esse sentimento que nutri por ela, seja prejudicial para nós dois. — Não ajuda muito, mas eles estão bem... veja. — Peguei meu celular e mostrei um vídeo recente que fiz dos gêmeos brincando no apartamento. Vi que seus olhos marejaram e me senti mal por ter feito isso. — Estão indo a escola, estão se alimentando, estão sentindo a sua falta, mas estão levando a vida numa boa! — Coloquei o celular em meu bolso. — Siga em frente, Demi! — Pela sua saúde, por favor. 

— Eu estou! — E realmente estava. Ela vinha sendo muito forte. 

— Eu sei bem! — Eu sabia que Demi era a mulher da minha vida. Mas era louco poder gostar de outra mulher também. Amar é deixar ir. As vezes o amor é duro e incompreensível. 

— Acho que preciso ir! — Ela disse quando percebeu que eu estava a olhando e ficou sem jeito. — Espero que um dia possamos resolver tudo! — Sorri.

— Está tudo muito claro! — Pelo menos para mim sim. 

— As vezes está tão claro que é ruim de enxergar! — Eu senti uma pequena esperança. — Não quero que seja nesta situação.

Sophie

— Bella! — Fiquei impressionada com o quão rápido ela chegou. Ela havia acabado de me mandar mensagem. 

— Você tem carro?  — Ela falou desesperada e então percebi que ela estava acompanhada com seu namorado. Ele me cumprimentou e eu assenti. 

— Não, claro que não! — Respondi a sua pergunta, meio que obvia. 

— Eu preciso de um carro! — Ela disse ainda com a expressão assustada de antes. 

— Ok! Entrem! — Eu tentei acalma-la, mas a presença de seu namorado causa preocupação até mesmo em mim. Ele ser mais velho e já estar na faculdade não o poupava de ser o maior babaca. Senhor Billy estava em casa, me tranquilizei. 

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora