Por quê?

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Demi

Não é possível. Depois de tudo o que aconteceu, ele ainda ganha o maior presente do mundo. Embora seja o que eu mais queira, não estou com dor de cotovelo, pelo contrário estou muito feliz por isso ter acontecido. É sinal que ela está se adaptando e aceitando a nossa família. Não é bem ciúmes, é uma espécie de medo. Medo de não ser o suficiente para ganhar ou merecer o título mãe. 

— Demi! — Minha mãe apareceu me assustando. De onde ela saiu, pensei que já estivesse no Texas. Não, como pude me esquecer ela estava no novo apartamento de Madison. Minha irmãzinha  estava crescendo, não sabia lidar com isso! — Fiquei sabendo o que aconteceu com Sophie, trouxe flores! — Impressionante o quanto as notícias se espalham rapidamente. — A pequena está bem? 

— Ela está bem melhor! — Concordei. Não tinha como disfarçar minha cara de preocupação. Tudo é tão difícil de aceitar. Ainda mais quando se tratava de alguém que amo. Sabe, estava mais preocupada com toda essa história de memórias do que com o fato dela não me considerar mãe dela. — Só está com uma luxação no braço e com o tornozelo torcido. Graças a Deus, foi apenas um susto e alguns arranhões! 

— Fique feliz que não tenha sido nada muito grave, mas então porque essa carinha? — Por que minha mãe tinha que ser desse jeito? Ela sempre conseguia enxergar além dos meus olhos.— Você ainda está preocupada, com alguma coisa, não é! — Estava preocupada com tudo, não era apenas uma coisa, era tudo! 

— Sophie, chamou Wilmer de pai pela primeira vez! — Ela olhou para mim e sorriu. Já não pude fazer o mesmo! 

— Isso é ruim? — Fiz que não. Ela pode afagar minhas costas. Apenas respirei fundo com um grande alivio no peito. Agora tudo estava bem! — Ser mãe está além de um título, Demi! Ser mãe está em atitudes e proteção! — Quando Sophie chegou, ela bagunçou totalmente minha vida! Ela trouxe um passado que eu tinha quase superado, mas ao mesmo tempo me trouxe fôlego. Hoje eu vejo o quanto ela me completa. Que o amor que sinto por ela é maior do que toda dor que ela me causa.  — Sophie, mesmo disse que você fez mais em tão pouco tempo, do que sua própria mãe, em todos esses anos de sua vida! Ela se espelha em você, pode ter certeza quando ela estiver pronta, ela irá reconhecer, isso! — Mas e quanto a esses sonhos/lembranças?  — Ser mãe é amar, minha filha!  — Mas o que é amar, mãe? 

—Mamãe, você sempre sabe a coisa certa, mas não é apenas isso que me atormenta! — Essa história de memórias e afins. — Sophie, está tendo alguns sonhos que mais são parecidos com lembranças de seu passado, quando ela ainda estava morando no Brasil, ela está muito assustada e parece não acreditar.  O mais estranho de tudo é que Ágata está em sua lembrança! — Ao ouvir o nome Ágata minha mãe pode revirar os olhos. Não tiro sua razão. Aquela mulher me dá náusea. Espero que tudo seja apenas confusão de uma mente ansiosa. — Ela não me explicou direito, e nem quero muito entrar em detalhes, porque ela se desespera!  — Era de se imaginar. Qual era a verdade história de Sophie?

— Ela bateu a cabeça, deve ser por isso!  — Mas a forma com que ela falava parecia ser real! 

— A parte que ela bateu é a parte onde costumamos armazenar as memórias! — Ela arqueou sua sobrancelha. — Talvez não seja coisa da cabeça dela, talvez isso realmente tenha acontecido! 

— Demi, tenha paciência com ela! — Eu teria pois isso não é culpa dela e sim de uma brincadeira de muito mal gosto! — Nós vamos enfrentar isso juntas, certo? — O olhar da minha mãe me da conforto. —Mamãe, sempre estará por perto!  — Fico feliz por isso! Abracei ela meio que de lado. —  Posso conversar com a menina? —  

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