Austin

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Aviso:

Este capítulo contém questões sobre suicídio, se você é sensível a esse assunto peço que quando encontrar essa florzinha (🥀), pule a parte do texto até a próxima florzinha. 

Se você precisa de ajuda ligue 188 Centro de Valorização a Vida.

Capítulo longo, ajeitem os óculos, fiquem em uma posição confortável e boa leitura.

Demi

— Eu li a carta! — Dallas falou quando imaginei que tínhamos encerrado aquele assunto. A manhã estava ensolarada apesar de estar gélida, minha irmã estava radiante e eu parecendo que tinha tido uma péssima noite de sono, de fato isso aconteceu. — Se a minha cabeça explodiu, imagine a dela! — Ela falou fazendo o gesto com as mãos. 

— Sei que ela não quer me ver, mas eu preciso vê-la! — Tantas coisas mudaram desde quando ela invadiu o meu coração e fez morada.

— Você tem certeza, Demi? — Minha irmã mais velha perguntava pela milésima vez. Ela tinha total consciência ao contrário de mim, mas eu já tinha dado a liberdade e o tempo necessário para a garota colocar sua própria cabeça no lugar. — Ela é uma menina incrivelmente forte, mas sinto que quando ela desabar. Terá que ter um chão firme para repousar! — Ela falava enquanto prendia os cabelos em forma de coque. Eu a observava, mas meus pensamentos estavam a ensaiar as palavras certas para usar com a minha garota deprimida. — Sophie está se segurando desde o dia que chegou. — Eu também estava me segurando, geralmente me alto sabotando com pensamentos que rondavam minha cabeça a todo momento, mas eu não aguentava mais esperar, precisava ver ela.

— Eu dei três dias a ela. Eu preciso ver a minha filha. Ela está quebrada e precisa de sua mãe! — Dallas me olhou e fez aquela cara que só ela era capaz de fazer. Como se me olhasse e sentisse duvida se aquela de fato era a escolha certa, para mim era e não importa nenhum olhar duvidoso, eu estava decidida. — Está na hora de enfrentarmos isso juntas! — Rebati ao seu olhar de dúvida.

— Tudo bem, mas vocês duas se resolvam! — Ela deu de ombros. Eu teria que me manter de pé e era como Wilmer falou, ela estará uma ferra e irá me falar palavras duras, mas eu estava disposta a pagar o preço. Eu deveria aguentar por ela e demonstrar que não era de fato uma gatinha, mas sim uma leoa feroz. — Irei na cozinha pegar os meus morangos. Você acredita que é a única coisa que eu consigo manter no meu estômago? — Eu segui o seu compasso até a cozinha, sentia um frio na barriga como se nunca tivesse falado com Sophie antes. Nós duas tínhamos passado por tantas coisas, mas dessa vez eu sabia que seria diferente. — Meu bebê com certeza irá amar morangos! — Dallas acariciou a barriga ao abrir a geladeira. Ela apanhou uma tigela de vidro cheia de morangos. 

— Eu estou nervosa! — Passei minhas mãos, que soavam, pelo tecido da calça preta surrada que sempre me acompanhava.

— Quer morango? — Neguei.

— Eu irei até o quarto dela! — Indiquei deixando ela se deliciar com os morangos, algo me impediu. — Me deseje sorte! — Sorri meio sem graça para minha irmã que se sentava a mesa e levava um imenso e vermelho morango a boca.

— Não se assuste se encontrar uma pessoa com dezessete pedras na mão, no lugar da sua doce filha, a dor muda as pessoas. — Eu apenas espero que ela continue sendo a mesma garotinha doce de sempre. Me voltei a porta que entramos. — Boa sorte! — Ela falou em tom alto para que eu pudesse escutar. Caminhei devagar até o segundo quarto do corredor. Dallas havia me apresentado o seu novo lar, assim que cheguei, mas não ousou abrir a porta do segundo quarto onde minha menina estava a algumas horas. Bati a porta e não houve nenhuma excitação ao lado de dentro. Abri. Vi a figura de minha menina encolhida na cama. Coberta até a cabeça. Me sentei em sua cama ainda em silêncio. Toquei o seu corpo com cuidado fazendo ela sentir minha presença.

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