Traidora

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Sophie 

— A Demi saiu chorando aconteceu alguma coisa entre vocês? — Mônica se aproximou da porta ainda aberta e deixada assim por Demi. Ainda estava paralisada sem entender o que havia acontecido em alguns instantes.

— Não sei! — Eu realmente não sabia, nem sequer imaginava o que eu teria feito para ela me tratar daquela forma. — Ela está bem estranha nós últimos dias, bom, não posso fazer nada! — Tentei desconversar, mas de alguma forma sabia que sim, eu poderia mudar tudo. 

— Você não precisa se culpar por tudo! — Algo me dizia que ela havia escultado a nossa conversa ou talvez ela fosse tão próxima de Wilmer que ele conversava com ela sobre esses assuntos idiotas sobre mim. Ela me puxou para um abraço e por um momento eu esqueci o peso de ser rejeitada. 

— Wilmer está conversando com ela? — Perguntei. Na real mais afirmei. Eu sabia que ele sempre ia atrás dela, não importa o quanto estivesse bravo ou magoado. Ela sempre ganhava a sua atenção, como se lutasse em uma guerra. 

— Não sei se ele conseguiu alcança-la, mas ele foi atras dela, como sempre! — Senti a chateação de Mônica em sua forma de falar. Eu também me sentiria mal se estivesse em sua situação. As vezes eu preferiria estar em seu lugar. Parece ser bem mais fácil quando se trata dos problemas dela. Me sentei e ela se encarava no em um pequeno espelho emoldurado que servia de decoração, como se perguntasse a si mesma "o que ela tem que eu não tenho?"  — Bom, eu tenho um coisa para você! — Ela saiu do pequeno quarto que era dividido para os gêmeos e eu. 

Peguei meu telefone e Lolita estava me mandando diversas mensagens, sobre o quanto eu fui traidora com ela. Eu já estava mal o suficiente, mas saber que magoei as únicas pessoas que realmente se importaram, era o fim do mundo para mim. Eu não conseguia responder o que ela dizia, não conseguia me defender daquelas acusações, era real, realmente eu fui uma traidora. Mandei uma abreviação de me desculpe e resolvi ficar longe de celular pelos próximos dez anos ou cinquenta, quem sabe. 

— Te trouxe chocolate! — Ela se apresentou com uma barra, enquanto eu me afundava na cama como se fosse sumir. Não sumi na real, mas a sensação era boa o bastante para eu achasse que isso de fato aconteceria. — Talvez seja um pouco calórico, mas é delicioso! — Se sentou ao meu lado ao me entregar. Entender que era calórico me fez pensar duas vezes antes de aceitar. Talvez isso seja por sua grande convivência com modelos que passam fome só para manter o corpo perfeito, mesmo assim não resisti e o apanhei de sua mão estendida. — Você se sentirá melhor! — Ela sorriu ao apertar minha bochecha que ainda estava em chamas por conta do tanto que chorei. — Minha mãe sempre me dava chocolate quando eu estava triste e isso de alguma me fazia melhor, espero que fique bem logo! — No começo eu achei que Mônica iria atrapalhar algo que já estava uma bagunça, mas talvez ela só tenha entrado na história para consertar alguma coisa, as vezes isso acaba acontecendo. Ela se levantou e sorriu para mim o que me fez sorrir de volta.— Você fica radiante quando sorri! — Ela beijou o topo da minha cabeça e iria se dirigir a porta.

— Mônica, você pode ficar aqui comigo? — Segurei em seu braço a fazendo me encarar. 

— Claro, que sim! — Ela falou com entusiasmo. Ao contrário de Demi, ela quis ficar. Ficamos ali conversando e escutando música, enquanto dividíamos a barra de chocolate. Tentei não pensar em nada, mas era quase impossível, ainda me sentia mal, mas aquele momento com Mônica foi necessário para mim.

Dia seguinte

— Você sabe onde deixei meu celular! — Perguntei a Mônica que adentrou a porta do meu quarto sem ao menos bater antes. Talvez depois de ontem tenhamos subido um grau no nível de intimidade. Ela me deu um abracinho de lado, como se me desse apoio.

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