Recordações

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Sophie

— Ele está indo embora! — Pela janela do quarto de Henry com muita dificuldade dava para observar a movimentação da casa. Assim estava fazendo. Henry mexia em seu computador com o olhar vago. Voltei a olhar pela janela. Wilmer colocou suas coisas no porta malas e somente entrou sem olhar para trás. Escutei seu carro dar partida e vi meu melhor amigo finalmente me encarar por cima da máquina que estava em seu colo. Eu não era bisbilhoteira. Só queria olha-lo, pois — Sinto sua falta! 

— Então por que não foi falar com ele? — Talvez ele tivesse razão, eu deveria falar com Wilmer, mas eu não consigo esquecer que o que está acontecendo.

— Não, eu estou bem aqui! — Me recordava dos momentos bons que tive ao seu lado, não sou ingrata, mas sinto que não consigo ser a mesma depois do que vi.

— Sophie, Wilmer está sendo um pai para você, querendo ou não. Independe da sua separação, ele será o seu... afinal é isso que diz os documentos, não é? — Ao se levantar Henry aumentou em uma escala a sua voz. Por um momento eu o via como meu pai, porque ele realmente está fazendo o que um pai faz para sua filha, eu reconheço isso, mas depois do que ele disse ou fez para mim, eu sinto medo. — Ele é quem faz o papel de seu pai, hoje. Ficar remoendo o passado não vai ressuscitar seus pais mortos! — Ele não está entendendo. Todos essas palavras duras me amolecem. Ouvir ele falar dos meus pais me causou sensações que não sentia a algum tempo. — As coisas nem sempre são como você quer, você precisa aprender lidar com isso! — Eu não era uma garotinha mimada que tudo tinha que ser do seu próprio jeito. Eu não poderia explicar a verdade a ele. Eu não saberia! 

— Eu preciso ir para casa! — Ao caminhar ele segurou os meus braços e por alguns instantes o seu olhar de reprovação pousou sobre o meu.

— Saiba lidar com a verdade também! — Me soltei. 

— Você não entende! Talvez a culpa seja minha! — Eu sabia muito bem lidar com a verdade, talvez por isso minha vida está da forma que está! 

— Os dois se separaram. Isso é coisa de casal. Ninguém tem culpa. Para de querer que sempre as coisas saia do seu jeito, isso só trás confusões e mentiras! — Todas essas coisas estavam me irritando. 

— Ele beijou Ágata! — A impulsividade subiu a minha cabeça.

— O quê? — Rebateu rápido ao me olhar indignado.

— Ele beijou Ágata! — Sua boca aberta congelou. Se sentou na cama. — Demi os pegou! — Falei mais calma tentando me concentrar ao que estava falando. Quando se trata da vida de pessoas públicas todos acham que tem direito de opinar, por isso muitas das coisas são mantidas em sigilo. — Está satisfeito? 

— Eu não imaginava! — Ele estava pasmo mas não tanto quanto eu ao me levar de volta a alguns dias atrás e reviver aquela cena. — Me desculpe, por ser tão duro! — Senti a sua mão tocar o meu ombro, mas eu o fiz recuar.

— Você disse a verdade! — Talvez eu possa ser uma garota mimada, pois eu sinto que posso fazer eles ficarem juntos novamente. Eu sei o quanto dói estar longe de alguém que se ama. Henry tinha razão em algumas partes. — Você não sabia o que aconteceu, é normal as pessoas pensarem isso! 

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