get lost and find yourself

Pôr do sol

Wilmer

— Você só pode estar brincando que viemos para Milk Kitty, isso é para criancinha! — Isabela falou quanto eu estacionava o carro. O velho estabelecimento era bastante conhecido por mim, bom eu costumava traze-los quando eles tinham quatro anos, também costumava trazer a minha pequena Emma.

— Vamos vai ser legal! — Falei tentando anima-la. Não estava frio, mas se Demi estivesse aqui ela não nos permitiria tomar sorvete hoje, então por favor, aproveite. Abri a porta.

— Eu deixo a bolsa ou a levo junto? — Sophie perguntou de maneira mais ingenua possível.

— Sophie deixa, né! — Isabela deu de ombros ao sair correndo pelo estacionamento, logo seguida pelo seu irmão.

— Mônica, a gente precisa pegar aquele chapeuzinho! — Sophie estava animadamente apontando para o o chapéu de papelão que eles estavam entregando na entrada e sim, as duas foram saltitantes pegar. Estava fechando o carro, em meio a tudo o que estava acontecendo era bom ter um minuto sequer de tranquilidade e felicidade.

— Papai, porque nos trouxe aqui? Não poderíamos tomar sorvete em outro lugar? — Isabela segurou em minha mão enquanto íamos para dentro da sorveteria. Que tinha como tema caixas de leite e vacas desenhadas de forma fofinha. — Olha só, que cafona ter que usar esses chapéus com olheiras de vaca! — Tinha uma sorveteria perto da minha casa, mas depois do incidente com Ágata e Demi, eu não voltaria ali tão cedo. — MEU DEUS! — Ela falou ao ver minhas duas garotas com o chapéu divertido que ela denominava cafona. Peter logo correu para colocar um também.

— Vamos nos sentar? — Monica falou para mim. Concordei. — Eu trouxe para vocês também! — Ela entregou os chapeuzinhos ainda desmontados para as crianças e para mim. Eu vivi para ver a carinha que a Isabela fez. Ela é tão parecida com Demi.

— Não querem ir no brinquedão? — Falei ao me sentar na mesa escolhida por Mônica. As coisas estavam diferentes. O clima não era um dos melhores, mas nós estávamos nos esforçando para que tudo fosse o mais natural possível.

— Eu irei fazer onze anos em menos de um mês, não tenho mais idade pra isso, pai! — Isabela desde de muito nova sempre quis crescer logo. Isso é coisa de criança, eu sei, mas mal sabem eles que essa é a melhor época de suas vidas e com o passar dos anos, eles apenas querem reviver esses momentos.

— Isabela você só está reclamando, que chato! — Ele cruzou os braços ainda irritado com ela. Era muito divertido observar os dois, que apesar de ter uma sincronia única, eram totalmente diferentes um do outro.

— Peter! — Ela falou ainda um pouco bravo e se sentou na cadeira ao lado dele.

— Pai, eu quero um sorvete de flocos, por favor e eu estou no brinquedão! — Ele mostrou a língua para ela e eu o repreendi com o olhar. Sophie observava tudo enquanto se esforçava para não rir. — Esse é a última vez que eu posso ir, então será como uma despedida! — Peter brincou e colocou as suas orelhinhas. O local estava vazio e não seria uma vergonha se divertir. Sophie gargalhou e era contagiante vê-la rir.

— Sophie, pare de rir! — Mônica falou enquanto ria também, porém com mais cautela que a menina mais nova.

— A gente está muito engraçada com esse treco na cabeça! — Ela riu ainda mais e isso me fez rir também e até Isa que estava emburrada. Era por esses momentos que era bom estar em família.

— Olha se eu fosse você Isabela, eu iria sem sombra de dúvidas se divertir. Aproveita essa fase é sério! — Mônica falou se ajeitando na cadeira depois de soluçar de tanto rir. E eu com certeza concordava com ela.