Memórias (2)

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Demi

—  Eu escutei muito bem o que vocês falaram, querendo ou não, eu já estou envolvida demais!  — Ao passar em frente a sala onde Wilmer conversava com Sophie eu pude escutar a garota. Minha curiosidade falou mais alto do que meu auto domínio. 

— Sophie, eu quero que você entenda que você não tem culpa de nada! Que as coisas as vezes tomam outros rumos e por mais que tentamos nós não controlamos.  — Ela estava se culpando. Willy tinha razão, não estávamos sabendo controlar isso e infelizmente todo esforço estava indo pelo ralo. — Existe um trem, esse trem é a minha relação com Demi, mas só que esse trem está sem combustível, está sem gás, se é que me entende, as vezes o trem tem tanto gás que infelizmente ele saí dos trilhos, isso faz o que as pessoas que estão dentro se machuquem, eu apenas não quero mais que todos nós que estamos dentro se machuque!  — Nem eu. Apenas quero que as coisas comecem a andar do jeito certo, assim dentro dos trilhos. — Você me perdoa, eu não quis dizer aquilo, eu não quis te machucar. Entendo suas dores e seus conflitos, me perdoe por fazer você passar por isso!

— Tudo bem! Mas você quer dizer que vocês vão se separar? — Ela choramingou. Sinto muito, minha pequena.  

— Isso ainda não é definitivo!  — Wilmer falou convicto, mas eu já não podia falar a mesma coisa. — Nós precisamos de um tempo para pensarmos se ainda insistimos nesse trem desgovernado. Quem sabe se deixar ele sem ao menos um pouco de gás ele volte a funcionar novamente!

— Vocês vão se separar por minha causa? —  Eu não aguentava ver ela chorar, não mais. Aquilo me machucava de tal forma. — Eu prometo que não causo mais problemas!  — Você não causa problemas, minha abelhinha! 

— Eu posso conversar com ela, a sós?  — Entrei ao falar. Wilmer se levantou.  

— Escutar atrás da porta é feio, Demetria!  — Sussurrou em meus ouvidos eu apenas dei de ombros. 

— Sophie, o que está acontecendo de forma alguma é culpa sua!  — Quando ela estava comigo, ela podia colocar para fora toda a dor que ela carregava no peito. Eu a ajudaria, sem ao menos julga-la. — Não é culpa de ninguém, além de Wilmer e eu. Nós somos os maquinistas do trem! — Tentei usar a mesma suposição que ele usou, embora esteja com raiva, foi uma boa explicação. 

— Eu sei disso, mas eu não quero que vocês se separem!  — Eu adorava ser o seu porto seguro. Mas infelizmente isso estava acontecendo junto a um monte de problemas. 

— Você já está grandinha o suficiente para entender que se as coisas não dão certo elas precisam ser quebradas!  — Quando elas são quebradas devemos deixa-las ir. 

Sophie

— Gabaritou essa pro... nossa, Sophie o que foi? — Lola me esperava ao lado de fora da sala de detenção que foi onde eu fiz a temida prova. Era o primeiro dia que voltava a aula depois do incidente do halloween. Lola era animada e alegre. Mas tenho certeza que a minha expressão que não era uma das melhores a deixou um pouquinho para baixo, eu não queria isso.—Você está muito estranha, o que está acontecendo?

— Não é nada, só estou tensa por causa dessa prova! — Menti e parece que ela acreditou.

— Sophie, é só uma prova! — Não era a prova. Não estava preocupada se fui mal ou bem. O que eu realmente queria entender era essa situação. Tenho certeza que não fui bem, mas não importava porque Demi não deixaria eu estudar na outra escola, não faria diferença. — Você não é uma nota, se não passar tudo bem, também! — Veja pelo lado bom, eu ainda estudarei na mesma escola que Lola. — Tenho novidade, eu tenho dois ingressos para assistir Demi Lovato ao vivo, o que acha, isso melhoraria o seu humor! — Onde eu fui amarrar meu burro?

get lost and find yourselfOnde histórias criam vida. Descubra agora